A Outra Que Amo

Capítulo XXVII

LIGO PARA o meu pai todos os dias para saber como ele está e de quebra ele me informa de como estão às coisas em casa e na empresa.

Como de costume reclama dos cuidados de Barb com ele. Acho que, se eles fossem um pouco mais jovens, eu diria que era uma paixão recolhida.

Passamos momentos maravilhosos Alice e eu. Ela me apresenta alguns amigos dela. E tudo parece perfeito.

Um mês depois estou voltando do banco. Fui fazer uma transação, estou pensando em investir em algo por aqui para ficar perto da minha amada. Na saída vejo Alice saindo de um restaurante muito chique. Ela não me vê. Está vestida diferente e entra no carro com um homem estranho.

Assim que o carro dá a partida eu ligo para ela.

- Oi meu amor – diz ela feliz ao telefone.

- Onde você está?

- No escritório, por quê? Aconteceu alguma coisa?

- No escritório? Tem certeza Alice?

- Marcos o que houve? Por que está usando esse tom comigo? Estou sim no escritório.

- Engraçado, eu acabo de ver você saindo de um restaurante famoso aqui no centro COM UM HOMEM! – minha raiva está evidente em minha voz.

- Marcos você só pode estar maluco. Eu estou trabalhando em minha sala no meu escritório. Terei uma reunião com um cliente importante. Te disse isso ontem.

- Disse. Só não disse que a tal reunião seria um almoço com um bonitão e fora do escritório.

- Você deve ter visto alguém pare... Espera, que restaurante é esse?

- Ah, lembrou que estava almoçando com um car...

- Marcos eu não quero te ofender, até porque você está visivelmente com ciúmes, mas não era eu e você está sendo bobo – diz ela me interrompendo.

­ - Bobo? Agora eu sou idiota?

- Não. Você só está deixando o ciúme te cegar... Não era eu Marcos. Se o restaurante era o Maison de Louis deve ter sido a Andréia que você viu saindo com algum cliente ou peguete dela.

Fico sem palavras. Eu realmente fiquei tão cego de ciúmes imaginando que Alice pudesse estar me traindo que nem lembrei que ela tem mesmo alguém muito parecido com ela, sua própria irmã.

- Amor... – Alice me chama já que não digo nada, de tanta vergonha – Marcos? Olha eu jamais faria uma coisa assim contigo. Você tem que confiar em mim. Eu não sou como sua ex ou a Andréia. Confie no meu amor. Venha no escritório. Verifique com seus olhos. Ou se achar que posso fazer algo para mentir ou esconder algo, trocando de roupa ou sei lá o que se passe por sua cabeça...vá à empresa Smith e Company e veja se Andréia está lá e com que roupa. Ligue-me depois que se acalmar. Beijos.

Fico atônito e não sei o que fazer. Alice desligou. Fico tão perdido que começo a caminhar e quando percebo estou de frente para Carla.

- Olá Marcos, quanto tempo. Pode ir direto à sala da senhorita Andréia. Ela acabou de chegar de um almoço com um cliente, mas vai gostar de ver você.

Vou caminhando meio perdido ainda, tentando entender por que fui parar lá. Quando cai minha ficha da merda que estou fazendo eu dou meia volta, mas já é tarde demais. Andréia abre a porta e me chama.

Eu me viro e ela não diz mais nada, me beija como nunca antes. Ela me encosta contra a parede do corredor, não se importa com quem está vendo ou passando.