Capítulo XXX

111 21 28
                                    


SÃO DUAS horas da manhã... acordo e Alice não está na cama. Chamo por ela, pode ser que esteja no banheiro. Mas, não obtenho resposta. Resolvo ir em busca dela, afinal tudo dela está no quarto.

Desço a escada e ouço conversa na cozinha, quando me aproximo vejo o Gustavo sentado no banco próximo ao balcão e quando me aproximo mais, vejo que ele está conversando com Alice. Aquela imagem não me agrada.

- Bom dia! Perderam o sono? - pergunto tentando disfarçar minha raiva.

- Oi amor!- Alice vem até mim e me dá um beijo.

- Oi.

Alice percebe que não estou com cara de muitos amigos e tenta explicar a situação que se mostra a minha frente.

- Vim buscar água. 

Olho para sua mão e vejo um copo quase cheio. 

- Bom, eu estava assaltando a geladeira quando a doutora advogada me pegou em flagrante.

- Sei.

- Vem amor, vamos subir? - diz Alice para mim.

- Vou tomar um pouco de água também.

- Bem, então boa noite a vocês. Até daqui a pouco. Tchau doutora - o sorrisinho que ele dá pra Alice me dá vontade de pular nele e arrancar todos os dentes de sua boca. Finalmente ele sai.

Quando chegamos ao quarto. Alice coloca o copo no criado mudo ao lado da cama. 

- Tá. Por que você está com essa cara?

- Minha namorada some, e encontro ela trocando sorrisinhos com o Gustavo.

- Ai meu Deus! Você não está com ciúmes do Gustavo, está?

- Por que não? Você viu como ele estava todo derretido doutora?

- Marcos, pelo amor de Deus, ele é namorado de minha irmã...

- Jura? E antes ele era namorado de quem? Isso não impediu ele de ter um caso com sua irmã.

- Você quer mesmo falar sobre isso agora? Seu ciúme não tem fundamento, justamente por ele ser meu ex, ter me traído e ser namorado de minha irmã já é motivos suficientes para você não ter ideias erradas.

- Quer saber, eu quero dormir. 


 DORMI E quando acordei, eu vi Alice parada diante da janela, olhando para a praia. Me aproximo e dou um beijo em seu ombro.

- Perdão amor. Eu como sempre, agi como um babaca. Você estava certa, não há motivos para sentir ciúmes daquele idiota. Eu te amo!

- Tudo bem - eu quase não consigo ouvir o que ela me diz. 

Viro Alice de frente para mim e percebo lágrimas em seus olhos.

- Amor, desculpe. Me bata da próxima vez. Para que eu atente para a merda que estou fazendo é que morro de medo de você me deixar...

- Não estou chorando por isso. Afinal, eu também errei em dar conversa para o Gustavo.

- Então, por que as lágrimas?

- Minha mãe. Eu lembro de olhar ela sentada na varanda lá embaixo e de eu vê-la pela janela daqui... ela acenava para mim, com um sorriso lindo.

- Amor... onde ela estiver não vai querer ver lágrimas em seu rosto, mas um sorriso lindo como tenho certeza que ela tinha, em seus lábios.

Abraço Alice e faço daquele abraço um abrigo para que ela fique confortável o restante da manhã. Não almoçamos em casa, vamos passear pela cidade, mas almoçamos em um restaurante beira mar. Tudo está maravilhoso até chegar o jantar.

Durante todo o jantar Andréia fica provocando Alice com insinuações. Eu por minha vez, posso estar maluco, mas vejo que o Gustavo está dando em cima de Alice. Às vezes acho que ela se esquiva, em outras parece não perceber.

Alice é gentil demais para mandar os dois irem a merda na mesa de jantar, mas eu estou me controlando para não comer o fígado do Gustavo naquela mesa de jantar.

Finalmente, quando o jantar termina, o Benedito nos chama novamente para uma horinha no escritório. Mas eu resolvo não ir. Faço a proposta a Alice de fazermos amor a noite de luar, na praia.

O fim de semana termina com o Gustavo sendo esbofeteado, não por mim, mas por Alice ao tentar beijá-la. Eu sabia que não estava louco... 

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora