9 anos atrás...
Julie completou 15 anos.
Durante todo ano passado (2006) depois da partida de Diego, Julie passou a frequentar muitas festas e ficou mais conhecida no bairro do que já era. Ela ficou com um número grande de caras, mas só houve sexo com alguns. Era sexo casual, bom, agradável, e geralmente só acontecia depois de Julie ingerir uma grande quantidade de álcool. Mas era só isso. Sexo. Nada de sentimentos.
Talvez ela não soubesse ou se recusava a admitir, mas Diego ainda era o dono do seu coração.
Julie entrou para o ensino médio e passou a estudar à noite. Ela achava mais tranquilo e menos rigoroso. Ou talvez ela quisesse preencher o vazio que ficou porque não tinha mais Diego todas às noites do outro lado da sua calçada.
Em casa a situação ficava cada vez pior. Eram brigas intermináveis que envolviam até alimentos. A avó de Julie, quando estava com raiva, até escondia comida, e quando cedia, sempre aproveitava a primeira oportunidade para humilhar Julie, Helena e Marie.
Helena não trabalhava fora por causa da sua saúde que já não era tão boa, e elas sobreviviam da pensão que Julie recebia do pai. Julie não entendia o que aconteceu para fazer sua avó mudar assim, desconfiava que sua avó aproveitou para colocar as garras de fora depois que seu avô morreu. Não tinha outro porquê...
- Olha à hora! São doze horas, Julie! Isso é hora de acordar, vagabunda?
- Vagabunda? Sério? E mais o quê? Fala aí.
Julie deu um sorriso ácido.
- Vai dormir de madrugada com fogo no rabo, acorda essa hora e ainda se acha no direito de me responder?
- Eu acordo a hora que eu quiser. Todo dia essa casa se encontra limpa e é a palhaça aqui que faz tudo. Desde quando existe lei para que a casa seja limpa apenas pela manhã? Melhore, viu. Melhore!
- Se você não gosta da situação pega tuas coisas e vai embora! Pede aos bêbados drogados que tu chamas de amigos um cantinho na casa deles. Faz qualquer coisa, mas sai da minha casa.
- Com certeza! Logo logo a senhora vai ter o que tanto quer, pode esperar. Depois disso nem o caralho da poeira dos meus pés a senhora vai ver aqui. Ridícula!
Julie não chorava nunca.
Desde o acontecido atrás da escola, e na noite em que viu Diego após dez dias, não chorou mais. O que era bom. Ela se tornou aos outros inabalável, a menina que sorria e usava sarcasmo quando era ofendida, debochada. Mas ninguém imaginava como ela se sentia por dentro.
Todas às noites, um rapaz ficava com seus amigos em frente à escola de Julie. Ele era encantado por ela e se chamava Christopher. Um dos amigos de Christopher estudava com Julie, cujo Christopher convenceu a mandar um recado para Julie por ele.
- Ei, Julie!
- E aí?
- Quero falar contigo.
- Fala logo!
- Eh... É o Christopher. Ele quer te conhecer...
- Quê? Sem chance.
- Qual é, Julie? O cara tá apaixonado.
- Apaixonado porra nenhuma.
- Sério! Ele não larga do meu pé. Conhece o cara pelo menos...
- Aff! Me erra, Carlos.
E foi assim por quase dois meses.
Christopher não desistiu, e depois de muita persuasão, eles se encontraram por acaso em uma festa e acabaram ficando.Julie nem imaginava que depois disso sua vida iria mudar. E muito.
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Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)
RomanceQuem quiser esse livro completo em PDF, me chame aqui por mensagem. 🌷 Julie Lótus tem 24 anos e uma bagagem de vida bastante carregada. Já enfrentou muitas dificuldades, traumas no passado e inúmeras decepções. Desempregada, ela vê sua vida de cab...