Capítulo 17 - Julie

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Dias atuais...

Bem, senhoras e senhores... Agora eu posso finalmente anunciar que...

SIMMMM! EU SOU MÃE!
E ELE É O HOMEM DA MINHA VIDA COM APENAS 8 ANOS!

Ele é meu orgulho e o motivo para eu não desistir da vida, nunca, jamais.

Eu passei muito tempo sentindo ódio de Cristopher, mesmo depois da sua morte. Mas um dia percebi que apesar dele ter sido para mim um doente-fodido-louco, me deu a coisa mais linda e importante que eu tenho: Gabriel De Luca Lótus. A razão da minha vida.

Posso dizer que tenho um melhor amigo que me ama e cuida de mim como ninguém, mesmo com apenas um terço da minha idade.

Quando olhei para os olhinhos lindos dele e o tive em meus braços pela primeira vez, imediatamente o meu mundo se transformou. De repente senti como se a minha vida já não me pertencesse. Senti a alma cheia de amor e o meu coração fora de mim. É ele quem dá sentido à minha existência. Ser mãe é uma missão maravilhosa e complexa, com muitos desafios, mas que me fez crescer muito.

Talvez algumas pessoas devem se perguntar como eu fui me tornar "puta" depois de ter um filho. A resposta é exatamente essa: Um Filho.

Eu o amo. Muito. Amo ele mais do que a mim mesma, e nem sei como descrever a dor que eu senti quando Gabriel me olhou e disse:

- Mamãe, tô com fome.

E eu não tinha nada para alimentá-lo. Tem noção do grau dessa merda? Doeu muito.

Porra! Doeu pra caralho!

Naquele momento eu faria qualquer coisa para não vê-lo sofrer, e se me mandassem matar alguém por isso, Deus me perdoe, mas eu mataria. Faria qualquer caralho que tivesse ao meu alcance, mesmo que isso me fizesse sofrer, passar vergonha ou sentir dor, eu não me importaria, a prioridade era ele e sempre seria.

Eu olhei para todos os lados e não enxergava nenhuma mão estendida para me ajudar, não havia nenhuma saída. Você se sente como numa ilha deserta, gritando sem ninguém te ouvir. Foi quando o desespero me atingiu com força e o agir foi totalmente por instinto materno.

Qualquer pessoa pode por um filho no mundo e deixá-lo por aí para os outros criarem, mas nem todo mundo pode ser chamada de "Mãe".

Para ser digna de ser chamada de "Mãe", você tem que ser capaz de dar seu sangue por seu filho e passar por cima de qualquer um para protegê-lo, fazer de tudo para seu bem estar ser impecável.

Eu sou fodida de todas as formas e meus defeitos são incontáveis, mas ninguém pode dizer que eu não sou boa mãe, porque isso seria estupidez. Não quero ser melhor do que ninguém e detesto quem acha que é, só quero que reconheçam toda a merda que sou capaz de suportar e surpreendentemente continuar de pé por ele.

Agora a névoa densa e escura está diluindo, as coisas estão começando a ficar claras e sei que vão melhorar. A fé que senti ao acordar no dia que iria encontrar Ben não foi à toa. Alberto morreu e deixou o casarão que morava para vender... O dinheiro vai ficar para mim. A torneirinha não fechou afinal.

E...

Acabou a porra repulsiva e nojenta de sexo remunerado!

PARA SEMPRE.

Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora