Capítulo 8

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Dias atuais...

Certo. Agora que estou mais relaxada (pós uma dose de Tequila), posso organizar meu raciocínio...

Como eu disse antes, eu olho sim caras bonitos e essas coisas todas, mas há muito tempo eu não ficava tão... tão... nervosa como estou (estava antes da tequila) diante de um cara. Geralmente eu me afasto antes disso acontecer. E mesmo se eu não me afastasse, não sentiria nada, sou totalmente apática. Eu realmente não dou espaço para isso e definitivamente não quero me envolver com ninguém porque sei exatamente como termina.

Na merda.

Esse Ben me assustou. Está tudo ali naqueles lindos olhos dele.
Eu sei que só faz uns minutinhos, mas é suficiente para eu saber que, se eu baixar guarda, estarei apaixonadíssima em pouco tempo. E eu, senhoras e senhores... Definitivamente sou uma bosta de manteiga derretida quando me apaixono.

Ele estava bem aqui na minha frente, é lindo, misterioso, alto e gostoso e... É exatamente por isso que eu preciso me afastar.

Eu poderia sair com ele como cliente, mas... Melhor não!
Eu só sei o seu nome e já perdi as contas de quantas vezes meu coração acelerou só com o olhar dele, imagina depois de uma noite de sexo maravilhoso? (com certeza é, praticamente está escrito na testa dele) Eu enfartaria de uma vez.

Iria. Ser. Uma. Puta. De. Uma. Merda.

Quando a vida fode você, ela esfrega na sua cara o lado ruim de todas as coisas. Você sabe que se apaixonar é bom, mas a bagagem ruim que vem junto com o sentimento não faz a sensação valer à pena. Entende?

Simplesmente, há muito tempo não consigo me apaixonar.

Eu não posso me apaixonar.

Se eu me apaixonar, terei o extinto de ser completamente fiel (sim, eu não sou uma puta total). E se eu for fiel, como eu vou trepar em troca de dinheiro para manter minha casa?

Não dá. Não tem emprego, pessoas! E sim, eu sei, isso tudo é muito, muito fodido...

Nossa!

A cinza do meu cigarro está enorme e isso quer dizer que já faz uns minutos que devo estar parada olhando para o nada numa paranoia profunda de pensamentos.

Para minha sorte, faz uns minutos que chegaram duas amigas (cachorras) dos caras aqui, e agora também estão na mesa. Bom! Desvia a atenção de mim. Os caras estão na maior felicidade com as putas.

Que trouxas!

A casa noturna já está lotada. Lotada naquele nível de que, se você olhar de lado, esbarra em alguém. Aqui eu bufei e revirei os olhos. O segundo DJ da noite entrou agora, o que é conhecido por seu repertório romântico. E se Ben me chamar para dançar? Deus me ajude! Falando nele... Ele sumiu. Puff. Não sei onde foi. Não vi. Ando tão distraída...

Ninguém da mesa se importa em iniciar conversa comigo e eu poderia subir no palco e agradecer no microfone por esse alívio. Todos se viram para ver a apresentação de abertura do DJ, ele termina e a música começa imediatamente.

A hora do esfrega esfrega!

É aquela comoção para não ficar sem um par, sabe como é? O que eu acho ridículo. Sinto uma mão quente e enorme no meu quadril, e imediatamente me vem à vontade de estrangular seja lá quem for o dono dela.

- Puta que pariu! Enfia o caralho dessa mão na...

Mas antes de virar eu escuto:

- Julie.

No mesmo instante, eu sinto o famoso frio na espinha.

Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora