Capítulo 25- Julie

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Assistam o vídeo com tradução da música desse capítulo!
Right Now - One Direction

2 anos depois...

Aqui estou eu de novo. Quem diria, em? Nossa! Parece séculos... Não tinha idéia de tudo que estava por vim.

Julie Lótus Reynand está:

Não 100% satisfeita (como sempre) mas 85% satisfeita.

Dois anos atrás eu não me imaginava dizendo isso num futuro próximo, em uma vida próxima. Nem imaginava estar vivendo isso.

Eu, Gabriel e minha Mãe nos adaptamos muito bem na cidade. Nossa casa é maior e mais confortável agora, e até consegui comprar um carro. Gabriel adorou a nova escola desde seu primeiro dia de aula aqui. Gabriel agora tem dez anos e está do meu tamanho e é ótimo na escola e tem uma namorada. Sinto tanto orgulho do meu filho... tanto... tanto.

Dois meses após a nossa chegada eu entrei para faculdade. Agora estou no quinto período de direito e há onze meses consegui um estágio no setor administrativo do forúm da cidade. Mamãe está bem, muito bem. Ela fica em casa cuidando de Gabriel na maior parte do tempo (ele diz que não precisa disso porque já está grande. Eu aguento isso? Sim.), e arrumou um namorado. Já estão até planejando se casarem. Fiquei feliz por isso. Minha irmã veio com seu marido aqui no ano passado durante as férias e adorou. Já fizeram planos e pretendem vim morar aqui também, o que deixou mamãe muito feliz.

E eu?

Bem...

Melhorei, né?

Só falo palavrão quando estou muito estressada, época de prova na faculdade por exemplo. Essa melhoria foi resultado de muitas terapias que frequentei, e ainda frequento. No começo foi difícil falar sobre todo meu passado.  Não poderia ser diferente, eu nunca contei a ninguém antes, além de Ben. O meu terapeuta foi a segunda pessoa. As consultas me ajudaram bastante, e ele me disse que entendia meu bloqueio para colocar tudo para fora, e me aconselhou a escrever.
É uma boa idéia...

Recentemente passei em um concurso público e estou na espera para convocação. Não passei no primeiro, claro, eu não estava preparada, mas não desisti, e aqui estou eu para contar a história de que "Eu Consegui".

Sou mãe, filha, dona de casa, estudo, cumpro meu estágio, faço terapia e amo todas essas coisas. Finalmente consegui amar coisas.

Eu sei, eu sei...

Querem saber como anda meu coração, né?

Batendo.

Tá, desculpem, não foi engraçado.

Posso dizer que meu coração (pra lá de surrado) ainda é cheio de cicatrizes, mas hoje, elas não sangram nem doem mais. Durante esses dois anos eu dormi com dois caras (não dormi, foram duas rapidinhas), um na festa de calouros e outro aluno da faculdade. Foram duas tentativas falhas, assim como eu sabia que seria. Sendo assim, entrei em jejum de novo e pretendo me manter assim. Sexo casual é ruim, não nasci para isso. Já que entramos no assunto, eu não poderia deixar de citá-lo: Ben.

Ben Slon.

Uma vez Ben me disse que eu lembraria das coisas passadas e não sentiria mais dor. Ele estava certo.

Ben sabia.

Assim como todo resto das merdas, quando eu lembro de Ben não dói mais.

Nem deveria doer, né?

Ele me decepcionou, sim, mas ele foi uma das melhores coisas que aconteceram para mim naquele tempo. Ben foi a primeira pessoa a ver meu lado bom por trás de todo meu caos. Foi o primeiro a acreditar em mim, quando nem eu mesma não acreditava. Foi o primeiro a saber quem eu era, antes mesmo de mim. Ele é especial, muito especial. Eu sinto que deveria agradecê-lo antes de morrer.

Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora