Nova história: INCÓGNITA - Sinopse e Prólogo

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O sentido da existência de Nick Diller tinha sido enterrado junto com as pessoas que ele mais amava. Estava decidido a dar um fim na própria vida quando Stephany Brand cruzou seu caminho. A paixão quase instantânea e avassaladora, tornou-se amor recíproco, e tudo voltou a ter cor e graça novamente.

Mais de 1 ano se passa sem nenhuma atribulação. Tempo suficiente para Nick constatar que nada mais poderia abalar seu mundo.

Nick estava errado.

Numa quinta-feira de sol, o pai de Stephany sofre um acidente de carro, é socorrido, mas morre no hospital. Stephany fica arrasada. No dia seguinte, logo após o enterro do pai, ela rompe o relacionamento, alegando que precisa ficar sozinha por um tempo, e diz a Nick que não a procure.

Nick respeita a decisão dela. Porém, no domingo, coisas estranhas acontecem. E com isso já não resta dúvida: Stephany está desaparecida.

Nick, não conformado com o sumiço de sua namorada,  começa a revirar tudo de cabeça para baixo para encontrá-la. O que ele não esperava, era afundar-se sobre uma areia movediça entre crimes do passado e presente, e possivelmente do futuro, que não só envolvem Stephany, mas a ele também.

À partir daí, Nick já não tem certeza se realmente conhece de verdade as pessoas ao seu redor.

A verdade cura, ou pode ser dura ao ponto de matar?

***

Ps: A escrita é alternada entre 3° e 1° pessoa.

Ps: A escrita é alternada entre 3° e 1° pessoa

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INCÓGNITA - PRÓLOGO

- 1992 -

A porta da sala é escancarada com um estrondo, no mesmo instante em que um grito rasgado escapa da boca de alguém. A garotinha se assusta dentro do seu esconderijo secreto no armário da cozinha. Prende a respiração. Fecha os olhos. Ela tampa as orelhas com as mãos em conchas. Entretanto, suas mãos não são boas o suficiente, porque os sons pavorosos continuam entrando por entre os orifícios do seu esconderijo, penetrando à contra gosto em seus pequenos ouvidos.

Uma mulher rosna freneticamente. É a sua mãe. Um bebê chora. O bebê é Alex, seu irmão. A garotinha sente vontade de sair de seu esconderijo para acalmar o irmão, ou simplesmente fazer qualquer coisa para que aquela bolinha de gordura e baba e mijo se cale de uma vez. Ela olha pela fresta. Um homem desfere um soco no rosto da mãe da garotinha. Ela caí ruidosamente no chão. Outra mulher anda pela sala, agora com Alex nos braços. A mulher parece estérica, e grita furiosa com a mãe da garotinha. O homem desfere um chute nas costelas da mãe, que agora está encolhida sobre o carpete velho e pegajoso. Eles estão mascarados e vestidos de preto da cabeça aos pés. A mulher com o bebê nos braços pergunta algo. A mãe não responde. Ela pergunta de novo. E de novo e de novo... mas a mãe continua muda. A mãe apenas os fita, seu olhar desafiando que continuem e terminem o que estão fazendo.

A garotinha treme. Começa a sufocar soluços. A mãe continua sem responder. Continua sendo espancada. A garotinha quer sair do armário, mas suas perninhas não a obedecem. Ela olha pela fresta de novo. O homem e a mulher viram as cabeças bruscamente em direção da porta. Eles se entreolham com os olhos arregalados. Alguns segundos de hesitação, e então correm para a porta dos fundos.

A mulher e o homem mascarados somem, levando Alex junto.

Silêncio total.

A garotinha se pergunta se a mãe sabe que ela está ali, ou se ao menos se lembra que tem outra filha. 

Como se escutasse seus pensamentos, a mãe olha diretamente para a porta do armário onde a garotinha está. Seu rosto está muito inchado. Um fio de sangue escorre da altura da sobrancelha esquerda até sua bochecha. Ela cospe sangue no tapete. A mãe da garotinha levanta do chão com dificuldade, e sua mão vai direto para mesinha que fica ao lado do sofá, que está caindo aos pedaços de tão velha, mas que surpreendente dá suporte ao telefone fixo. A garotinha espera que a mãe pegue o telefone e chame ajuda.

Mas ela abre a gaveta, pega uma seringa e enfia com força no meio do braço.

Todo seu corpo relaxa.

A garotinha entra em pânico. Ela sabe que sua mãe vai apagar totalmente, e não poderá salvá-la. Não poderá salvar Alex.

Sua mão afrouxa, e a seringa cai ao seu lado. Ela quase sorri com os olhos inexpressivos. Seu corpo esborracha no chão. A garotinha compara o corpo da mãe com sua moeba verde de brinquedo. A porta da sala abre novamente. Dessa vez sem muito estardalhaço. Um homem entra. A garotinha reconhece o homem. Ele irá ajudar, pensa ela.

O rosto dele está vermelho e ele também parece furioso, mas não fica nem um pouco surpreso ao ver o cenário em sua frente. Ele olha mais uma vez para fora, depois ao todo seu redor. Em seguida encosta a porta e caminha até a mulher no chão. Ele olha diretamente para ela por vários segundos. Ele faz uma pergunta. Nada. Retorna a perguntar. A mãe se esforça para responder algo, a língua embolada, antes de seus olhos fecharem novamente. O homem começa a chorar. As lágrimas caindo. Caindo... caindo... caindo... fazendo seu rosto vermelho brilhar. Ele as enxuga na manga da camisa laranja. De repente, os olhos dele cravam diretamente na portinha do armário que a garotinha se esconde. Então o homem leva a mão até o bolso para sacar seu celular. Ele vai nos salvar, pensa a garotinha. Ela abre uma pequena brecha da portinha de seu esconderijo para ele ter certeza que ela está ali.

Mas ele não saca um celular. Ele saca uma arma.

Três tiros são disparados.

O silêncio sucessor é o mais ensurdecedor do mundo.

A garotinha sente ânsia de vômito, atordoada. Seu peito dói. Em seguida, mergulha numa profunda escuridão.

Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora