Capítulo 9

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Assistam ao vídeo com tradução da música desse capítulo!
😍👆🔥 Do I Wanna Know - Arctic Monkeys

Dias atuais...

Eu nunca tinha ouvido a voz dele, mas surpreendentemente eu sabia. Foi a mesma sensação que eu sentia ao ouvir Diego, eu não precisava vê-lo para saber que era ele. E de novo meu coração acelerou.

Que palhaçada!

A mão dele apertou levemente meu quadril e eu virei me afastando.

- Que liberdade é essa?

Ele não recuou. Retirou a mão, mas não recuou.

- Dança comigo.

E agora, porra? O que eu faço?

Ele olhava diretamente nos meus olhos e eu me senti nua. Os olhos dele me diziam que já tinham visto mais coisas do que eu era capaz de imaginar. Ele estendeu o braço para mim e eu desviei o olhar do seu rosto para sua mão.

ENORME! Puta merda!

Eu o olhei de novo e vi um fantasma de sorriso no seu rosto. Sim, ele era muito sério, mas do tipo que quando sorria os olhos sorriam junto.

- Não posso.

- Por quê?

- Meu tempo é dinheiro. Vai pagar?

- Pago.

Fodeu.

- Tenho uma doença altamente infecciosa.

Ele riu. Covinhas profundas se formaram em suas bochechas. Eram tão lindas que doía olhá-las por muito tempo.

- Tomei todas as vacinas.

Fodeu mais ainda.

Ele estendeu o braço de novo, e eu fiquei totalmente parada, apenas observando seus movimentos. Dessa vez, sua mão cobriu a minha. Após longos segundos encarando nossas mãos juntas, eu relutantemente retribuí o aperto e o olhei nos olhos.

- Vou lhe dar o crédito de... só pagar no final.

- Quanto é... Ou o quê eu faço... pra tu dançar só comigo... A noite toda?

Eu não imaginava que ainda existiam pessoas capazes de me deixar sem resposta.

- 150 por hora.

Ele sorriu.

- Feito.

Ele pegou os meus dois pulsos e os levou até seu pescoço, nossos corpos se encostaram e eu inspirei fundo. O perfume dele invadiu meus sentidos.

Bergamota.

Suas mãos "enormes" foram descendo pelos meus braços, passando pelos meus ombros. Uma das mãos parou, e a outra desceu até o final das minhas costas me apertando firmemente contra seu tórax e peito.

Isso não está acontecendo!

E como se isso já não bastasse, a mão antes parada em meu ombro subiu, ele a enfiou na minha nuca e seus dedos enormes torceram levemente meu cabelo.

PUTAAAA MERDAAAA!

Posso dizer, com toda certeza, que nesse momento não existe nenhum poro do meu corpo que não esteja arrepiado. Ele começou a se mover de um lado para o outro preguiçosamente, como se estivesse com medo de se mexer muito e eu fugir.

Você é inteligente, Ben.

Eu deixei o ritmo me levar.
Fazia tanto tempo que eu não dançava assim, leve, livre, sem repulsa. Tentei não focar na força da eletricidade entre nós. Tentei e falhei feio.

Quem Eu Deveria Ser? (Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora