Trinta e oito

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Tempos depois...

- Olha o tamanho dessa barriga! Eu mal consigo enxergar meus pés.

Carol reclama pela milésima vez sobre sua barriga. Estava enorme, pouco mais de 8 meses.

- Você está linda, Carol. Que horas são?

- 17h47min. Eles já deveriam estar aqui.

- Ainda bem que não chegaram. Ainda falta o bolo, que está atrasado. Pedi para Rodrigo enrolar o Enzo por lá. Ele estar morrendo de raiva por não ter ninguém com ele.- Eu e Carol sorrimos divertidas.

- Mal sabe ele... Precisei dizer que tinha muitas provas para corrigir antes de entrar de licença. Seus pais falaram que estão viajando. Coitado do meu marido, fiquei com muita pena dele.

Sorri ainda mais.

Bem, muitas coisas aconteceram nesses últimos meses. Enzo enfim está voltando para casa. Isso só pôde acontecer depois que o médico teve certeza que reagira bem à quimioterapia. E quanto teve alta, hoje depois do almoço, foi uma grande festa. Ou melhor, será.

Decidimos organizar uma festa surpresa para o meu irmãozinho. Ele está com raiva porque além de Rodrigo, ninguém ficou lá com ele na hora de ir embora. Meu coração ficou apertado mas feliz, sabendo o quanto ele ficaria emocionado com a surpresa. Depois de meses naquele hospital ele estaria de volta.

- E falando nisso, cadê todo mundo?

- Meus pais foram buscar minha tia Luana e meus primos no aeroporto. Parece que o vôo atrasou, por isso a demora. Lucas foi buscar o bolo já faz horas também.- Reviro os olhos.

- Você e Lucas estão bem?- Ela pergunta me pegando de surpresa. Sorrio apaixonada.

- Melhor impossível.

A campainha toca. Carol se levanta com dificuldade, já que eu estava pendurando as bolas.

- Será que são eles?

- Não. Rodrigo vai me avisar quando estiverem a caminho.

Ela abre a porta e o meu namorado aparece, segurando um bolo diferente do que eu tinha encomendado.

- Eu posso explicar.

Diz ele, observando minha confusão. Coloca o bolo na mesa e me dá um beijo estalado.

- Estou esperando.

- Bem.- Limpa a garganta.- Digamos que alguém tenha comido o bolo enquanto eu tomava banho.

- Não acredito, Lucas. O que disse sobre deixar Floyd longe da cozinha?

Floyd era o nosso filho. Lucas e eu achamos o pequeno labrador abandonado na porta de seu prédio há 3 dias e adotamos. Mas será por pouco tempo, decidimos dá-lo para o orfanato que eu ajudo, mas está sendo difícil desapegar.

- Você sabe que ele come até as paredes se deixar.- Se defende.- Mas não fique preocupada, eu mesmo fiz um novo bolo. E com certeza está mais gostoso que o primeiro.

Encaro-o como se dissesse "Eu sei que você tirou uma casquinha também".

Meu celular apita com uma nova mensagem, no mesmo momento que meus pais entram pela porta com minha tia, seu marido e seus filhos e namoradas, ou esposa no caso do meu primo mais velho.

Rodrigo disse que já estão chegando na mensagem então me apresso.

- Vamos, pessoal, eles estão a caminho!

Começamos a guardar as coisas. Escadas, fita isolante e esses objetos que usamos para ornamentar festas.

Quando acabamos dou uma boa olhada em tudo. A sala do meu irmão estava bem colorida com as bolas que coloquei. A mesa estava repleta de doces e o bolo de dois andares branco com algumas jujubas que Lucas fez. Uma grande faixa estava no meio escrito " Seja bem-vindo de volta!". Ele iria adorar.

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