Capítulo 62

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Já faziam duas horas que Anahí entrara na cirurgia e nenhuma notícia tinha sido dada.

- Filho vai pra casa com a sua mãe. - Enrique encarou Christopher.

- Enrique eu não vou sair daqui. - Marichello respondeu.

- Nem eu pai.

- Mas você fez transfusão de sangue, precisa ir pra casa descansar. - Enrique respondeu.

- Eu não quero pai, quero ficar aqui. - respondeu.

Enrique suspirou e não tocou mais no assunto. Quando o médico entrou na sala, Alfonso e Enrique se levantaram ao mesmo tempo.

- Como está minha noiva?

- Como foi a cirurgia? - Enrique perguntou.

- Conseguimos conter a hemorragia e com a transfusão foi possível repor o sangue que ela perdeu.

- Então ela vai ficar bem? Minha noiva vai ficar bem... Não vai? - Alfonso perguntou desesperado.

- Houve uma complicação.

- Que complicação? - Marichello perguntou assustada.

- Há alguns anos a filha de vocês perfurou o pulmão esquerdo quando fraturou as costelas. O pulmão esquerdo por ser menor que o direito, é divido em lobo superior e inferior, na época do acidente o lobo inferior dela foi perfurado e 60% de sua capacidade foi perdida.

- Sim, mas isso nunca foi problema, os médicos disseram que ela teria uma vida normal. - Enrique disse.

- Sim, mas a complicação se deu devido à esse acidente anterior. Sua filha sofreu vários traumatismos, alguns no tórax, isso comprometeu os pulmões, principalmente do lado esquerdo que já estava afetado.

- O que está querendo nos dizer doutor? - Alfonso perguntou assustado.

- A senhorita Anahí chegou aqui com sérias dificuldades respiratórias e durante a cirurgia sofreu uma parada cardiorrespiratória. Conseguimos reanima-la, mas depois disso, foi impossível para ela manter-se respirando sozinha. Tivemos que induzi-la ao coma e liga-la a um ventilador mecânico, um aparelho que realiza a tarefa dos pulmões levando o ar para dentro e pra fora, mantendo-a respirando.

- Minha filha vai ficar bem. Não vai doutor? - Marichello perguntou, começando a chorar.

- Temos que dar tempo para os pulmões dela se recuperarem, só vamos poder desliga-la do ventilador e acordá-la, se ela se manter capaz de respirar sozinha. Enquanto isso ela terá que ficar na UTI.

- Ela não corre risco de vida, corre? - Ucker perguntou com medo.

- Se os pulmões dela pararem e não conseguirmos reanima-la... Sim, ela pode vir à óbito!

- Não ela não vai morrer, ela vai ficar boa doutor. - Alfonso respondeu enxugando o rosto.

- Por favor, me deixa ver minha filha, eu quero ver minha filha. - Marichello suplicou.

- É claro, eu vou pedir para a enfermeira vir busca-los. Com licença.

Marichello abraçou Enrique, enquanto Alfonso atordoado se sentava no banco.

- Ele vai ficar bem! - Christopher sentou ao lado dele.

Alfonso encarou a aliança de noivado e passou a mão pelos cabelos.

- Não sei o que eu vou fazer se eu perder sua irmã também. - enxugou o rosto.

- A Any não vai morrer, da outra vez foi a mesma coisa! Os médicos acharam muito ela e a Manu chegarem vivas ao hospital, todo mundo achou que elas morreriam. Só que poucos dias depois, Any estava recebendo alta e depois de três anos, Manu surpreendeu todo mundo e acordou do coma. Ninguém que visse as duas, acreditaria no que elas passaram... Ela vai se salvar de novo!

Arrebatados ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora