Alfonso encarou Anahí, nunca pensou que um dia a veria sentada no sofá da sala de Ramon Gardela, enquanto ele, gentilmente, lhe oferecia um copo com água.
- Não posso ser sua sobrinha, você só pode estar viajando. - Any o encarou cética.
- Agora que você se acalmou posso explicar tudo. - Ramon respondeu e encarou Alfonso. - Você tem certeza de que vai se casar com ela? Os Portillo dão trabalho e essa é igualzinha ao pai. - apontou Any.
- Eu a amo! - Alfonso deu de ombros. - Por mais trabalho que possa me dar, não consigo viver longe dela. - sorriu para Anahí e ela sorriu de volta, gostando das palavras dele.
- Já ouvi isso uma vez. - Ramon resmungou. - Não consigo viver sem ele! Ainda bem que nunca me apaixonei de verdade e só me envolvi seriamente com a mãe do Gustavo.
- Você disse que já ouviu isso antes, de quem? - Anahí perguntou.
- Da sua mãe! - respondeu com amargura. - Quando eu ainda a considerava minha irmã.
Anahí engasgou com a água, Alfonso tomou o copo da mão dela e deu batidinhas nas costas dela.
- É irmão de Marichello Portillo? - perguntou e devolveu o copo à Anahí depois que parou de tossir.
- Marichello Gardela, esse era o nome dela antes de se casar. E por que a surpresa? Se disse que sou tio dela, tenho que ser irmão de um de seus pais e graças a Deus, não sou um Portillo.
- Você já odiava meu pai antes dele casar com a minha mãe? Ou o odeia porque eles se casaram?
- Os Portillo nunca valeram nada, você não tem nada a ver com a história, mas infelizmente é filha de um Portillo, teimosa e extremamente parecida com o seu pai. Minha família já estava aqui quando eles chegaram. Os Portillo se achavam os donos do mundo, queriam comprar todo o Vale do Oeste, muitas famílias cederam suas terras à eles, mas o meu avô não. Foi ai que nasceu o ódio entre um Portillo e um Gardela. Seu bisavô atraiu o meu avô, o fez apostar suas terras em um jogo de cartas. Meu avô sempre jurou que seu bisavô o roubou naquela mesa e assim conseguiu suas terras para si. Meu avô teve que ir embora daqui, destruído e acabou falindo. Meu pai quem teve que suar para recuperar a fortuna e ao mesmo tempo que meu pai subia, seu avô caia, ele não soube lidar com a fortuna que o seu bisavô deixou pra ele.
- Assim como você não tem culpa pelo que aconteceu com seu avô, Enrique não tem culpa do que o avô dele fez. - Alfonso argumentou.
- Tem sim, eu tenho certeza que Enrique, assim como o seu avô roubaram inúmeras pessoas para poderem chegar onde estão. Seu bisavô e seu avô não prestavam, seu pai deve prestar menos ainda.
- Meu pai não é nenhum ladrão, ele trabalhou assim como você e o seu pai pra ter tudo o que tem hoje. Eu conhecia essa história de que meu avô perdeu quase todo o dinheiro que meu bisavô deixou, mas isso não faz do meu pai ou do meu avô, ladrões. Você não pode acusa-los sem provas. - Any gritou.
- O que eu sei é que os Portillo foram a desgraça da minha família, meu pai nunca devia ter trazido eu e Marichello pra cá, maldita hora que ele quis recuperar suas terras. Seu pai seduziu a minha irmã, bastou ela olhar pra ele pra se apaixonar, ele a roubou de nós, da mesma forma que seu bisavô roubou as terras do meu avô. - Ramon acusou.
- Minha mãe se apaixonou pelo meu pai e ele por ela, se tudo não passasse de vingança, ele a teria deixado quando engravidou do Christopher. Meus pais e eu não temos culpas se a sua família, odeia a minha.
- Ramon eu acho que você está misturando as coisas.
- Eu não estou misturando nada e por isso renego Marichello, renego você Anahí e seus irmãos. Meu pai morreu de desgosto quando soube que Marichello fugiu pra casa com Enrique, ela mal tinha completado 20 anos quando ele a convenceu a fugir. Meu pai a deserdou antes de morrer e hoje em dia ela não é mais uma Gardela, se bandeou para os lado dos Portillo.
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Arrebatados ✔
FanfictionApós um trauma na adolescência a última coisa que Anahí quer é regressar para a fazenda de sua família. Agora aos 22 anos, contrariada e sem escolhas ela resolve atender a uma exigência de seu pai e sua madrinha e volta a pisar os pés em Vale do Oes...