Alfonso entrou no quarto e Rafael entrou atrás, os dois usando as roupas de proteção exigidas na UTI. Rafael se aproximou da cama e Alfonso não gostou muito quando ele segurou a mão direita de Anahí. Ficou satisfeito quando viu o anel de noivado no dedo dela, um lembrete de que Anahí estava comprometida, muito bem comprometida.
- Poxa Any que chato o que aconteceu com você. - Rafael a encarou. - Olha eu espero de verdade que você se recupere desse acidente, que você consiga acordar logo pra gente continuar nosso negócio de hipismo, não vai ter graça tocar aquilo tudo sem você. - sorriu.
Alfonso encarou Anahí e suspirou, faziam dois dias que ela estava daquele jeito e para Alfonso já fazia anos.
- Eu vou vir muito aqui ainda te perturbar enquanto você estiver aqui, espero que saiba disso e que não leve muitos dias pra você acordar. - sorriu.
Alfonso se aproximou da cama e numa mistura de vontade de tocar nela e necessidade de marcar território, beijou a testa dela e segurou sua outra mão.
- Tenho certeza que ela vai acordar logo.
- É ela vai! - Rafael sorriu e um tanto sem graça soltou a mão dela, as palavras de Letícia aquele dia vieram à tona como se estivessem sendo sussurradas no seu ouvido: "Eles estão noivos e muito apaixonados um pelo outro. E se você quer continuar vivo, nem se atreva a pensar nela dessa forma, Alfonso te mata se souber. Ele é louco por ela, super protetor e extremamente ciumento." - Bom, eu acho que já vou, sem ela acho que vou ter que continuar tocando as coisas do centro de hipismo sozinho, pelo menos por enquanto.
- É você deve estar cheio de trabalho mesmo, qualquer coisa pede pra Letícia te ajudar, vocês são amigos né? - Poncho o olhou sério, nunca iria aceitar totalmente, a intimidade que Rafael tinha com Anahí.
- Bom, eu estou indo então, espero que ela acorde logo.
- Eu te acompanho, já volto, meu amor. - Alfonso se inclinou e deu um beijo na testa dela.
- Tchau Any! - Rafael forçou um sorriso e deu as costas.
Alfonso encarou a noiva mais uma vez antes de sair do quarto.
Nas duas semanas que se seguiram, Anahí finalmente começou a dar sinais de que estava voltando a consciência e que estava melhorando. Um processo de desmame foi iniciado quando ela começou a dar indícios de que estava respirando sozinha.
A confirmação de que o acidente de Anahí foi criminoso abriu um inquérito para investigar o possível autor ou autores. Leonor e Ramon foram os primeiros a serem chamados para depor. Após darem seus depoimentos e garantirem que não tinham nada a ver com o acidente, ou no caso de Ramon, com o incêndio no estábulo, ambos foram liberados, mas proibidos de sair da cidade.
A polícia então começou a investigar ambos os casos em busca de possíveis suspeitos. Com a melhora de Anahí havia a esperança de que novas pistas pudessem aparecer quando ela acordasse e pudesse depor.
Naquela manhã Enrique e Alfonso chegaram à delegacia atendendo ao chamado de Alec.
- Sentem-se, por favor.
- Alguma novidade sobre o acidente ou o incêndio no estábulo?
- Sobre o incêndio não, mas sobre o acidente sim. Um amigo meu trabalha como delegado na cidade vizinha e ele disse que uma loja de aluguel de carros fez uma denúncia há alguns dias, após um carro que havia sido alugado não ser devolvido. Eles checaram os dados da pessoa que alugou o carro e tanto nome como endereço constaram inválidos, a pessoa usou documentos e nome falso para alugar o carro. Ontem à tarde o carro foi encontrado abandonado numa estrada a quilômetros daqui. O veículo apresentava arranhões na parte lateral direita e na frente.
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Arrebatados ✔
FanfictionApós um trauma na adolescência a última coisa que Anahí quer é regressar para a fazenda de sua família. Agora aos 22 anos, contrariada e sem escolhas ela resolve atender a uma exigência de seu pai e sua madrinha e volta a pisar os pés em Vale do Oes...