Capítulo 74

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Anahí apoiou as mãos nos ombros de Alfonso e quando ele envolveu sua cintura, ela circundou os braços em torno do pescoço dele. A blusa molhada dela grudou no peito dele, quando qualquer distância foi anulada. Gentilmente Alfonso pediu passagem entre os lábios dela com a sua língua, provando, redescobrindo e Anahí cedeu com um gemido. Não se lembrava de ter sentido algo assim em toda sua vida, parecia que um milhão de borboletas estavam passeando em seu estômago e seu coração estava disparado.

Mergulhando as mãos entre os cabelos molhados de Alfonso, ela se deixou levar. Os lábios dele eram tão macios e se encaixavam perfeitamente nos dela. A língua dele acariciava a dela devagar, com amor, idolatrando-a e acariciando toda sua boca. Ela sabia que o calor que sentia era familiar, sabe-se lá quantas vezes eles ficaram assim. Ela queria que sua memória voltasse, queria entender tudo que sentia e tinha vivido com ele, talvez se ela lembrasse poderiam descobrir mais rapidamente quem tentou machucá-la.

Anahí se sentia tão bem ali com ele, parecia tão certo o que estavam fazendo que não entendia como pôde ter esquecido dele, de tudo que Alfonso lhe proporcionava. Ela queria lembrar, mas não conseguia.

Alfonso envolveu a nuca de Anahí imobilizando-a e não querendo encerrar aquele beijo. Era como um sonho realizado estar assim com ela outra vez. Sua madame, a Anahí por quem tinha se apaixonado estava voltando pra ele. Ela podia não se lembrar, mas os sentimentos estavam intactos e como podia ser diferente? Depois de tudo o que passaram, aquele amor que sentiam pelo outro não podia simplesmente ser apagado. Ele estava adormecido dentro dela e agora dava sinais de que estava despertando.

- Eu te amo! - as palavras saíram dele de forma natural. - Você não tem ideia de como eu te amo.

Alfonso abriu os olhos e a encarou, estava com medo de tê-la assustado ou de que ela tivesse se arrependido de ter pedido aquele beijo.

Os olhos azuis de Anahí estavam marejados quando ela o encarou de volta e lentamente se afastou.

- Eu...

Alfonso a encarou com medo das próximas palavras dela, ela olhava a água em torno deles.

- No dia que você me beijou no estábulo eu me lembrei do pedido de casamento que você me fez, pensei que se me beijasse de novo, eu lembraria de mais alguma coisa.

- Any você vai lembrar aos poucos.

- E se eu me esquecer de tudo pra sempre? Se eu nunca mais conseguir me lembrar de você, da sua irmã e de todo o resto que eu esqueci? Ta na cara que você é um cara maravilhoso, que já passou por um monte de coisa e que você merece ser feliz...

- Any me escuta! - Alfonso a interrompeu antes que ela chegasse onde ele não queria. - Você acabou de me fazer o cara mais feliz do mundo e era assim antes do acidente. Eu só posso ser feliz do seu lado, é você que me completa, por favor, não se arrependa do que acabou de acontecer.

- É que não é justo você dizer que me ama e depois dizer que somos amigos. Se é como todo mundo diz você é o amor da minha vida e eu estou machucando você.

- Mas nós somos amigos, companheiros Any, o que você quiser. Se você acha que me machuca por não se lembrar de mim, vai machucar muito mais se me afastar de você. Ninguém te perdeu mais do que eu Any.

- O que eu fiz pra merecer você? Sabia que eu sempre sonhei com príncipe encantado? - sorriu.

- Não sei o que você fez pra me merecer, você era bem metida quando nos conhecemos, por isso comecei a implicar com você e te chamar de madame.

- E pra te dar o troco eu te chamava de cowboy? - Any sorriu.

- Exatamente! - Alfonso sorriu.

Anahí se arrepiou e seus dentes começaram a bater de frio.

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