3 - Fénix, Renascida das cinzas

FIM

Eduarda

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Meu coração se comportava inquietante dentro do meu peito, ouvindo a marcha nupcial soando enquanto eu caminhava sobre o tapete vermelho a passos lentos ao lado do meu pai.

Seria um sonho tudo que eu estava vivendo? De pé no altar, eu esperava ansiosamente à entrada triunfal da minha futura esposa. Os padrinhos, Guilherme e Bernardo, pareciam que a qualquer momento inundariam o salão com tantas lágrimas.

Eis que quando meu coração já estava quase saindo pela boca de tanto nervosismo, o tio de Clara entra com sua sobrinha caminhando a passos lentos pelo tapete vermelho...

Vê-la vir caminhando até mim, passo-a-passo, enquanto nossos olhares se cruzavam, era de todas a melhor experiência já experimentada por mim.

Clara

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Quando eu entrei naquele salão, todos inclusive Eduarda já estavam a minha espera. Ela estava tão linda que meu coração conseguiu apaixonar-se ainda mais. Girei meus olhos e encarei os convidados, céus ela havia mesmo conseguido juntar todo mundo. Senti meu coração pesar por um instante por não ter dona Valentina, minha mãe e heroína para prestigiar esse momento, mas logo voltei a sorrir. Era um dia importante para mim e  esteja onde ela estiver, tenho certeza que ela desejaria ver sua filha feliz. Voltei a encarar o centro do salão e vi ao lado de Eduarda, Guilherme e Bernardo emocionados. Pela emoção, eles até pareciam os noivos e não padrinhos. A esquerda estava Lívia e Laura vestidas de forma deslumbrantes. Eduarda acertou bem na escolha das minhas madrinhas, eu faria a mesma escolha.

— Cuide bem da minha sobrinha. — Ouvi meu tio sussurrar ao ouvido de Eduarda quando por fim havíamos chegado ao fim da linha traçada pelo tapete vermelho.

Eduarda

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Tendo-a agora ao meu lado, a emoção parecia estar crescendo cada vez mais. O Juiz de Paz iniciou seu discurso, mas era por ela que meus olhos teimavam em buscar.

Os textos escolhidos pelo Juiz de paz pareciam sob medida para aquele momento. Eram textos clássicos que refletiam histórias como as nossas – retirados de Gilgamesh e Platão – e músicas que soavam sacras mas vinham de nossas coleções pessoais, de Philip Glass a Sinéad O'Connor. Toda aquela atmosfera me fazia refletir em tudo que tinhamos passado até finalmente chegar ali. Enquanto o Juiz iniciava a leitura de algumas palavras, Lara entrava na igreja como a daminha de honra mais linda desse mundo, carregando as alianças. 

"Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte... Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada." — C. Salomão 8:6-7

Quando menos esperei, já era hora do ápice do casamento:

— Maria Eduarda, você aceita Ana Clara como sua esposa, para ama-la e respeita-la por todos os dias de suas vidas?

— Sim, eu aceito. — Eu já não era tão forte para conter a emoção. Eu estava realizando o sonho mais doce da minha alma. 

Clara

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— Ana Clara, você aceita Maria Eduarda como sua esposa, para ama-la e respeita-la por todos os dias de suas vidas?

— Eu, Ana Clara, prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. — Não restava a menor dúvida. Se minha boca por um minuto calasse aquela resposta, meus olhos apaixonados falariam por si.