3 - Fénix, Renascida das cinzas

Capítulo 10 - Lembranças

Eduarda

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Encaminhei-me até a casa de Guilherme tentando pensar com menos frequência naquela fotografia que não queria sair da minha mente, antes que o peso daquela lembrança me fizesse bater meu carro e tirar minha própria vida. 

Após estacionar o carro, eu sentia a cada passo que eu dava em destino ao meu caminho, uma briga com meu subconsciente que gritava "eles não te devem satisfações" "e dai se eles estiverem mesmo juntos? O que você vai fazer?". Quando por fim toquei a campainha, já era tarde para arrepender-me de estar aqui.

Algo em mim estava diferente, eu sentia isso de forma gritante dentro de mim. Apesar de sempre ter sido tão inconsequente, eu estava disposta a ouvi-los e entende-los, não que toda essa história não estivesse me doendo e me destruindo por dentro, eu só não queria cometer o mesmo erro de não ouvi-la, sabendo que foi esse meu grande erro no passado. 

— Eduarda? O que faz aqui? —  Rafael indagou surpreso ao abrir a porta. 

— Vim por isso. — falei mostrando-lhe a fotografia que mais cedo eu havia recebido de Samantha. 

— Pelos Deuses Eduarda, eu juro que posso explicar. A Sam não devia ter te enviado isso. — ele falou com uma voz tão trêmula que transparecia medo e insegurança.

— Não vim aqui para falar com você Rafael. Não quero suas explicações. A Clara está?  

— Ela está lá em cima, no quarto, lendo o diário.  

— Chame-a, quero falar com ela. — falei firme, curta, mas não fui capaz de elevar o tom de voz. Pela primeira vez eu estava agindo com a razão, sem deixar minhas dores sentimentais tão expostas.  

  — Eu imagino que vocês querem conversar a sós, e por isso sugiro que suba até lá. O primo ainda não voltou do serviço, e se for passar no hospital para ver Bernardo, creio que demorará bem mais, eu já estava de saída também, preciso conversar com Samantha e resolver o mal-entendido.  Então fiquem a vontade. — ele disse me dando espaço para subir. Mas antes que eu sumisse do seu alcance de visão, ele completou: — Duda, sei que dificilmente acreditará em mim, mas eu juro que entre Clara e eu não aconteceu nada. — eu ouvi aquela afirmação, mas não fui capaz de dizer nada. Limitei-me apenas a subir até onde Clara encontrava-se, enquanto eu ouvia o barulho da porta bater, por certo ele havia de fato ido.

Clara

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"Hoje fui pedida em namoro por ela, foi tão mágico e incrível. Diário, você não vai acreditar, mas ela me levou até a praia de Boa Viagem... chegando lá paramos para comprar água de coco e fomos tomando enquanto caminhávamos, até que em certo momento da caminhada, vem em nossa direção um rapaz de patins e um sorriso aberto no rosto, ele para diante de mim e me oferece uma rosa, eu confusa, olho para Duda com a interrogação estampada em meus olhos querendo saber se podia aceitar. Ela assentiu com a cabeça como se me dissesse que seria indelicado recusar. Eu sem entender nada, resolvi apenas aceitar e o rapaz foi embora depois que eu agradeci. Voltamos a conversar sobre outras coisas, até que fomos interrompidas por um casal de idosos que vinham em nossa direção, e cada um trazia uma rosa na mão e também me entregaram. A situação estava começando a me deixar intrigada. Depois disso, voltamos a andar e uma série de pessoas vinham me entregar rosas. Em certo ponto, eu já estava com um dos braços carregados com um buquê de quase 50 rosas, todos que passavam pela gente nos olhavam curiosos. Meu sorriso de boba apaixonada já era maior que minha expressão. Repentinamente, quase no fim do trajeto, vimos uma fogueira na areia da praia e algumas pessoas em volta, ela me convidou para aproximar-me e eu topei. Cumprimentamos as pessoas que lá estavam, e nos juntamos em volta da fogueira. A Duda sentou atrás de mim, me abraçando e deixando que eu me encostasse em seu peito. Em volta da fogueira tinha umas 20 pessoas mais ou menos, e dois rapazes tocavam violão e quase todos estavam cantando juntos. À nossa frente, tinha uma ruiva com um vestido branco bem solto, e uma coroa de flores no cabelo. Ela era muito bonita e olhava o tempo inteiro para a Duda. Eu já estava ficando com raiva, mas fiquei na minha. Em certo momento, a tal ruiva levanta-se e os rapazes começam a introdução de uma música, a ruiva começa a cantar "Quando você passa" olhando em nossa direção.