3 - Fénix, Renascida das cinzas

Capítulo 27 - Praça de alimentação

Melissa

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Desde a noite passada não tenho notícias de Eduarda. Uma preocupação grandiosa toma meus pensamentos, mas não vou ligar, nem buscar saber notícias. Ela precisa ver que está perdendo-me. Ainda que eu me importe muito, não posso demonstrar tanto. Ela vai descobrir, ainda que tardiamente, a garota incrível que perdeu. 

Olho em minhas mãos e por alguns longos minutos encaro meu telefone. Meu desejo era buscar na agenda telefônica o contato de Eduarda e saber sobre seu paradeiro, sobre onde passou a noite, mas em meio à agenda foi o contato de Jennifer que disquei. 

Jennifer

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Era fim de tarde quando meu celular tocou. Olhei na tela e vi que se tratava de Melissa... Céus! Após a noite catastrófica de ontem, achei que ela nunca mais me ligaria.

— Alô?

— Jennifer? Gostaria de saber se nosso encontro na praça de alimentação do supermercado ainda está de pé? Acho que encontrei a resposta para sua proposta.

— Claro, Mel. É claro que está! Podemos nos encontrar as sete horas da noite?

— Sim, podemos... Estarei lá!

Nem bem desliguei o telefone, e já estava correndo para o banho. Já era quase noite e eu tinha um curto período de preparação. Jennifer Oliver você precisa impressiona-la. A escolha da roupa e do perfume não foi simples casualidade. Meu jeans rasgado, minha regata escura e meu perfume amadeirado era sem dúvidas armas de sedução. Não que eu esteja afim da Melissa ou algo parecido, mas é que ao lado de belas garotas sempre devemos estar à altura.

Melissa

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Confesso que abri o guarda-roupas e peguei o primeiro vestido que vi em minha frente. Eu não estava em uma boa vibe para escolher gloriosas vestimentas. Acho que tudo que aconteceu me tirou um pouco do encanto de ver as coisas com bons olhos. Felizmente, diferentemente de mim a Lara não me deu muito trabalho para aceitar vestir-se. Cuidar da produção da minha pequena sempre foi mais fácil que cuidar da minha própria. Acho que ela está ansiosa para se divertir no parquinho e se cercar de outras crianças. 

SUPERMERCADO ROUNDLYN, PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 

Jennifer

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Exatamente as 6h30min fui para a praça do supermercado espera-la. Eu sabia que havíamos marcado as sete, mas eu não queria arriscar me atrasar. Alguns longos minutos passaram e ela logo surgiu em meu campo de visão como num passe de mágica dando fim a minha espera e iniciando minha crise de timidez. — Céus, como ela está deslumbrante. — afirmei a mim mesma, enquanto meus olhos acompanhavam seus passos em minha direção. Arrumei o cabelo pondo uma mecha solta para trás da orelha e sorri docemente para cumprimenta-la. O seu belo vestido e o seu irresistível perfume só faziam par com seu sorriso. Diante de meus olhos estava a personificação do grau mais elevado da beleza feminina. Era a mesma garota de ontem, mas ainda mais linda. Lara também estava uma gostosura de menina. Sua blusinha da frozen combinando com sua tiaria deixava aquela pequena um encanto. 

— Me perdoe pelo atraso e me perdoe mais ainda por trazer minha filha, mas eu não tinha com quem deixa-la. — ela disse beijando meu rosto e me cumprimentando. 

— Por que não? Eduarda não poderia ficar com sua filha? Afinal ela é a outra mãe...  — indaguei confusa.

— Nós não estamos mais juntas. 

— Isso quer dizer o que exatamente? Estou meio confusa com essa resposta. Eduarda deixou de ser mãe da pequena Lara após o rompimento?

— Não. Apesar dos erros de Eduarda, ela sempre foi uma boa mãe para minha filha e isso não posso negar. Nós rompemos, mas sou adulta o suficiente para separar as coisas e saber que laços maternais não devem ser rompidos. Não vou separar Lara de Eduarda, só estou dando um tempo até que essa má fase se resolva. 

— Me perdoe por tocar nesse assunto... Só me preocupei.  

— Agradeço a preocupação, mas acho melhor mudarmos de assunto antes que eu me entristeça. — seus olhos brilhavam lacrimejados. 

— Não quero te ver triste... Afinal, viemos aqui para falar de uma boa notícia, eu espero! Então... você pensou na minha proposta? 

— Pensei bastante...

— Resolveu aceita-la? — eu estava ansiosa para saber.

— Sim. Eu quero ser sua nova modelo. Quero estampar a primeira edição da sua revista de moda. 

— Céus, que bom que finalmente resolveu aceitar... Laura vai surtar quando eu falar as boas novas.  Já estamos trabalhando nesse projeto e certamente em um pouco mais de um mês você já estará vendo seu rosto estampado em várias bancas de revistas. — eu falava animada, vibrando, quase em festa... — Mas porque mesmo após você ter aceitado, ainda sinto como se apenas eu estivesse feliz por isso? Me explica porque esses olhos tão tristes?

— Não é que eu não esteja feliz, pois eu estou... É só que estou com medo... — ela disse cabisbaixa. 

— Medo? 

— Sim... eu não sei se vou conseguir suprir suas expectativas. Eu não sou modelo e não sei se consigo ser. Minha própria namorada, ou ex namorada, nem sei mais como chama-la, não acredita muito que eu posso conseguir. Ela acha que você não me convidou por ver algum potencial em mim e sim porque quer me comprar e me deslumbrar sexualmente falando. Acho que por ser ex garota de programa, Duda acredita que todos ainda me enxergam assim...

— Sua namorada é uma verdadeira idiota. Ela projeta nos outros a forma que ela te enxerga. Desde o momento em que te vi, na fila do supermercado eu te achei linda. Eu não vou mentir que você me atrai em todos os sentidos, inclusive sexualmente, mas isso não tem nada relacionado ao fato de você ser ex garota de programa, é pelo fato de ser uma mulher linda. Uma ruiva como você atrairia qualquer pessoa de sã consciência, incluindo a madre Tereza de Calcutá. Vou te fazer a modelo mais requisitada do pais e essa garota vai se arrepender de duvidar do potencial que eu sei que você tem. E se acontecesse sexo após isso, coisa que dúvido, será por temos atração e química, e jamais por divida. Agora por favor, pare de chorar que ela não merece suas lágrimas. 

— Porque dúvidas? E quanto a minha tristeza, eu ainda não sei um remédio que cure-a.  

— Porque sei o quanto você a ama... E sobre curar tristeza, eu sei, sou mestre  nessa arte... Se chama calzone de chocolate! Nunca vi alguém triste comendo calzone.  — falei pegando Lara em meus braços e adentrando a praça de alimentação. 

Melissa

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Jennifer parecia mais criança que a minha filha comendo aquele calzone. Se lambuzou inteira com a calda de chocolate. Tinha recheio por todos os lado, isso incluía sua blusa, seu rosto, sua boca.. Céus, ela mais parecia estar tentando tomar banho de calzone que tentando come-lo.  Não posso negar que isso me arrancou altas risadas e por um momento eu quase esqueci do problemas que me rondavam. 

Não precisei de muito tempo para descobrir o jeito que Jennifer levava com crianças. Lara não parava de chorar, até Jeh aparecer com um lindo ursinho de pelúcia nas mãos com um formato de panda e presentear a minha pequena taurina que nem bem nasceu e já se mostrava uma bela dramática. Não culpem o DNA, juro que ela não herdou esse drama de mim, quer dizer, só um pouquinho.. Tá, talvez muito, mas em minha defesa eu estou tentando melhorar.