Jennifer
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Ao chegar na boate logo avistei Laura, Lívia, Bernardo e Guilherme. Não pensei duas vezes, me aproximei e fui logo falar com eles.
— Vocês sabem onde está Eduarda? Preciso falar com ela. — eu estava com uma respiração ofegante, quem me visse de longe poderia jurar que eu tinha corrido uma maratona para chegar ali.
— O que você quer com a Duda Jennifer? Não provoca ela. Não estamos afim de começar a terceira guerra mundial. Ela te viu sair com Clara e está uma fera. Se ela quebrar sua cara, não vou fazer nada para impedir. — Laura falou como uma espécie de irmã mais velha puxando minha orelha.
— Não é nada disso. Eu só preciso falar com ela. Juro que vim em paz. Me digam por favor onde ela está? — falei com sinceridade.
— Vou dizer porque confio em você e sei que não ia querer sua linda carinha quebrada. — disse Guilherme com sarcasmo. — Ela está no balção da boate, afogando as lágrimas em álcool.
Sem pensar em mais nada corri até lá. Eu precisava reparar ao menos parte dos erros que cometi nesta noite. Quando olhei para trás, Gui, Ber, Liv e Laura me seguiam, por certo estavam com medo que a noite acabasse em murros e socos. Quando por fim encontrei a visão de Eduarda em meu campo de visão, eu quase, quase mesmo, consegui sentir pena dela. Sua maquiagem estava borrada e uma garrafa na sua mão decodificava o quanto ela estava destruída. Ao me ver, veio em minha direção com os punhos fechados, quase na tentativa de me socar, mas estava tão tonta que mal conseguia se equilibrar de pé, pior acertar meu rosto.
— O que veio fazer aqui? Já não basta ter levado Clara para casa, ainda veio tirar sarro da minha cara? — ela esbravejou pronta para vir para cima de mim. Mas Laura, obviamente nunca deixaria que ela me machucasse, então com velocidade a segurou dizendo:
— Calma Duda, ouve ao menos o que Jeh tem a dizer. Promete que se ela tiver vindo para tirar sarro, eu mesma quebro a cara dela.
— Eu a levei sim, e você deveria me agradecer ao invés de reclamar, ao menos sabemos que ela chegou em segurança. — falei grosseira.
— Pode deixar que minha mão vai agradecer muito bem marcando sua cara. — ela vociferou tentando se desprender dos braços de Liv e Laura.
— Jeh, fala logo para o bem da sua saúde física. — Guilherme disse convencendo-me.
— Eu conversei com Clara e vi que ela te ama. Aquele beijo que você viu, foi apenas uma tentativa de te causar ciúmes. Vim te falar isso não por sentir pena de ti, pois não dou a mínima para seus sentimentos. Estou falando porque apesar de tudo, eu consigo enxergar que errei bastante hoje com uma garota incrível, e não falo de ti ou de Clara, falo de Mel. Se quer um conselho, retoca sua maquiagem - que por sinal está horrível-, melhora esse bafo de bebida - que pode ser sentido há quilômetros de distância. - e vai atrás da garota que você ama. Se é que realmente a ama. Ela está no apartamento de Gui, sozinha... Eu mesma acabei de deixa-la lá.
Eduarda
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Eu não conseguia gostar nem um pouco dessa tal de Jennifer, mas em algo ela tinha razão, eu tinha que tentar uma outra vez. Enxuguei minhas lágrimas e senti meu coração batendo mais esperançoso. Sem pensar em mais nada, ouvindo aquelas palavras, sai um pouco desequilibrada tombando nas pessoas indo em destino ao banheiro da boate para lavar meu rosto. Não posso dizer que me curei cem por cento, mas ao menos a tontura estava estabilizando. Gui, Ber, Jeh, Laura e Liv me esperavam do lado de fora. Acho que eles estavam vibrando e tentavam a todo custo me encorajar.
— Pega, você vai precisar disso... — Gui disse se aproximando e entregando-me a chave do seu apartamento. — ah e não se preocupe, faço questão de dormir no apartamento de Ber hoje, não quero atrapalhar a reconciliação do meu casal favorito. — ele sorriu me abraçando. — Agora vai lá amiga e arrasa. Torço por vocês!
Sem olhar para trás, segui me caminho cheia de esperanças. Eu desejava mais que tudo correr para os braços do meu amor. Apesar do meu orgulho, não posso negar que Jennifer ganhou alguns pontos comigo por ter me dado esse ânimo de esperança.
Jennifer
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— E você mana, o que está esperando? — ouvi a voz de Laura soar.
— Como assim o que "estou esperando"? — indaguei um tanto quanto confusa.
— Para ir atrás da sua ruiva, oras. Tá na cara que você gosta dela e ela de você. Obvio! Siga você mesma o conselho que você deu para Eduarda e vá agora mesmo ver Melissa. Ouça a voz de alguém que torce por sua felicidade e vá. Eu demorei longos meses para calar o orgulho e ir atrás de Lívia, e se quer saber, me arrependo amargamente, não por ter ido, mas por ter esperado tanto tempo. Hoje amo minha marrenta mais que tudo e sou feliz por ter engolido a porra do meu orgulho por nós. — ela disse olhando apaixonadamente sua amada ao lado.
— Você ainda pode tornar a noite caótica de hoje, na melhor noite de suas vidas. Não gaste tanto tempo pensando e vá logo atrás dela. — Lívia disse completando as palavras de Laura. — E marrenta é sua madrinha, senhorita minha namorada.
— Mas e se ela não abrir a porta para mim? — falei confusa e com muitos receios. — afinal ela me viu beijar outra...
— Você nunca vai saber se não tentar. — elas afirmaram juntas convencendo-me.
Devo agradecer ao céus por ter Laura em minha vida. Ela era realmente a irmã que a vida me deu. Sua experiencia e sua sabedoria me faziam admira-la. Eu precisava mesmo tentar. Sem conseguir organizar meus pensamentos em prós e contras, nem ousei argumentar e parti despedindo-me de todos para finalmente encontrar com a minha ruivinha.
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3 - Fénix, Renascida das cinzas
RomanceTerceira temporada do romance lésbico CLARA E DUDA.