Capítulo 22 - A revolta

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Lívia

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Sem ao menos tocar a campainha, Clara entrou invadindo meu apartamento ofegante e apreensiva. Em seus olhos eu lia revolta, raiva, rancor... Céus, o que está acontecendo? Olhei nos olhos de Jennifer buscando respostas, ela garantiu-me tê-la deixado em casa, então o que Clara está fazendo outra vez aqui?

Clara

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Ao abrir a porta, dei de cara com risos e brindes. Todos conversavam como se estivessem em festa. Isso me causava ainda mais revolta! Enquanto eles se divertiam e brindavam na companhia uns dos outros, eu derramava lágrimas e me sentia presa dentro da minha própria solidão... e até quando seria assim? Até quando eu deixaria meus sentimentos, minha vida, meus medos em segundo plano? 

Sem pensar em mais nada, puxei a toalha que cobria a mesa e derrubei tudo que estava lá com a rapidez de um piscar de olhos. Pedaços de vidros voavam para todos os lados. Os olhos de todos ali me encaravam surpresos. A Garrafa de vinho marcou com cor de sangue o ambiente, assim como meu passado esteve por tanto tempo marcado. 

— Você está louca? — lembro de ter ouvido Eduarda esbravejar.

— Louca eu estive quando acreditei que você me amava. — despejei rancorosa. 

— Clara, acalme-se por favor! Você não é assim... Me diz o que está acontecendo? — Rafael disse tentando acalmar-me... Mas a voz dele só despertou ainda mais meus piores sentimentos.

— E quem é você para agir como se soubesse quem eu sou de verdade? Você é um canalha Rafael... É isso que você é, um C-A-N-A-L-H-A. Eu quase acreditei nessa sua carinha de bom moço. Céus, como fui idiota! Todos vocês deviam estar rindo de mim pelas costas todo esse tempo.

— Clara, não admito que chegue no meu apartamento, puxe a toalha da mesa, quebre meus pratos e talheres e arme esse barraco. A casa me pertence e eu não admito... Se continuar, vou coloca-la para fora. — Lívia disse aos berros como se eu fosse a maior culpada de toda essa história. Que irônico!

— Ah não admite que eu chegue em seu apartamento armando barraco? Mas tudo bem você chegar na minha vida sem ser convidada, agindo da forma mais intrometida possível indo me buscar quando eu nem sequer lembrava da existência de todos vocês? Tá reclamando dos pratos e dos talheres que quebrei? E eu, a quem devo reclamar do meu coração em pedaços? A casa é sua né? E a minha vida, a quem pertence? A mim é óbvio que não, já que era vocês que a comandava até aqui.

— Clarinha, não seja tão dura. Todos nessa sala gostam extremamente de você.. Mas você está mesmo exagerand...

— Cala a boca Guilherme, meu assunto não é com você.    

Eduarda

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Eu estava perdida. O que estava acontecendo afinal? Clara havia saído há pouco tempo daqui e parecia estar psicologicamente equilibrada, e agora isso? Será que sua memória voltou? Esse é sem dúvidas o pior momento para trazer átona o passado. Olhei nos olhos de Melissa e vi o quanto ela estava reprovando aquela situação. 

Melissa

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Sem saber exatamente o que fazer e como agir, entreguei Lara nos braços de Gui e Bernardo pedindo-lhes que a levasse para longe dali, até que tudo se resolvesse. Eu não arriscaria que um caco de vidro arriscasse machucar minha filha. No entanto, eu não sairia dali sem que tudo estivesse esclarecido. Assim como Clara, eu estava cansando também desses jogos de sentimentos que Eduarda ousava fazer com todos.

3 - Fénix, Renascida das cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora