O Grande Leão Negro

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A porta principal do Heavy Thunder estava trancada, e aparentemente não havia movimento do lado de dentro, e nem de fora do lugar. Alyoth decidiu checar a entrada dos fundos.

Algumas motos ainda estavam estacionadas no pátio, coisa incomum naquela hora do dia. Eram por volta de meio dia quando eles chegaram para investigar, e os céus de Karcosa estavam cobertos por densas nuvens carregadas.

-A porta parece trancada também. - Disse Lenon, após checar a tranca, enquanto Aly, Vin e Bardo identificavam as motos.

Se aproximaram da porta.

-Esse lugar não parece cena de um crime. Simplesmente é um bar que só abre a noite. - Bardo afirmou.

-Não, as motos não deveriam estar ali, os donos devem estar ai dentro. Provavelmente mortos. - Disse Aly, forçando a porta.

Vin se aproximou um pouco mais.

-Me de licença um instante, Alyoth. - Pediu.

O Regente atendeu ao seu pedido, e afastou-se. Vinny observou a entrada por algum tempo, passou a mão pelas arestas da porta, e lançou um palpite.

-A porta foi forçada, mas não para entrar no clube, e sim para sair.

-Por que acha isso? - Questionou o Bardo.

-Da pra sentir as marcas nas arestas da porta. Ela abre para dentro, por que Lágrima forçaria uma entrada puxando a porta para fora? - Encarou os companheiros, e continuou. - Parece que alguém tentou sair do clube com pressa, e tentou arrombar a porta de dentro para fora. A fechadura foi trocada, não é a original, a marca da etiqueta do preço ainda está visível no metal, vejam.

-Caramba! Não sabia que você era o Batman. - Debochou Bardo - Impressionante.

-Vamos arrombá-la. - Decidiu Alyoth.

-Não podemos arrombar a porta. Devemos preservar o máximo esse lugar. - Interviu Vin. - Lenon, faça uma magia que abra a porta.

-An? - Lenon achou engraçado.

-Isso mesmo, você é um mago, deve saber algum truque. Vamos lá, faça uma magia pra entrarmos lá dentro. - Insistiu.

Lenon riu.

-Bem, posso até tentar alguma coisa, mas não irei preservar a porta completamente. Minha magia deixa uma impressão no ambiente que eu uso.

-Tudo bem, só não exploda a porta. - Respondeu.

Lenon foi até a porta e esfregou suas mãos. Colocou-as sobre a fechadura da porta, sem encosta-la. Ouviu-se um som, como se a fechadura destravasse, o mago empurrou a porta com a mão e ela se abriu imediatamente. Um cheiro de mata tomou conta do local, como se estivessem próximos a um jardim de plantas e flores.

-Nunca vi um bar de motoqueiros tão cheiroso. - Disse Vin, quando a porta se abriu.

-Não é o bar, é minha magia.

-Sua magia dá cheirinho bom pras coisas, cara? - Bardo deu uma gargalhada.

-Sou um mago elementalista, interajo intensamente com a natureza. Por isso morava naquele lugar isolado. Quando eu uso magia, uma impressão mágica minha fica no lugar onde eu conjurei. - Explicou.

-E a sua impressão é deixar cheiro de lavanda? - Perguntou o Bardo, novamente.

-Não é bem assim. A magia que eu conjurei aqui foi pequena, por isso surgiu esse cheiro, mas magias grandes podem fazer crescer plantas, e até mesmo povoar o local com animais selvagens. Algumas coisas congelam, outras são incineradas, é tipo assim que funciona.

Crônicas de KarcosaOnde histórias criam vida. Descubra agora