Capítulo 11

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O gosto de papel foi a primeira coisa que sentiu ao despertar, em seguida veio um latejar constante na sua cabeça, era como se tivesse alguém dentro dela batendo com um martelo sem dó nem piedade.

O que diabos tinha feito?

Como em resposta algumas imagens da noite anterior vieram como uma bomba de informações. Ele gemeu e xingou. Mais uma vez tinha se embebedado até esquecer completamente seus problemas, mais uma vez tinha transado para afastar a porra da imagem de Maggie de sua cabeça só que dessa vez ele tinha se enfiado na porra da armadilha de ficar com uma garota tão parecida com ela.

Puta merda! Porque ele era tão masoquista? Tinha que parar com aquela merda, precisava ficar longe de garotas assim principalmente quando estava tão bêbado a ponto de ver o rosto do seu anjo em vez do da garota que comia.

Sua cabeça latejou mais como se estivesse o castigando por ser tão babaca.

"Só espero que eu não tenha que me livrar de ninguém essa manhã." Pensou.

Devagar abriu os olhos sendo recebido por um ambiente iluminado. Gemendo puxou o cobertor que estava sobre seu corpo até o rosto. O lugar onde estava não tinha qualquer proteção contra o sol cada espaço dele estava recebendo aquela maldita luz, ou seja, ele estava fodido quando tomasse coragem para descobrir onde estava.

Maravilha!

Você pretende se levantar ainda hoje? – perguntou a voz estrondosa de Ash.

Mas o que diabos... Ele não estava em um hotel?

Eu estou no seu apartamento? – indagou baixando o cobertor devagar.

Foi recebido por um jorro de luz forte que entrava pelas amplas janelas alguns metros a sua direita, seus olhos arderam e sua cabeça protestou. Devagar sentou-se e observou ao redor. Os móveis eram negros, como era de se esperar da casa de um homem solteiro, não havia qualquer toque feminino, era apenas o necessário, o que ele realmente usava no dia a dia, ou seja, sofá, TV de plasma, videogame e mesinha de centro que era usado exclusivamente para colocar os pés, apoiar cerveja e a pizza.

É, aquela definitivamente era a sala de Ashton.

Sim. Onde mais você poderia ter dormido? – perguntou o amigo que estava encostado na parede segurando uma xícara grande e fumegante de café. Sua boca salivou. Ele precisava beber um pouco daquilo para virar gente novamente.

Em um hotel. – Ethan respondeu em tom obvio.

Cara, você não faz meu tipo.

Quase rolou os olhos. Quase. Mas no último segundo sua cabeça o lembrou de que se ele fizesse isso iria sentir mais dor. Deus, tinha que parar de beber daquela forma. Inclinou a cabeça para trás fechando os olhos e devagar massageou as têmporas esperando que a pressão aliviasse o latejar insistente.

Ressaca filha da puta, hein? – zombou Ashton.

Vai pra merda. – resmungou.

Recebeu em resposta a risada do amigo. Se não estivesse tão fodido rebateria com um xingamento e ainda lhe premiaria com seu dedo do meio, mas naquele momento tudo o que desejava era só ficar o mais quieto possível para o enjôo que estava se formando na boca do seu estômago esquecê-lo e ir embora.

"Ótimo! Se não bastasse a dor de cabeça agora mais isso." Pensou irritado.

Sentiu o sofá afundar ao seu lado e resmungou sentindo suas entranhas embrulharem.

Merda. Porque Ashton não ia para o quarto dele e não o deixava em paz com sua ressaca?

Aqui, toma isso. – ofereceu o guitarrista.

Intenso (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora