Suas mãos seguravam o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam amarelados, ele estava descontando ali toda a raiva que borbulhava em suas veias. Era melhor que fosse no volante do que no pescoço de Josh. Sim, Ethan queria muito apertar o pescoço do irmão até ele ficar tão sem ar que mijaria nas calças. Apenas assim o largaria.
Jesus, como estava com raiva daquele desgraçado!
Para piorar, a conversa ficava passando e repassando na sua cabeça. A voz do irmão simplesmente não o deixava, era como se zombasse dele, o provocasse e o desafiasse a voltar atrás e lhe dar uma surra.
Ele não faria.
Mas isso não queria dizer que não deixaria sua raiva ir de alguma maneira. Ele era humano, uma hora explodiria. Bem, isso aconteceu no momento em que estacionou.
― Porra! – gritou socando o volante.
Uma. Duas. Três vezes.
― O que diabos eu fiz para você seu filho da puta? – rosnou – Eu não tenho culpa de ser parecido com o papai, não tenho culpa de seguir meus sonhos e fazer o que amo!
A cada grito ele golpeava o volante sem se preocupar se as pessoas que estavam passando ao lado viam seu ataque de fúria e muito menos se estava machucando as mãos. Ethan só queria descontar aquela raiva em algo. Precisava por para fora ou poderia fazer algo realmente ruim quando estivesse perto do irmão.
― Seu frustrado do caralho! – rugiu uma ultima vez antes de se calar.
A respiração estava alterada, o peito subia e descia rapidamente e aos poucos quando a adrenalina foi baixando, as mãos começaram a latejar. Fez uma careta e as observou. Estavam vermelhas, mas não havia cortes ou inchaço. Era apenas uma contusão. Pelo menos isso.
A fúria deu lugar a dor. E então lembranças inundaram sua mente. Lembranças de quando o pai era vivo, lembranças de sorrisos e gargalhadas, lembranças de uma época feliz. Uma época em que Joshera feliz.
Droga! Ele estava muito sentimental, estava parecendo a porra de uma garotinha.
Fechou os olhos e respirou fundo.
Hora de sair daquela do carro e ir para seu lugar favorito.
Nani's.
Deus, aquilo era o santuário das panquecas e principalmente... Era seu refúgio quando queria alguma paz. Não apenas dele, mas de Maggie.
Porra! Agora mais essa?
Com raiva abriu a porta do carro com tudo e quase atropelou uma mulher ao sair rapidamente. Por sorte a viu a tempo de jogar seu corpo para trás e bater as costas contra a lataria do carro. Xingou passado a mão pelo local dolorido em troca recebeu um olhar feio da mulher que apressou o passo quando ele retribuiu.
Não era um homem de aparência bruta, mas também não tinha qualquer delicadeza e quando fechava a cara para alguém poderia causar algum temor, principalmente nas mulheres, pelo menos aquelas que não o conheciam, que não conheciam seu coração.
Trancou o carro e ativou o alarme antes de enfiar a chave no bolso da calça jeans e seguir em direção ao Nani's.
A calçada estava quase vazia por ser dia de semana e se tratar de um bairro mais simples. As casas que rodeavam o lugar em sua maioria estavam em um estado lastimável, o Nani's era o que mais se destacava ali por ser um pouco mais cuidado do que o resto das construções. Foi ali que cresceu, correndo descalço, jogando bola e causando confusão. Amava aquele lugar. Poderia agora está morando em um bairro bonito e vivendo em uma casa confortável, mas ali sempre seria seu lugar favorito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Intenso (COMPLETO)
RomanceAntes de começarmos quero deixar algumas informações importantes aqui então, por favor, leiam: - Para a segurança da obra ela foi registrada. Pense bem antes de copiar, pois é plágio. - Serão postado UM capítulo por semana, sempre aos sá...