Soneto LXXVII

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Teu espelho te mostrará como tua beleza se consome,
O relógio de como se esvaem teus preciosos minutos:
Folhas soltas trarão o impresso de tua mente
E desse livro este aprendizado podes degustar.
As rugas que teu espelho verdadeiramente te mostrará,
De túmulos hediondos te darão memórias;
Pelo sombrio adiantamento do teu relógio podes saber
Como o tempo, como um ladrão, progride para a eternidade.
Veja aquilo que tua memória não pode conter
E confia isso a essas folhas em branco, e verás
Que essas crianças criadas, nascidas do teu cérebro,
De outra e nova forma se relacionam com tua mente .
Essas folhas, tão freqüentemente quanto veja-as,
Delas te aproveitarás, e muito enriquecerás o teu livro.

Sonetos de William ShakespeareOnde histórias criam vida. Descubra agora