capítulo 12

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- Qual a parte que você não entendeu? Não confio em você. - Essa maluca não entende não quero nada que venha dela.
- Tudo bem, pobre Lissa, espero que descubra como cura-la, talvez não tenha muito tempo de vida. - Ela se vira para ir embora.
- Espera. - Droga, não tenho escolha, não posso deixar Lissa morrer, parece que ela ganhou. - Você sabe o que é esse líquido?
- É claro que sei, e sei também como cura-la, mas parece que não quer minha ajuda. - Se vira de novo.
- TUDO BEM. - Grito. - Qual a condição? 
- Sabia que iria mudar de ideia Rose. - Ela deu um grande sorriso. - Quero que me inclua nos planos contra os lobos, e me ajude a recuperar o que é meu.
- E o que quer recuperar de tão importante?
- Na hora certa irá saber, é complicado de explicar, mas se quiser que Lissa se recupere venha comigo. - Iria me arriscar a confiar nela, para salvar Lissa.

- Meu nome é Melanie, não nasci em Nova Orleans, mas me escondo aqui, faz um tempo. - Ela me conta enquanto entramos em sua casa. A casa era toda branca, e por dentro possuia móveis delicados, de um tom claro, a única coisa que se destacava era uma mesa marrom no centro da sala, ela apontou indicando que deveria por Lissa ali. - Não sou uma bruxa comum, tenho mais esperiencia que imagina, séculos de vida, para ser exata.
- Então você é praticante de magia negra. -  Afirmei, bruxas que ultilizam apenas poderes naturais, não tem como serem imortais, não temos poder suficiente para isso, ela deve ter ido para o lado negro.
- Magia negra, magia natural, no fundo é tudo igual, ja dizia minha mãe, uma te dá tudo o que quer, em troca tira sua paz, a outra você tem paz consigo mesma, mas está aprisionada à limites do que se deve ou não fazer, prefiro não ter limites.
- Que seja, não me interessa o que faz ou deixa de fazer da sua vida, o que interessa é Lissa, se conseguir salva-la, prometo te ajudar a recuperar o que te roubaram.
- Você se preocupa mesmo com esses monstros, não é? O que vê nela? O que ela faz além de matar pessoas? - Ela olha para mim intrigada, o olhar dela me incomoda muito, desde a primeira vez que a vi, como se estivesse tentando invadir minha mente, mas eu não vou deixar ela saber nada da minha vida pessoal.
- Vai ajuda-lá ou não?
- Pois bem, isso é prata derretida enfeitiçada, prata derretida transformada em líquido, causa apenas desmaios leves em vampiros, mas quando enfeitiçada é capaz de matar se não for impedida de agir em vinte quatro horas. - Ela abre um armarinho que estava no canto da sala e pega um potinho com um líquido transparente e uma seringa. - Para sorte dela, eu tenho todo tipo de antídoto que se pode imaginar coleciono ao longo dos anos, nunca se sabe quando vai precisar. - Coloca o líquido na seringa.
- E como sabe que a prata estava enfeitiçada?
- O rosto dela está mais pálido que o normal, parece que ela está realmente morta, se fosse prata normal, o rosto não teria mudado tanto, iria ser como se ela estivesse dormindo.
- Você é cheia de surpresas. - Digo, e isso não foi um elogio.
- Não sou a única. - Ela injeta o liquido em Lissa. - De onde surgiu tanta força? bruxas normais não possuem isso, sei que não pratica magia negra, então deve ter outro segredo. - O líquido acaba a ela retira a seringa.
- Na hora certa irá saber. - Devolvo a frase que ela me disse antes, e ela ri.
Lissa respira fundo e arregala os olhos, seu rosto parece voltar ao normal, ela se senta com pressa e me olha.
- Quem eram aqueles caras? - E a primeira coisa que diz.
- Eu não...
- São caçadores de vampiros e provavelmente tem bruxas os ajudando. - Melanie me corta, estava limpando a seringa. - eu tomaria cuidado ao sair na rua, poderia ter morrido hoje, deveria me agradecer Vasilissa.
- Quem é essa?. - Lissa pergunta.
- É Melanie, ela te ajudou, depois te explico tudo, acho melhor irmos, seus irmãos devem estar loucos atrás de você.

Expliquei tudo a Lissa no caminho, ela não gostou muito do jeito de Melanie assim como eu, mas pelo menos ela havia cumprido o combinado, um ponto para a bruxa, antes de entrar em sua casa Lissa me pergunta algo.
- Rose, como conseguiu se livrar dos caçadores sozinha?
- Existe uma coisa sobre mim que você não sabe, é complicado explicar, um dia talvez eu conte. - Eu queria contar, mas esse assunto é delicado para mim, não quero que as pessoas me vejam como um lobo, é difícil ser aquilo que mais odeia, então enquanto me verem apenas como uma bruxa me sentirei bem.
- Ok, não quero te pressionar a dizer nada. - Ela deu um sorriso. - Porque não entra? Não quero encarar Nathan sozinha. - Ela vira os olhos ao pensar nele.
- Acho melhor eu ir para casa, não quero dar mais motivos para ele me odiar.
- Por favor. - Pediu tão docemente que não tive coragem de recusar e entrei com ela.
- Lissa até que enfim já ia... - Dimitri para de falar quando vê que estou com ela. - É... - Desviou o olhar de mim. - Para sua sorte Nathan saiu Lissa, senão estaria encrencada. Onde estava?
- VASILISA BELIKOV. - Christian grita do topo da escada.
- Os caçadores voltaram a atacar, Rose te explica tudo. - Da um beijo na  bochecha de Dimitri. - Tenho que resolver outros assuntos. - Ela pisca para mim, e sobe até onde Christian está o puxando para o quarto, ele está bem bravo pela sua expressão, tenho quase certeza de que Lissa armou para mim encontrar Dimitri.
- É... - Não consegui dizer nada.
- Vocês foram atacadas? - Ele pergunta, após ver que não iria falar, e me oferece um copo de uísque.
- Sim... - Digo me sentando de frente para ele. - Quatro homens aqui perto, acho que eram caçadores, injetaram prata enfeitiçada nela, mas por sorte uma bruxa conhecida, tinha o antídoto, senão ela teria morrido. - Disse preocupada com a última parte, e decidi não falar de onde estávamos voltando também, não tinha necessidade.
- Não, Lissa não teria morrido, só ficaria inconsciente por uns dias. -Será que aquela bruxa tinha mentido para mim? Me fazendo acreditar que ela morreria, só para eu ajuda-la com os lobos, acho que Dimitri percebeu que fiquei curiosa sobre o assunto, pois logo continuou. - Qualquer outro vampiro teria morrido com aquilo em vinte quatro horas, mas não eu, Lissa e Nathan, somos os primeiros não morremos com qualquer coisa. Teve uma época em que eu matava caçadores, era engraçado ver eles serem perseguidos por quem costumavam perseguir, descobri várias coisas interessantes sobre eles, são seres humanos um pouco mais evoluídos, tem maior força e armas legais, foi por isso que fiquei fascinado por armas, uma vez injetaram um desses em mim, pensei que ia morrer, e eles pensaram que tinha morrido, mas depois de uns dias acordei, percebi que era imune a mais uma coisa que vampiros comuns não são, a parte difícil disso foi escapar de onde tinham me enterrado. - Ele riu com isso, aquela gargalhada gostosa que tinha, e me fazia rir também. - Não contei isso para meus irmãos, poucas pessoas sabem que somos imunes, por isso você não sabia que ela iria sobreviver, mas o antídoto que a tal bruxa deu ajudou muito, Nathan iria ficar furioso se visse Lissa daquele jeito. - Então Melanie não tinha mentido, ela só não deveria ter conhecimento disso. - Tem alguma ideia de onde os caçadores estão?
- Na verdade tenho.
- Então me diga, assim irei acabar com eles por terem atacado minha irmã. - Disse se levantando.
- Estão mortos, eu os matei. - Ele olha para mim surpreso.
- Sério? - Balanço a cabeça afirmando. - Eu tinha mesmo achado estranho como tinha conseguido fugir deles e salvar Lissa, raramente deixam alguém vivo, mas não imaginava que tinha conseguido mata-los, eles podem ser bem rápidos, não são humanos normais, o que fez?
- É complicado. - Digo olhando para o copo.
- Entendo. - Ele se senta de volta aonde estava. - Você é uma caixinha cheia de mistérios. - Ficamos em silencio por alguns segundos. - Christian me disse que iria ir embora, ir atrás dos lobos - Ele muda de assunto. - Por que? Pode viver em paz aqui, eles se foram não irão voltar, e se voltarem irão morrer, não tem que ir se arriscar, já se vingou deles.
- Você não entende. - Disse tomando o resto do meu uísque. - Quando perdi minha mãe, não tinha mais nada, não tinha nem porque viver, mas prometi a mim mesma que iria me vingar e me vinguei, eles se foram da cidade, mas não posso deixa-los vivos e felizes reconstruindo suas famílias e vidas, enquanto eu perdi a minha, perdi tudo, ainda estou viva mas não me sinto assim, o que me mantém em pé é saber que ainda tenho uma missão a cumprir, nem que fazendo isso eu morra de uma vez. - Ele me olhou como se entendesse o que eu queria, ele sabia que eu precisava fazer aquilo. - Eu tenho que ir, não quero encontrar Nathan. - Me levanto para ir embora, já está bem tarde e sinto que a bebedeira de hoje não foi boa ideia, estou me sentindo meio tonta.
- Rose. - Olho para ele. - Me promete uma coisa? - Ele se aproxima de mim e segura minha mão.
- O que? - Digo calma.
- Faça o que tem que fazer, se vingue mate todos eles, mas prometa que quando acabar você voltará para mim, me dará uma chance de mostrar outro lado meu que poucas pessoas conhecem, eu posso te ajudar a voltar a viver, ser feliz de novo. - Suas palavras, me fizeram sentir algo muito intenso dentro de mim, algo que eu estava tentando esconder a muito tempo, agora percebo que gosto dele mais do que deveria, que ele é a única pessoa que quero voltar quando tudo acabar, não adianta tentar mentir para mim mesma dessa vez eu realmente gosto dele.
- Prometo que volto para você. - Ele sorriu e me deu um beijo na testa, não entendi porque não me beijou, mas estava meio bêbada, era melhor eu ir para casa mesmo.

Bom gente não postei nos últimos dias então feliz ano novo atrasado, não esqueçam da estrelinha, bjks 😘😘😘😘

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