Capítulo 25

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- Dormiu bem, meu amor? - Dimitri me pergunta enquanto eu olhava as olheiras no espelho do banheiro, não havia dormido nada.
- Mais ou menos. - Digo me virando para dar um beijo nele.
- Eu vou precisar sair, Lissa vai ficar aqui com você, por favor não faça nada estúpido.
- O que eu poderia fazer?
- Você sabe.
- Dimitri não sei nem por onde começar a investigar, não vou fazer nada.
- Tudo bem então, não me espere, não sei que horas vou voltar. - Me da um último selinho e vai.

Encontro Lissa no andar debaixo, com um rabo de cavalo bem feito, e um terninho azul bebê.
- Bom dia Rose, quer comer alguma coisa? Os meninos saíram e Dimitri pediu para eu ficar aqui com você.
- Na verdade estou sem fome, mas se quiser comer eu te espero, quero que venha comigo em um lugar.
- Rose, espero que não esteja planejando investigar, Dimitri...
- Não se preocupe eu não vou investigar apenas quero que vá ao cemitério comigo, preciso fazer um funeral atrasado.

Havíamos feito as duas lápides uma para Emily e a outra para Amy, infelizmente elas não tiveram um enterro descente então decidi fazer algo pelo menos como um símbolo uma despedida, já que elas viraram cinzas e voaram com o vento, enterrei alguns dos pertences delas, perto dos outros Hathaways que se foram, fiz uma pequena oração, acabei me sentando ali ao lado de Lissa com uma garrafa de uísque relembrando como morreram vitoriosamente impedindo que mais pessoas morresem nas mãos dos lobos, elas mereciam essa homenagen, não apenas elas como também todas as outras inclusive minha mãe, esse é mais um clã que irá ficar apenas nas lendas, um clã cheio de pessoas corajosas e fiéis umas as outras, aquelas que no passado foram julgadas e quase apedrejadas, por possuir poder, mas se uniram e criaram força para seguir assim surgiu às Hathaway, criado em homenagen a Lucinda Hathaway, minha mãe me contava essa história desde de pequena, e toda vez que estou aqui sinto como se ela estivesse me contando mais uma vez.
- Sabe, toda vez que venho aqui é como se estivesse um passo mais perto da minha mãe, é como se uma luz aparecesse, qualquer problema pudesse ser resolvido. - Disse a Lissa.
- Eu te entendo também já me senti assim, quando eu era uma garotinha, as vezes eu me sentia culpada por minha mãe ter morrido no parto, e sei que Nate também, então eu pegava o colar que meu pai havia me dado... - Ela toca o colar em seu pescoço, nunca tinha reparado era uma pedra Verde linda, e um tanto chamativa. - E colocava entre mim e ele, assim eu dormia mais tranquila como se ela estivesse lá, mesmo sem nunca a ter conhecido.
- É lindo. - Aponto para o colar.
Ficamos ali em silêncio, chorei dexei todo o desconforto que sentia nessas últimos dias sair.

Caminhamos para fora daquele cemitério, Lissa estava me contando como estava feliz em ter uma companhia, geralmente ficava sozinha o tempo todo, acabamos sendo interrompidas por um toque em meu celular, era um número desconhecido, mas atendi mesmo assim.
- Alô
- olá, sentiu minha falta? - Reconheci essa voz de imediato.
- Victor, você não desaparece mesmo não é? - Lissa me olha em alerta, ela conhecia Victor, sabia que ele me ameaçava.
- Para o seu azar não querida. - Gargalha. - Só liguei para saber se  gostou do presente que enviei para casa dos Belikov?
- Que presente?
- Ah você ainda não viu? Deveria correr para lá. - Ele desligou.
- Espera... Desgraçado.
- O que ele aprontou dessa vez? - Lissa me pergunta aflita.
- Ainda não sei, vamos voltar agora.
Fui o mais rápido que pude para a casa, ao chegar na sala não havia nada de suspeito, entao preocuramos nos outros cômodos da casa, mas não havia nada.
- Rose, não tem nada aqui. - Lissa diz após alguns minutos.
- Não sei não Lissa, Victor não parecia estar brincando, isso não faz o tipo dele. - Se ele já não fez alguma coisa, irá fazer concerteza, ou então está bem escondido. - Lissa tem certeza que olhamos em tudo? Não sobrou nenhum lugar?
Ela pensou... Pensou, e então disse. - Não olhamos no porão.
Descemos as escadas, era um corredor fino com uma porta no final, nunca havia entrado aqui, estava cheio de poeira ali, mas não havia quase nada além de uma enorme caixa dourada trancada com correntes, me perguntei o que havia ali, talvez fosse o que Victor me enviou, mas acho que não, pois Lissa me puxou pelo braço e me fez olhar para o outro lado e lá estava ele jogado ao chão.
- ABE... - Corri até ele mas não consegui alcança-lo, estava protegido por um círculo branco.
- O que aconteceu aqui? Será que ele está morto? - Lissa pergunta.
- Não... Espero que não, se estivesse Victor não iria fazer esse círculo mágico, ele deve estar enfeitiçado. - Prefiro pensar que Victor não mataria o próprio irmão, mesmo que não possa esperar muita coisa dele, mas não quero que Abe morra, acabei de recuperar meu pai.
- E como vai conseguir chegar até ele?
- Vá la em cima e traga o Grimório, está no quarto de Dimitri. - Lissa sai antes mesmo e eu terminar a frase, e mais rápido do que consegui pensar já estava ao meu lado, peguei o Grimório e comecei a procurar algo que pudesse quebrar esse escudo mágico.
- Rose, se Ibrahim está enfeitiçado é porque Victor tem uma aliada bruxa, e se for ela que está fazendo os vampiros se viraram contra Nathan?
- Pode até ser, mas creio que Victor apenas quer se vingar de mim, e seja como for se ele estiver por trás disso irei descobrir seus planos, quanto a bruxa que está ajudando Victor eu acho que já sei quem é, a única em que Ibrahim confiava, e que tem histórico de traição, Gabriela Hathaway. - Tenho certeza que Gabriela está ajudando Victor, desde que Natalie me atacou, desconfio que estava enfeitiçada e a única bruxa por perto era ela, o que me deixa intrigada é que o próprio Victor ajudou a empurrar a filha para a morte, ou ele não sabia, mas qual é o objetivo dos dois, porque se estão juntos algo querem, mais o que? Me recuso a acreditar que tudo seja apenas para me matar, aliás o mundo não gira em torno de mim, eu vou descobrir seja la o que for que estão fazendo.
- Rose, seus olhos, o que está acontecendo? - Me lembrei que Lissa não sabia que eu era um lobo, não havia dito para ela, apenas Dimitri e Christian sabiam.
- Isso acontece quando estou com raiva, outra hora te explico. - Ela não me fez mais perguntas, apenas pegou tudo o que pedi a ela, estava tudo pronto, o escudo não era muito forte, acho que quem faz queria que eu derrubasse, o que significa que isso é um jogo, e o pior ainda está por vir. Depois de alguns minutos consegui ter acesso a Ibrahim.
- O que irá fazer agora? Ele está vivo?  Coloco a mão sobre seu peito, seu coração ainda está batendo. - Ele está vivo, apenas está enfeitiçado, preciso descobrir que tipo de feitiço é  para conseguir quebra-lo.
- E como vai fazer isso?
- Vou aproveitar que está vulneravel,  e entrarei na sua mente, decobrirei porque ele não está acordando e se tudo dar certo, até mesmo quem fez o feitiço.
- Você é realmente esperta Rose, nunca iria conseguir fazer metade das coisas que você faz.
- Se crescesse no mundo da magia, faria até melhor, é questão de prática.
Me preparo, esvaziando completamente minha mente limpando qualquer pensamento os únicos que preciso me concentrar são os do meu pai. Coloco uma mão em cada lado de sua cabeça deixando seus pensamentos me inundar.
No começo vejo espelhos todos refletindo minha imagem, alguns retorcidos, e do nada os espelhos se quebram, estou em uma caverna, é tudo muito escuro, olho para todos os lados, até encontrar Ibrahim, isso está muito estranho, está fácil demais, nas outras vezes que estive nessa situação foi diferente, me aproximo dele cautelosamente, quando eu estou chegando perto, vejo garras, garras negras enormes, vindas de mãos enormes, sabia que estava facil demais, sinto meu corpo voar até atingir algo duro... A parede, não  estou mais na mente dele estou jogada contra a parede do porão, com Lissa ao meu lado.
- Conseguiu?
- Não, seja quem for me bloqueou e é muito forte, duvido que tenha sido Gabriela, foi um usuário de magia negra, isso é pior do que eu pensava.
- E quanto a Abe, vamos deixa-lo aqui?
- Não eu preciso achar uma forma de cura-lo. - Digo desesperada
- Eu não entendo, você não queria mata-lo esses dias mesmo? porque mudou de ideia? - Ela cruza os braços. - Pra que se preocupar tanto? O que está me escondendo Rose?
Respiro fundo. - Ibrahim é meu pai. - Ela arregala aqueles grandes olhos verdes e eu explico toda a história.
- Como sempre eu sendo a última a saber, bem então vamos levar seu pai lá pra cima, para o quarto de hóspedes. - Ela o carrega até lá sem muito esforço, e eu tento mais de inúmeras vezes invadir a mente dele, mas é quase impossível, espero que Victor entre em contato de novo.

Estava na varanda do quarto de Dimitri, já era madrugada, olhava o céu e tentava buscar um jeito de encontrar uma brecha nisso tudo, mas o único jeito seria se eu fosse usuária de magia negra, o que é contra tudo o que eu aprendi.
- Disse para não me esperar. - Dimitri me da um abraço por trás, nem percebi que ele tinha chegado.
- Não consegui dormir.
- O que está te incomodando? - Me viro para ele o canto da sua boca estava sujo de sangue, passo o dedo para limpar.
- Victor.
Ele respira fundo. - O que ele fez agora?
Faço um pequeno resumo e tudo que aconteceu, para ele.
- Como ele conseguiu entrar aqui? Essa casa é extremamente protegida.
- Eu te disse a bruxa que está com ele não é normal, é usuária de magia negra avançada, talvez ela que esteja fazendo esse rebuliço com os vampiros.
- Rose, fica longe disso. - Ele suplica
- Como posso ficar longe se é meu pai que está ali. - Coloco as maos na cintura. - Victor me odeia, provavelmente isso tudo é minha culpa.
- Olha, deixa eu e Nathan, resolver isso, por favor, você se concentra em achar um jeito de salvar Ibrahim, e eu acabo com Victor e seja quem for que estiver nos atrapalhando.
- As vezes eu so queria um pouco e paz, nos últimos anos isso foi tudo que eu não tive.
- Prometo que quando isso acabar, irei te levar para bem longe daqui, uma viajem de longos meses, longe daqui e longe de qualquer problema.
O abracei forte, era tudo que eu mais queria, um tempo longe de todos e ter um pouco de paz, mas isso me parece tão longe.     


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