II - O Dia Negro

878 108 9
                                    

Ano de 1500 segundo o calendário de Valhenda - Cidade de Austerial - Reino de Austerial

Meu corpo congelou quando a fera atacou. Minha mente gritava para correr, meu coração gritava para sumir dali, mas todo o resto do meu corpo apenas falava que eu estava morto.

O imenso pescoço da fera se contorceu, virando na direção dos cavalheiros mais próximo dela. o dragão pegou pelo menos 3 cavalheiros com a boca, para logo em seguida jogar eles longe pelo salão. Um deles saiu voando pela janela, outro bateu numa pilastra, e o barulho de seu corpo quebrando preencheu o salão e o terceiro bateu numa parede e desmaiou. Os cavaleiros ali começaram a atacar o dragão. Desferiram golpes e mais golpes de espada na fera, mas o couro duro impedia que qualquer golpe tivesse efeito. A fera avançou novamente, abrindo a imensa boca na direção dos cavalheiros ali presentes. E então eu vi, um brilho surgir dentro da boca, e ele foi ficando maior e maior, até que saiu pela boca da fera, chamas tão quentes que derreteram os escudos dos cavalheiros, queimou as bandeiras e mesmo algumas pessoas morreram quase que instantaneamente queimadas.

Era difícil chegar perto da criatura. Eu havia me escondido junto com minha mãe atrás dos tronos dos meus pais. Sabia que aquele seria o fim. Mas então eu ouvi o rugido. Um rugido alto, de uma fera sedenta por comida. Um rugido diferente de um Dragão. Quando eu olhei, Liu Kang estava montado em um Imperiossauro, atacando diretamente o dragão. Anos depois, me perguntei como ele chegou até sua fera tão rápido, então não me pergunte isso. A fera abriu a imensa boca e abocanhou o dragão pelo pescoço, impedindo o avanço da fera.

-Vamonos! Sairram darri! Rápido! - Gritava Liu Kang do topo da criatura.

Logo entendi o porquê. Apesar de ser forte, o dragão era maior que o Imperiossauro. E as asas davam uma vantagem ainda maior para o dragão, tornando o trabalho do Imperiossauro ainda mais difícil. O dragão se debatia, tentando fugir das poderosas mandíbulas do Imperiossauro, que lutava para se manter de pé e impedir o avanço do dragão, que o atacava com as asas, e Liu Kang protegia a sua fera com a espada.

-TODOS SAIAM DAQUI! - Gritou meu pai.

Não precisou falar duas vezes. Enquanto o Imperiossauro segurava o dragão, passamos por de trás da criatura fugindo do salão. Segui meu pai e minha mãe pelo pátio central do castelo, que havia se tornado uma espécie de quartel general. Ao olhar para o céu, vi pelo menos uma dúzia de dragões atacando a cidade, desferindo golpes de chamas por toda Austerial.

-Senhor! - Começou a falar Zoren - as feras destruíram a parte sul da cidade, a parte mais pobre, Beco Lodo. Estamos redirecionando as pessoas para a parte leste, em direção ao Coliseu.

-Precisamos evacuar a cidade - disse meu pai - imediatamente! Levar todos para lá apenas vai atrair as feras. A prioridade é tirar todos da cidade. Leve a todos em direção a Valra ou Vilandrei, acredito que nas duas cidades estaremos seguros.

-Sim Senhor! - então Zoren se virou para os soldados - OUVIRAM AS ORDENS!

E então um segundo dragão, menor que o primeiro, vermelho, com um único chifre em cima do nariz voou em direção ao pátio central do castelo. Lançou chamas em cima de nós. Chan Li apareceu em cima de seu Imperiossauro, lançando uma lança em direção ao pescoço da fera, que para nossa sorte, perfurou a pele dura do dragão.

-Iliana, filho! - disse meu pai para mim e para minha mãe - vocês têm que sair daqui rapidamente! Peguem um cavalo no estábulo e sigam em direção as matas ao norte da cidade! Se escondam lá!

-Você deve ser bem idiota se acha que vou deixar você aqui! - Disse minha mãe, com um lágrima escorrendo pelo canto do olho.

-Vai sim! Não posso deixar que algo aconteça com vocês! Vão sim sair da cidade! - disse meu pai gentilmente, mas com firmeza.

As Crônicas de um Dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora