Ano de 1515 segundo o calendário de Valhenda - Reino de Austerial - estrada das almas, em direção a Cidade de Yin - metade do mês de Sentium, o nono mês
-Auri, quem é ele? - perguntou Iliana, com a dúvida estampada na voz.
Quem era ele? Não sabia dizer. Ele era o homem que disse que poderia me matar se quisesse, e o mesmo homem que salvou Brum de mim mesmo. Quem era ele? Não sabia dizer. Ele era o homem que me disse que os dragões não foram os culpados, mesmo eu tendo visto eles destruírem minha cidade. Quem era ele? Não sabia dizer. Passei 15 anos me convencendo que ele era apenas um louco que me impediu de fazer uma besteira. Um louco que conseguiu me convencer que dragões não destruíram minha cidade, e agora eu retornei para minha terra para convencer outros do mesmo. Quem era ele? Passou-se 15 anos, e eu nunca soube essa resposta. Isso ia mudar hoje.
"Quem é você?" - perguntou Brum, apesar de eu saber que ele não entenderia.
-Brum, você sabe... - comecei a falar, mas fui cortado pelo homem.
-E quem eu sou importa Brum? - disse o homem de modo tão natural, e eu não conseguia acreditar que isso era possível. Ele entendia Brum.
-Ele...Ele...Ele entende Brum? - a voz de Iliana tremia, mas era fácil entender o porquê. Eu mesmo não conseguia falar naquele momento - Auri, o que diabos está acontecendo aqui?
Vi os últimos raios de sol começarem a se despedir no horizonte, enquanto a lua aparecia no céu acompanhado de uma noite estrelada. A floresta escureceu-se a nossa a volta, deixando apenas os raios dá lua como nossa luz. Olhava o homem a minha frente, o homem encapuzado, com a voz familiar.
-Pensei que Zeldruir havia lhe dito para ir para Valhenda! - disse o homem depois de alguns minutos - porque você está indo para Yin?
-Você estava no navio? - eu perguntei para ele.
-Como ele sabe disso? E o que Zeldruir te disse? - perguntou Iliana.
-Não preciso estar no navio! Entretanto, sei que precisa ir para Valhenda! Austerial, Yin, Porto Rico, esses não são sua prioridade agora. - a tranquilidade com que ele falava me irritava.
"Chega disso! Nos de respostas ou eu mesmo te mato!" - foi nesse momento que percebi que Brum também estava irritado. Ele se adiantou e abriu a enorme boca, pronto para atirar no homem.
-Vocês querem resposta? - disse o homem, com tom de ironia na voz.
Ninguém falou nada naquele momento. Estava nervoso com aquela situação, com aquele fato de que todos pareciam saber sobre mim, menos eu. Nervoso com o fato de que mesmo depois de 15 anos, aquele homem parecia saber mais sobre mim do que eu mesmo. E então fiz algo sem pensar. Peguei a faca na cintura de Iliana e corri na direção dele, pronto para acerta-lo e acabar com ele ali mesmo. Meus olhos estavam focados nele, que não se moveu nem mesmo um único passo. Cheguei perto dele com a faca apontada, mirando seu pescoço. Estava pronto para fazer. A lembrança do Dia Negro estava veio a tona na minha mente como uma onde vai para cima de um barco. Cheguei perto, hora de acabar com isso.
E então, com um simples movimento de girar o corpo para a esquerda, ele saiu dá minha frente, e com um leve empurrão no meu braço direito, que era aonde eu estava segurando a faca, ele me jogou no chão. Cai comendo poeira no chão. O homem colocou o joelho sobre minha costas e prendeu minha mão direita com seu braço, me imobilizando no chão.
Rooooaaaaarrrrrrr.
O rugido de Brum preencheu todo o local, atingindo o fundo de minha alma. Entretanto o homem não se moveu.
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As Crônicas de um Dragão
FantasyApós ver sua família morrer e ver seu reino ser destruído por uma horda de dragões; Auri, o príncipe de 10 anos; vê como que a única opção para sobreviver é sumir no mundo. Mas o que ele não esperava era fazer amizade com um filhote de dragão que se...