Ano de 1515 segundo o calendário de Valhenda - Valhenda, a terra dos Elfos - final do mês de Notrain, o décimo primeiro mês
Tum. Tum. Tum.
O som dos tambores ecoava pela floresta. Pássaros fugiam pela noite, com medo do barulho. A floresta, então silenciosa, era preenchida pelo som dos passos dos soldados.
A estrada pela Floresta de Warewood era estreita, o que dificultava a passagem de um exército por meio dela. Por esse motivo, Valhenda nunca havia sido invadida antes. A própria floresta a tornava impenetrável. Mas não naquela noite. Não mais.
Pensei em esmurrar Orian, pois com certeza ele tinha algo haver com isso. O tempo que fiquei conversando com ele, ele aproveitou para mandar seus exércitos para Valhenda. Disso eu tinha plena certeza. Mas aquele não era o momento para isso. Haveria momento para isso mais tarde.
Pelo som na floresta, em pouco tempo estariam sobre a cidade. Nesse momento, a cidade com certeza já tinha ouvido e começado a se preparar. Pelo menos eu esperava isso. Elfos eram orgulhosos, e eles poderiam imaginar que a invasão era algo impossível. Mas se Gorlan estava invadindo, isso significava que ele tinha um plano, tinha um jeito de fazer isso.
O Reino de Elion já dominava tudo entre a floresta e o Pântano, e ainda contava com a aliança com Dorulen. Além disso, Mahel fechou um acordo com Orian, e isso significava que o norte (ou parte dele), estava aliado a Orian, e a outra parte aliado a Gorlan. Resumindo, Valhenda é o último local que não está sob o controle de Elion. A última esperança do mundo residia nas costas dos seres mais orgulhosos que existem. Uma terrível ironia.
Entrei novamente na cidade pela saída que usei anteriormente. Com exceção dos soldados se preparando para batalha, e dos portões fechados, a cidade parecia a mesma de antes. Nada mudara. Ninguém estava preocupado com a possibilidade de uma invasão. Ninguém estava com medo. A cidade funcionava tranquilamente. Uma festividade ocorria próximo ao castelo do rei.
Corri em direção ao castelo o mais rápido que pude, empurrando todos os elfos na multidão. Procurei o Rei Nertorin por todos os lados, mas naquela multidão se tornou algo quase impossível. Enquanto olhava para os lados, senti uma mão tocar de leve no meu ombro, e no susto, me virei e vi Meerla, mais linda do que nunca. Usava um belo vestido de seda rosa claro, que parecia ser bem leve, já que a noite era quente. Apenas sobre o ombro esquerdo estava preso o vestido, deixando o ombro direito sem nada. Seu cabelo estava trançado, colocado para frente. Seu rosto estava belo, com as maçãs do rosto avermelhadas. Uma coroa dourada pousava sobre sua cabeça. Estava bela. Linda. Mas eu não estava ali para admira-la.
-Oi... - ela começou a dizer, parecendo um pouco envergonhada.
-Você viu seu pai? - perguntei, antes que ela falasse mais alguma coisa.
-Meu... Pai? - ela perguntou surpresa - acho que está no salão principal com alguns conselheiros, mas por que?
Sai correndo, deixando-a lá. Me senti mal por não ficar e conversar com ela, mas não havia tempo. Segui em direção ao salão principal, e encontrei o rei junto de diversos outros elfos, conversando e rindo enquanto comiam, bajulando o rei. Um deles chegou a me ver na porta de entrada do salão, mas fingiu não me ver, se virando para bajular ainda mais o rei. Uma bela música estava sendo tocada por uma banda ao fundo do salão, enquanto 8 casais dançavam no meio do salão. Aquilo me encheu de raiva. Tirei meu facão e atirei contra o violino de um dos elfos, cortando todas as cordas. Todos pararam no mesmo momento e se viraram para mim. Foi o rei que falou primeiro.
-Mas o que significa isso? - esbravejou Rei Nertorin.
-Vocês tem merda na cabeça? - me adiantei, indo em direção ao rei. Vi meu pai se aproximando de mim.
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As Crônicas de um Dragão
FantasíaApós ver sua família morrer e ver seu reino ser destruído por uma horda de dragões; Auri, o príncipe de 10 anos; vê como que a única opção para sobreviver é sumir no mundo. Mas o que ele não esperava era fazer amizade com um filhote de dragão que se...