XX - A Revolução em Yin

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Ano de 1515 segundo o calendário de Valhenda - Reino de Austerial - Cidade de Yin - final do mês de Sentium, o nono mês

-De novo! - disse Iliana para mim.

O sol mais uma vez estava radiante naquele dia. As altas árvores tapavam a entrada do sol na floresta, criando um ambiente agradável e fresco para poder relaxar tranquilo. Mas claro que Iliana não queria relaxar, ela queria praticar sua pontaria (que já era perfeita e não entendi porque precisava de mais prática), e além disso, ela colocou na cabeça que eu precisava aprender atirar com arco e flecha, então ela começou a me ensinar.

-Apenas mire aonde você quer atirar, respire fundo, e deixe sua mão guiar! - ela falou novamente.

Olhei para o alvo na minha frente, um boneco de palha pendurado em um galho de árvore há alguns metros a frente. Olhei fixamente para o alvo, respirei fundo e fechei os olhos. O fio do arco já estava esticado com a flecha pronta para atirar, então eu soltei meus dedos e a flecha voou. Abri meus olhos novamente.

-E aí, acertei? - perguntei esperançoso, olhando para o boneco.

"Se o seu alvo fosse uma imensa árvore parada na floresta, você teria errado também!" - odiei a ideia de Brum ter vindo junto, ele não perdia a chance de caçoar comigo.

Brum estava deitado no chão próximo a nós, apenas assistindo o treinamento do jeito mais preguiçoso possível.

-Porque trouxemos você mesmo? - perguntei irônico para Brum.

"Porque eu precisava rir um pouco" - respondeu Brum -"acho que ela vai ter mais sucesso ensinando uma raposa hahaha".

-Cala a Boca! - respondi.

-Calma que você ainda vai aprender! - disse Iliana pacientemente.

-Vou nada! Para que aprender arco e flecha se posso apenas cortar com uma espada? - perguntei.

-Porque as vezes seu inimigo pode estar longe de você! - ouvi a voz de meu primo atrás de mim.

Olhei e vi o imenso Haganin, vestido com roupas mais casuais, mais leves, mas ainda com a imensa espada pendendo do lado direito de sua cintura. Ele não costumava vir para fora dá cidade, então achei estranho quando o vi.

-O que faz aqui primo? - perguntei.

-Preciso conversa um pouco com você, que é dá minha família! Tantos anos que não nos vemos!

Achei aquilo estranho.

-Pode me emprestar Auri por um tempo, senhorita? - perguntou Haganin para Iliana.

Segui Haganin em direção a estrada, mas nós lembrando de se manter longe dela, que estava cheia de soldados. As grosas árvores criavam um lugar perfeito para se sentar, e depois de andarmos alguns metros, foi justamente o que fiz.

-O que foi que você quer falar comigo? - perguntei sem deixar muito tempo em silêncio.

-Você confia mesmo no Dragão? - ele perguntou depois de um tempo.

-Confio minha vida a ele! - disse sem pestanejar.

-Foi a espécie dele que nos colocou nisso! Se não fosse por eles... - ele começou a falar, mas resolvi cortar na hora.

-Não sabemos o que teria acontecido! Não sabemos um futuro que não aconteceu, apenas o que temos agora! Apenas sei de uma coisa : não foram os dragões! Não foi culpa deles!

-Claro que foi! Todos nós vimos! - ele falou prontamente.

-Passei 15 anos viajando, sem tem algo que aprendi é que nem tudo é o que parece! Aprendi muito disso nos últimos dias! Sempre achei elfos o exemplo máximo de disciplina, até ver um elfo pirata!

As Crônicas de um Dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora