As Crônicas de um Dragão

XXXIII - Mãe e filho

Antepenúltimo capítulo galera!!! Espero que gostem!!!

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Não sabia aonde estava naquele momento. A última coisa de que me lembrava era de ter sido perfurado pela espada envenenada de Orian, e depois não vi mais nada. Lembro da dor em meu corpo, da queimação que sentia, mas ao mesmo tempo já não sentia mais nada. Parecia para mim que eram apenas lembranças distantes de uma vida que não era minha.

Meus olhos estavam pesados. Com dificuldade, consegui abrir meus olhos para um local que nunca havia visto na minha vida. Estava em um pequeno morro, com gramas tão verdes que pareciam brilhar sob a luz do sol. O céu estava num azul tão nítido, que não havia nenhuma nuvem no céu. O sol estava forte, mas não era quente, era aconchegante. Uma leve brisa deixava o local extremamente agradável. Uma grande árvore estava no topo do morro, e ao lado dela um banco. E no banco, havia uma pessoa sentada. Uma mulher.

Me levantei, mas ao fazer isso, senti uma vontade enorme de ficar deitado naquela grama fofa, ficar deitado sem ver o tempo passar. Relaxar. Mas algo naquela mulher me chamava, e eu precisava saber o que era. Me levantei e comecei a andar até ela.

Por algum motivo que não conseguia explicar, a cada passo que dava, meu coração acelerava mais. A cada passo, minha perna ficava mais pesada e eu me sentia nervoso, como se esperasse que algo grande acontecesse. E realmente aconteceu.

Quando cheguei a poucos metros da mulher, pude ver com clareza que ela era, e aquela era a visão mais gloriosa que eu já tinha visto. Seus cabelos eram dourados como o ouro, sua pele era branca como a mais pura neve. Seus azuis pareciam ter todo o mar dentro deles, que transmitiam a calmaria e ao mesmo tempo a severidade que eu tanto conhecia. Quando a vi, minhas pernas perderam as forças, e eu apenas me ajoelhei no chão, chorando. Meus olhos ficaram inchados de emoção, e eu quase não vi ela se aproximando de mim. Ela se ajoelhou ao meu lado e me abraçou, envolvendo sua mão direita na minha cabeça e apoiando-a em seu ombro.

-Ola meu filho - ela disse com sua voz suave, enquanto me abraçava.

-Ma... mãe... mamãe! - minha voz saia falhada, enquanto eu soluçava para falar.

Ficamos um bom tempo abraçados. Desejei aquele abraço de minha mãe nos últimos 15 anos, desejei sentir novamente o perfume dela, o toque suave, o amor da minha mãe. Desejava isso mais do que tudo em minha vida. Ela me ajudou a levantar, e juntos fomos até o banco, comigo parecendo uma criança boba andando com a mãe. Sentamos juntos, e a visão dela ao meu lado se tornava gloriosa a cada minuto.

-Você cresceu tanto meu filho! - ela disse depois de um certo tempo, colocando a mão em meu rosto.

-Senti tanta a sua falta mãe... - foi tudo o que consegui dizer.

Olhei ao redor. Aquilo parecia muito real para ser um sonho. E mesmo assim não parecia ser real.

-Eu estou morto? - perguntei.

-A morte filho, é apenas uma passagem! Tudo é uma questão de ponto de vista!

-Mas então se você está aqui...

-Sim filho, eu já não pertenço mais ao seu mundo!

-Que lugar é este?

-Um intermediário, não é seu mundo, mas também não é A Terra dos Mortos.

-E o que eu faço aqui? E o que você faz aqui? - eram tantas as perguntas que eu não conseguia segurar minha língua.

-Bem... - ela deu um leve sorriso, e sabia que meu pai era apaixonado por aquele sorriso - estamos conversando.