Possessão

O que vocês querem?

- Eu preciso resolver umas coisas, então para de fazer perguntas e vai tomar banho enquanto eu pego uma roupa para você vestir.
Fui até o quarto para ver se achava algo para ela vestir, achei uma camisa minha que ficará um pouco grande nela, mas acho que serve e um short jeans que eu não faço a mínima ideia de como parou na minha gaveta, provavelmente alguma vadia deve ter deixado lá. Fui até o banheiro do corredor onde ela foi tomar banho e bati na porta.

- Sua roupa.

- Deixa aí na porta. – Ela falou, e eu ouvi o barulho de alguma coisa caindo.

- O que você está fazendo aí?

- Ai, t-tomando banho. – Ela falou com a voz chorosa.

- Ashley, abre a porta.

- N-não entra, eu caí. – Entrei sem pensar, e ela estava caída no chão com uma toalha envolta do corpo e um corte na testa.

- Que merda você pensa que está fazendo?

- E-eu escorreguei, minha cabeça está doendo muito. – Ela falou botando a mão na mesma.

- É claro está cortada, onde você cortou essa testa?

- E-eu devo ter batido de cabeça na pia quando escorreguei. – Ela tirou a mão da cabeça olhando para o sangue assustada.

- Como uma pessoa pode ser tão lerda ao ponto de escorregar assim? Vem, levanta. – Falei ajudando ela a se levantar, e a levando para o quarto, onde a mesma se sentou na cama.

- Fica sentada aí. – Fui até o banheiro peguei a roupa dela e uma caixinha com remédios e curativos.

- Levanta para eu te ajudar a se vestir.

- Não precisa, eu consigo sozinha. – Revirei os olhos saindo do quarto, ficando na porta esperando ela se vestir.

- Acabou? – Ela não respondeu, eu entendi como um sim e entrei. Ela já estava vestida, sentada na cama com a mão na cabeça, com seus cabelos molhados e longos, caídos sobre os ombros, me sentei do seu lado peguei da caixa algodão, soro, antisséptico e um curativo. Virei seu rosto para mim limpando o corte com um algodão e soro, peguei o remédio antisséptico e botei em um outro pedaço de algodão para passar nela.

- Vai doer, tem que me levar no hospital. – Ela falou segurando minha mão, assustada.

- Não está tão fundo para levar pontos, é só antisséptico não vai doer. – Passei o algodão em seu corte e botei o curativo.

- Doeu bebê? – Perguntei irônico.

- Minha cabeça ainda doí. – Peguei uma aspirina na caixa e dei na sua mão

- Toma isso, daqui a pouco passa e vamos logo que eu já estou atrasado.

[...]

- Posso ligar o rádio?

- Não.

- Por que?

- Por que eu não estou com paciência para ouvir música.

- Se continuar correndo assim, vamos acabar sofrendo um acidente.

- O único acidente que você vai sofrer, vai ser quando eu te jogar pela janela se não calar a porra da boca.

[...]

Entramos na boate, que obviamente estava vazia por que eram 11:00 horas da manhã.

- Fui até o escritório onde o pessoal estava reunido, tinha mais ou menos 10 homens lá.

- Até que fim né madame! – Zach falou, e todos riram.

- Cala a boca, vamos começar logo isso por que não estou com paciência.

- Calma estressadinho, quem é a pirralha? – Alex falou apontando para Ashley que estava grudada no meu braço.

- Até que é gostosinha, tá pegando? – Robert falou.

- Creche do titio Austin? – Zach falou rindo com o resto do pessoal.

- Dá para vocês calarem a porra da boca para a gente começar logo? – Falei estressado sentando na minha mesa, apontei para um sofá no canto da sala, olhei para Ashley, ela entendeu recado e se sentou assustada olhando aquele bando de homens.

- Então alguém tem alguma ideia? Ele matou 3 de nossos homens para pegar as drogas e os armamentos, nós temos que fazer alguma coisa.

- Eu consegui invadir o sistema deles e a próxima entrega deles é daqui a 3 dias. – Robert falou sentado em uma cadeira com o notebook no colo.

- A gente pode achar o local de encontro deles, e os seguir até o galpão do Johnson. – Dave falou.

[...]

- Então já resolvemos tudo, podem sair da minha sala. – Todos saíram menos o Robert, Zach e Alex que continuaram olhando para minha cara.

- O que vocês querem?

- Qual é a da creche do papai ali? – Alex apontou para Ashley.

- Não te interessa.

- Ah qual é cara, somos seus melhores amigos.

- É a minha boneca, e se vocês encostarem nela eu vou arrancar o pau de vocês, é só isso que precisam saber. – Eles riram e saíram da sala.

- Vamos? – Olhei para Ashley, e ela estava sentada no sofá me olhando com os olhos arregalados.

- V-você é b-bandido?

- Conseguiu chegar a essa conclusão sozinha? Parabéns bonequinha, você é muito esperta. Agora vem. – Ela continuou sentada sem fazer nenhum movimento, abaixei na sua frente, para ficar na altura dela no sofá.

- Não precisa ter medo de mim, bonequinha. – Passei a mão em seu rosto – Se você se comportar, eu prometo que não machuco você. – Peguei a mão dela e levei ela até o meu carro que estava estacionado em a frente a boate.

[...]