Vocês deixaram minha boneca sair?

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- Vocês acham mesmo que depois de vocês traírem ele, eu vou confiar vocês na minha gangue? - Ouvi tiros e desmaiei logo em seguida.

[...]

Acordei em um lugar todo branco, sentindo muita dor no peito, olhei para os lados e vi Robert sentado em um sofá que tinha ali.

- Oi cara, ainda bem que você acordou, como você está?

- Hum, estou bem. - Gemi de dor tentando sentar na cama. -  Onde eu estou? e o que aconteceu?

- Você já esta aqui a cinco dias, Johnson levou toda a máfia.

- Filho da puta. - Gritei sentindo uma dor horrível

- Calma, você precisa descansar, alguns dos homens ainda estão do nosso lado para tentar recuperar a máfia.

- E o Alex e o Zach?

- Eles estão pesquisando alguma coisa que nos leve até o Johnson, eles saíram do galpão antigo.

- Eu vou matar esse desgraçado!

- Agora você precisa se recuperar para sair daqui o mais rápido possível.

- Por que?

- A policia provavelmente está atrás de você, Ashley conseguiu fugir.

- O que? Vocês deixaram minha boneca sair? Porra Robert.

- Nos estávamos preocupados com você, caralho, você quase morreu, estava quase em um coma, a máfia foi roubada pelo nosso maior inimigo, aqueles desgraçados nós traíram, você acha que eu vou ficar me preocupando com a Ashley?

- Ok, você tem razão, ela esta bem pelo menos?

- Sim, ela já esta em casa. - Bufei.

- Agora me ajuda a sair daqui.

- Você está bem?

- Eles já tiraram as balas?

- Sim.

- Então vamos.

Sentei na cama, ainda sentindo dor, tirei a agulha de soro que estava na minha mão e levantei. Robert entregou minha roupa, fui até o banheiro tirei aquela "camisola" horrorosa de hospital, me olhei no espelho, eu estava com uma cara horrível, minha barba já estava um pouco grande, tinha olheiras e alguns cortes no rosto, fora os curativos dos tiros em alguns lugares do corpo.

- Vamos.

- Tem certeza que esta bem? você não está aguentando nem ficar em pé direito.

- Eu estou bem, Robert, vamos logo.

- Ok.

Saímos do hospital, acho que ninguém percebeu que eu era paciente, o carro estava estacionado na frente do hospital.

- Eu dirijo. - Peguei a chave da mão dele.

- Não, você não está aguentando nem com você, Austin. - Ele pegou a chave de volta e entrou no carro, bufei contrariado e entrei também.

- Para onde vamos?

- Para casa.

P.O.V. Ashley

Eu estava na delegacia, em uma pequena sala a prova de som, com um policial sentado na minha frente com alguns papeis em sua mão, ele estava me pressionando para eu contar tudo que aconteceu lá e entregar o Austin, eu sei que ele fez tudo aquilo comigo, mas ele me amava, eu soube pelo Robert que ele perdeu tudo e que estava desacordado no hospital, eu não poderia entregar ele.

- Foi esse cara que te sequestrou? - O policial me mostrou uma foto do Austin, fiquei sem reação, sem ter o que fazer.

- Ele já cometeu muitos crimes Ashley, um a mais na ficha dele não vai fazer diferença, mas precisamos que você fale, para termos certeza de quem devemos prender.

- Não foi ele, eu estava assustada.

- Você chegou a ver o rosto dele?

- Não. - Menti

- Ele usava alguma mascara? Como era ela era?

- Eu não sei, eu já falei que estava com medo, eu não vi.

- Só estamos tentando te ajudar, você precisa nos contar tudo, no seu exame de corpo de delito, alegou estupro e agressões.

- Me deixa ir embora por favor. - Falei sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Nos entendemos que você está assustada, que ainda esta muito recente..

- Então me deixa ir. - Cortei ele, tentando sair logo daquela situação.

- Tudo bem, pode ir, mas quando você se acalmar, terá que voltar aqui e nos contar o que aconteceu.

[...]

Estava deitada na cama, pensando em tudo que aconteceu, por algum motivo eu estou preocupada com o Austin.

Minha mãe bateu na porta e abriu logo em seguida.

- Filha, tem alguém aqui querendo falar com você.

- Quem? - Sentei na cama.

- Eu. - A Michele apareceu na porta. - Posso falar com você um pouquinho, querida?

- Pode sim. - Minha mãe nos deixou a sós e ela entrou fechando a porta.

- Pode se sentar.

- Obrigada. - Ela agradeceu e se sentou.

- Eu preciso que você seja sincera comigo, eu estou muito preocupada com o meu filho, eu não tive nenhuma noticia dele, você pode me contar o que aconteceu, eu prometo que eu não vou falar para ninguém nada que nós falarmos aqui. Foi ele que fez essas coisas com você?

- E-e, sim, mas ele só fez aquilo uma vez ele estava nervoso. - Acho que eu só estava defendendo ele para poupar sua mãe do sofrimento, ela é uma pessoa maravilhosa. - Na maioria das vezes ele foi bom para mim.

- Mas por que ele fez isso? - Ela perguntou com um olhar triste.

- Ele falou que me amava e queria ficar comigo, mas ele fez isso do jeito errado.

- Entendo, ele sempre foi assim, eu peço desculpas por ele.

- Esta tudo bem.

- Ele esta bem?

- Sim, não precisa se preocupar. - Eu não queria contar que ele estava no hospital, ela estava muito preocupada, isso só ia piorar tudo.

- Graças a Deus. - Ela respondeu aliviada, e eu senti uma culpa terrível me consumindo. - Você pode não entregar ele? Ele é o meu único filho, se pegarem ele, vão mata-lo, eu sei que é horrível o que estou te pedindo e você não precisa fazer se não quiser, eu vou te entender.

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