Divido. Era como eu me sentia. Eu não sabia como agir, e o que fazer, em um dia tudo estava indo bem e no outro as coisas mudaram, mudaram completamente.
Eu não sabia o que fazer em relação a minha ex namorada e não sabia o que fazer sobre a minha melhor amiga. Eu não queria magoar ninguém, eu não queria quebrar nenhum coração pois eu sabia como isso doía mas e então como agir? Eu queria bater na porta de Juliana, agarra-lá e levá-la para a cama, fazer muitas coisas que aqui não podem ser mencionadas mas eu também queria bater na porta de vitória, beija-la e levá-la pra comer o nosso sorvete de creme.
O sorvete de creme que não comeríamos mais daqui a duas semanas, o pouco de sorvete que eu não veria mais no canto de sua boca, e não veria mais também ela vestida naquela blusa rosa suja com as gotas da nossa casquinha preferida.
Era errado estar começando a gostar dela. Ela parecia estar se acertando com seu ex, eles inclusive se beijaram. Nunca perguntei sobre os dois e ela nunca me disse mas para mim um beijo significava muito.
E além do mais eu ainda amava a Juliana, não teria por que eu e Vitória ficarmos juntos e muito menos nos beijarmos mas foi isso que aconteceu.
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Algumas horas atrásEla apareceu aqui em casa. Vestia um short jeans velho e uma blusa cheia de florzinhas e um tênis no pé, os cabelos estavam soltos e no rosto continha um sorriso lindo.
Eu jogava vide-game quando minha mãe me chamou e disse que tinha visita e logo ela apareceu correndo pra me abraçar. Sem avisar nem nada, só ela ali com um sorrisão no rosto.
— Que surpresa boa! — A apertei.
— Como cê ta? — Ela disse se sentando na minha cama.
— Com certeza melhor agora, o que te trás aqui? Ainda sem avisar? — Perguntei curioso.
— Coloquei uma caixa grandona de som lá no terraço — Abriu os braços o máximo que conseguiu para enfatizar Grandona — Imagina deitar pra olhar as estrelas ouvindo Ed Sheeran?
— Seria demais — Sorri — Mas como você conseguiu essa caixona hein? E como esses palitinhos que você chama de pernas aguentaram o peso? — Gargalhei e levei um soco no braço.
— Idiota! — Soltou uma risada também — Ganhei de presente do meu tio que tem uma loja só de instrumentos musicais no meu aniversário e o Rubens me ajudou a instalar em um lugar que a chuva não pegue — Concluiu a explicação com uma piscadela pra mim
— Gênia! Vamos lá ver a potência desse som
Peguei as chaves do meu carro e descemos em direção a garagem. Abri a porta do jeep para ela e seguimos até a firma abandonada.
Subimos os lances de escadas e quando chegamos no nosso lugar preferido avistei a caixa. Que nem era tão grande assim mas que com certeza faria um bom barulho.
Ela pegou seu celular e com a ajuda de um adaptador conectou o celular com a caixa, o som começou a sair e então deitamos no chão como o de costume e olhamos para o céu, estávamos presenciando o sol se por e que vista linda era aquela.
Kiss me começou a tocar. Ela fechou os olhos prestando atenção no que ele cantava e eu fiz o mesmo.
— Kiss me like you Wanna be love, you Wanna be love, you Wanna be love, This feels like falling in love
Falling in love, — Cantou com os olhos fechados"(Então me beije como você quer ser amada, como você quer ser amada, como você quer ser amada, este sentimento é como se apaixonar, apaixonar)."
— we're falling in love — Terminei o refrão
"(Nós estamos nos apaixonando)"
Nos olhamos e por um momento ficamos calados, nossos olhos já diziam tudo.
— Settle down with me, and you I'll be your safety, you'll be my lady — Cantei
"(Alcame-se comigo, eu vou ser sua segurança, você vai ser minha garota)"
Pisquei os olhos e senti nossos lábios se colando em um beijo cheio de amor, carinho e emoção.
Nada mais importava, éramos só Nós dois, um por do sol como cenário e Ed sheeran cantando ao fundo, não imaginava primeiro beijo mais perfeito.
Ao lembrar foi inevitável não sorrir, o seu beijo era exatamente do jeito que eu imaginei: doce, carinhoso mas cheio de envolvimento, algo viciante.
Ela corou e ficou mais linda ainda vermelha e eu a abracei, ficamos ali até escurecer e depois a levei para casa e demos outro belo beijo antes de eu ter que ir embora.
E agora cá estou eu jogado na minha cama sem saber o que fazer.
•Vitória
O dia estava lindo, fazia sol porém não fazia aquele calor insuportável como sempre fazia em São Paulo e então resolvi ir pessoalmente contar a minha pequena novidade para ele, com certeza seria muito melhor estar em meu lugar favorito ouvindo boas músicas.
Toquei sua campanhia e dona Barbara que me atendeu.
— Oh, oi Vi, entra querida — Me deu abraço caloroso
— Tudo bem? O Rafa ta ai? — Perguntei ansiosa.
— Ta sim, vamos lá em cima, ele está em seu quarto.
Subimos a escada e vi que ele jogava um jogo de tiro, esses que menino acha um máximo, nao fiz cerimônia, corri e dei um forte abraço nele.
Contei sobre a caixa de som para ele e fomos estrear ela e aproveitar também o por do sol, algo que eu queria muito que ele visse comigo.
Eu não esperava, eu não imaginava que isso aconteceria mas foi mais forte do que eu, aquela era a hora certa, eu estava pronta e também pensei que ele estava, é claro que nós dois estávamos!
O beijei, pela primeira vez e eu senti como se nada mais importasse, éramos só nós dois fechados na nossa pequena bolha de amor, aquele com certeza foi um dos melhores dias da minha vida, eu nunca me senti tão viva como me senti naquela tarde. Foi mágico, foi lindo e eu tive a certeza, estava completamente apaixonada por Rafael.
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A Pessoa Certa No Momento errado
RomanceDe um lado uma garota completamente inocente e disposta a se aventurar novamente nessa montanha-russa que é amar, uma garota que acredita que o amor ainda é o sentimento mais importante do universo. Tanta inocência e simplicidade em alguém que só de...