Uma romântica incuravel

115 12 1
                                    

Os dias iam passando e cada vez mais eu gostava de como minha vida estava, não podia negar, meu coração ainda sangrava, ainda estava machucado mas com a ajuda dos meus novos amigos eu estava tentando superar.

Entrei no seu perfil do Facebook pela conta de Emma, já que eu o havia bloqueado da minha. Poucas coisas ele postará, só algumas fotos de festas com Mathias e frases tristes... Nada com nenhuma garota, o que de certa forma tranqüilizou meu coração. Eu o amava, não podia negar e isso não havia acabado do dia para a noite.

— Você precisa parar de stalkear o garoto assim Vick — Ela disse enquanto comia um Doritos no intervalo das aulas

— É só hoje, amanhã não farei mais isso

— Todo dia diz isso — Revirou os olhos

Ethan caminhou até a nossa direção gritando feito um louco e chamando a atenção de todos e ao seu lado trazia um amigo, que eu conhecia muito bem

— Preciso apresentar vocês ao Benjamin, é meu amigo desde de que foi morar na minha casa.

Meu queixo caiu. Como isso era possível?! Megan era amiga de Benjamin que morava na casa de Ethan meu mais novo melhor amigo, era coincidência demais. Os encarei perplexa

— Eu já conheço ela — Me deu um beijo no rosto sem cerimônias

— Então você está morando com a família dele desde que veio para cá?

— Sim e eu os amo — Sorriu e meu deus do céu, que sorriso era aquele? Há algum tempo eu já não via um sorriso tão encantador como o de Ben

— O que vocês acham de irmos até o Central Park depois da escola? — Emma disse enquanto digitava alguma mensagem em seu telefone

— Seria uma boa idéia— Sorriu de novo e eu estava quase apaixonada, já podia sentir — Você vem Vitória?

— Hmm acho que não, preciso estudar muito para as provas

Ele me olhou e sem dizer nada saiu, garoto esquisito. Meus amigos nos olharam por cima dos ombros e disseram que iriam mesmo assim.

                        ****

Estava morta de cansaço e pronta para tirar um belo cochilo quando Elisabeth entrou no quarto dizendo que um menino me procurava, desci as escadas curiosa, só podia ser Ethan já que ele era o único amigo homem que eu tinha feito ao longo de um mês em Manhattan. Abri a porta e olhei curiosa

— O que está fazendo o aqui?

— Vim te buscar para ir ao Central Park comigo

— Eu disse que não iria

— Você não vai se arrepender se for Vitória — Benjamin sorriu, tudo bem, eu iria só por causa daquela arcada dentária perfeita

Revirei os olhos e pedi para ele entrar. Coloquei um vestido leve e um casaco fino por cima, era verão lá mas não o mesmo verão que fazia no Brasil e então saímos em direção ao parque mais famoso de Nova York

— Amo vir aqui sabe? É um lugar tão belo e além do mais as vezes até consigo ver uns famosos por aqui

— Sério?! Quem você já viu aqui? — perguntei curiosa

— Will Smith por exemplo

— Aí meu deus! Que demais

Ele me olhou e sorriu e fomos caminhando sem direção pelo grande parque, até que sentamos em um banquinho para descansar

— Você sente falta do Brasil?

— Sim, muita mas tenho gostado muito de tudo que tenho vivido aqui e você?

— Eu também mas tenho me acostumado, prefiro viver em Nova York

Ficamos alguns segundos calados até que me lembrei, onde estaria meus amigos?

— Ethan e Emma também não iriam vir?

— Eles disseram que tinha lições para fazer — Disse despreocupado

Olhei para ele com raiva, que droga! eu também tinha milhares de lições para fazer e estava ali com aquele desconhecido e os meus amigos nem estavam lá.

— Se você sabia que eles não viriam por que então me trouxe aqui?!

— Linda, você só lembrou deles agora, faria mesmo diferença? Eu só quero te conhecer, não é todo dia que encontro uma menina como você.

— Uma menina como eu?

— Você se esconde dentro de uma bolha enorme, tentando mostrar ser alguém que não é mas está estampado no seu rosto que você é uma garota meiga, doce e delicada. O que te deixou assim, tão feroz?

— Feroz? Você nem me conhece para saber como se sinto — Levantei e fui caminhando, quem ele pensava que era para falar todas aquelas coisas de mim?!

— Ei! Calma aí, você disse uma vez que o amor é um sentimento para trouxas, por que acha isso?

— Não foi bem assim que eu disse Benjamin e você não tem o direito de se intrometer na minha vida Okay?!

Caminhei o mais rápido que pude, para mim aquilo era um absurdo, eu ao menos o conhecia, ele não tinha o direito de ficar perguntando coisas tão íntimas, não ele não tinha! Ele não me seguiu e eu não olhei para trás para saber se ainda continuava parado ou tinha ido em outra direção, apenas fui para casa e tentei relaxar, eu não precisava de mais problemas na minha vida.

Cheguei em casa e liguei para Ana Júlia, eu sentia uma enorme saudade da minha melhor amiga e eu estava mesmo precisando conversar

Amiga que saudades! — Ela gritou do outro lado da linha

— Eu também estou morrendo de saudades amiga, como você se sente?

Tudo tranquilo gatona e com você?

— Não sei, eu quero um abraço — Minha voz denunciava, eu não estava bem

Ei, o que houve?

— Sinto falta de Rafael mas eu não quero nunca mais olhar na cara dele e.. Eu conheci um menino

Não me diga que...

— Não! Eu não estou apaixonada, é só que ele é diferente ...

Uma romântica incurável você — Ela riu

Continuamos a conversar por mais meia hora até que meus créditos acabaram e a chamada foi finalizada, eu queria que ela estivesse aqui comigo. Ana sempre me deu um ombro amigo quando eu me sentia deslocada, não sei se agüentaria ficar um ano longe de todos aqueles que eu amava.

E além do mais eu precisava concordar com Ben, eu havia me metido em uma grande bolha, eu não queria nunca mais sentir algo forte por alguém, porque eu sabia que isso nunca deu certo, talvez o amor não fosse mesmo para mim.

A Pessoa Certa No Momento erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora