XXXVI.✓

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— Que merda — sussurro e levo mais um soco no meu rosto. E eu nem sei quem é esse filho da puta que está me batendo.

Quando eu acordei já estava amarrado nessa merda de lugar, no mesmo galpão que ficamos com a Jessie, a Mirella e suas amigas assim que elas foram pegas. Achei que nunca mais voltaria aqui. E estava contente com isso.

Esses desgraçados estão me batendo faz algum tempo já, aposto que tenho no mínimo umas quatro costelas quebradas, fora meu rosto que deve estar todo desfigurado. Eles querem saber quem é que me ajudou a fugir do Ivan todo esse tempo. Nunca vou falar, é claro. 

Por fim eles cessam a seção de tortura ao Kendall e descem as escadas. Os dois colchões velhos ainda estão aqui, eu estou amarrado ao lado deles, os braços para o ar e os pés no chão.

Através das janelas eu vejo o dia indo e o outro vindo. Três dias que eles não me dão comida, só um gole de água depois de umas pancadas. Sinto que vou morrer nessa porra. E o Estevan ainda não veio, sei que ele vai descobrir, sua menina foi pega e ele deve estar feito o cão.

No quarto dia eu ganho comida, um pão com carne e uma garrafa de água. Mais tarde o mesmo cara, que julgo ser o líder, aparece fazendo as mesmas perguntas.

— Quem é o traidor do Ivan?

— Sua avó. — Ganho um soco no estômago.

— Quem te ajudou esse tempo todo?

— Foi você, porra. — Outro golpe, agora no rosto. — E eu ainda te fodia gostoso a noite, não finja não se lembrar. Você gritava a noite toda pra eu comer teu rabo com mais força. — Então a pancadaria começa.

°

Meu corpo está dormente, sinto o sangue quente correndo nas veias. A cabeça lateja assim como meus braços que estão suportando todo meu peso e a mordaça está acabando com minha mandíbula já toda fodida e meus lábios. Agora é certo, vou morrer nesse inferno.

— Tem alguém invadindo! — Um cara grita da escada para o que está me vigiando e os dois correm pra baixo. Muito barulho de tiro por todo lado e eu sorrio sabendo que não vou morrer. Pelo menos não agora.

Não demora e o Estevan aparece correndo até mim, ele me desamarra e senta no chão me apoiando.

— Você... demorou — sussurro e sinto minha garganta arranhar.

— Precisamos saber onde a Mirella e a Jess estão, eles disseram algo? — Seu tom é impaciente, mas seus olhos são preocupados enquanto correm por meu corpo.

Nego balançando a cabeça incapaz de falar novamente, o amigo dele, Gilee, aparece e o ajuda a me levar pra baixo. Sou depositado no sofá e Estevan se abaixa me olhando preocupado.

— Quer algo?

Balanço a cabeça negando.

— Só... Só preciso descansar um pouco e estarei pronto para outra. — Sorrio sentindo minha garganta doer.

— Nem brinca com isso, porra — rosna irritado.

— Você fica uma merda sem ela, chato pra caralho. — Reviro os olhos os sentindo doer.

— Mais um motivo para a acharmos logo — resmunga levantando. — Ele precisa de água. — Logo uma garrafinha aparece.

°

Ele está extremamente irritado, impaciente e puto com todo mundo. O mesmo cara que estava me batendo à algumas horas, está sentado em uma cadeira com dois homens apontando a arma pra ele, Estevan está na sua frente conversando com um terceiro homem, ambos segura armas. 

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora