Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos.

XXXIX.✓

— Cuidado Ken!

Deus, parece criança!

Ele me olha e sorri enquanto abaixa para pegar a bolinha do Fry, jogar no outro lado da sala e correr com meu cachorro até lá pra ver qual pega primeiro.

Já fazem dois meses que ele saiu do hospital, sua recuperação está sendo incrível. Ele já consegue andar normalmente faz algumas semanas, porém não pode ficar forçando muito como se abaixar. As feridas estão quase completamente cicatrizadas, foi o que o médico garantiu semana passada quando fomos na consulta rotineira.

— Eu estou legal, Jessie. Me abaixar pra pegar uma bolinha não vai me matar. — Ele sorri se aproximando de mim com um sorriso faceiro. Segura minha cintura com uma mão e a outra sobe para o meu rosto acariciando todo delicado. — Você está linda, Jessie. — Reviro os olhos e ele toca meu cabelo. Eu resolvi cortá-lo até o pescoço, foi um repicado simples, mas eu adorei e aparentemente o Keel também, pois agora só fica me elogiando.

— Obrigada. — Sorrio e o puxo para um beijo, ergo meus pés e seguro sua nuca. Ele puxa minha cintura e acaricia minhas costas, o beijo fica mais profundo. Minha língua já está sendo sugada por ele e eu o abraço mais forte roçando nossos corpos. Mas como sempre que o clima fica mais quente, ele me afasta delicadamente e termina com um selinho. Eu deixo, afinal, não sei se conseguiria ir até o final agora.

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Observo o Keel dormindo de bruços na cama com Fry nos seus braços e sorrio. Me aproximo encarando suas costas nua, já que ele veste somente uma calça de moletom no momento; os ombros largos e firmes, um vão da coluna e duas pequenas covinhas, que acho super sexy, na sua lombar. Os desenhos das tatuagens cobrindo boa parte da sua pele. Seus braços fortes ao lado do corpo também chamam a atenção, tatuados com diversos desenhos diferentes.

Toco com delicadeza uma das cinco marcas dos​ tiros e circulo delicadamente pra que ele não acorde, elas estão espalhadas por sua pele bronzeada: uma no dorso, outras duas incrivelmente próximo a linha da coluna e mais duas abaixo. Parece tudo tão surreal!

E pensar que já fazem mais de seis meses! Por Deus! Mais parece um pesadelo que acordei e a cada momento ele vai se dissipando mais da minha mente.

Apago a luz do meu quarto e me deito ao lado dele, jogo meu braço sobre a cintura do Ken e alcanço o Fry em baixo dele que o segura todo protetor. Keel se mexe tocando minha mão e virando o rosto pra mim, o vejo através da iluminação que entra pela janela, e sinto a linguinha do Fry nos lambendo.

— Você veio deitar cedo — falo. — Vocês. — Ele sorri e termina de se virar trazendo Fry consigo, meu neném se acomoda usando as duas patas dianteiras e ocupa seu espaço.

— Estava cansadão — sussurra. — Acho que brincamos demais no parque. — Indica o Fry.

— Também, correram o dia todo. — Sorrio lembrando das imagens. Mais cedo fomos nós quatro no parque que tem aqui próximo. Otavio, Ken, Fry e eu. Meu neném nunca brincou tanto na vida e acho que nem o Keel; Otavio e eu as vezes entrávamos na brincadeira, mas na maioria só observamos a incrível conexão entre esses dois.

Toco sua barba arranhando minha mão, agora mais rala que antes, está apenas o excesso e ainda me pergunto porque ele tirou, era tão linda.

— Não sentiu mais dor, né? — Questiono sempre preocupada.

— Não senhora. — Leva a mão até a testa e bate continência fazendo uma cara seria, eu sorrio.

Aproximo ajeitando Fry contra meu quadril, ele da umas resmungadas por estar sendo incomodado de novo, toco o cabelo macio o Ken e começo a acariciar vendo ele fechar os lindos olhos verdes escuros e deixar se levar por meu toque. É tão bom saber que ele é tão afetado por meu toque quanto eu sou pelo dele. Um sorriso surge exibindo as covinhas tão fofas nas bochechas que antes não se via direito por causa da barba.