XLI - I PARTE.✓

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Abro a porta da sacada e deixo o Fry tomando um sol na área sem fraldas ou cadeiras de rodas o atrapalhando, vou pra cozinha terminar meu café da manhã - enquanto também termino a conversa com a Mirella pelo telefone, ela me ligou para saber como estamos. Mirella tem sido a melhor amiga que alguém poderia pedir, está sempre preocupada com a gente, isto vai desde mim e o Ken até ao Otavio e o Fry, sempre ligando ou vindo até aqui checar nosso estado. - e logo o Keel aparece, estamos só eu e ele já que o O foi pra casa do seu ficante da vez.

- Não tem perigo ele ficar lá não? - Pergunta se referindo ao Fry.

- Claro que não, as grades são estreitas demais pra ele passar por elas e também ele já ficou lá muitas outras vezes. - Sorrio com a preocupação do Ken que ainda está na porta da cozinha olhando pra fora. Por fim vem sentar na minha frente, coloca café em uma xícara e começa a tomar.

- Cadê o Otavio?

- Com um amigo.

- O que você queria me dizer ontem? - Ele me olha levando uma colherada de cereal com leite a boca.

Jesus, como entrar nesse assunto sem que briguemos novamente? Acho que está recente demais.

- Não era nada de importante. - Dou de ombros e sorrio. - Nem lembro mais. - Percebo ele me olhando desconfiado mas desconverso. - Vamos ir na casa da Mi hoje, nem vimos muito a Charlotte.

Ele concorda e o assunto muda me deixando aliviada.

°

Pego a bebezinha de poucas semanas no colo e sorrio, ela ainda tem a carinha um pouco enrugada, tipo um joelho, mas não ouso falar já que provavelmente apanharia do Estevan e das crianças. Aley está ao meu lado observando sua irmã, ele é muito cuidadoso e ciumento com as meninas, mas um doce de criança todo educado, simpático e amoroso. Eva já é o oposto, ela está no colo do Ken agora conversando alguma coisa com ele. Ela é uma menina extremamente teimosa e mandona, a cara do pai, apesar de ser tão pequena, três anos, já da para perceber que não vai ser fácil lidar com seu gênio maldito, forte e decidido. Charlotte tem seus poucos cabelos em um castanho e as vezes que abriu os olhinhos pude ver um verde com cinza e um pouco de azul incríveis!

Ken levanta e vem pegar sua sobrinha, a entrego e sorrio pra ele que a embala em seus braços delicadamente e começa a conversar baixinho com ela. Estevan está sentado ao lado de sua mulher na cama, ele a abraça e acaricia lentamente, sempre sorrindo e comentando algo com ela a fazendo sorrir também. O carinho e amor deles são quase palpável, o que me faz sorrir junto quando me aproximo, beijo a testa da Mirella e sento ao seu lado desocupado. Estevan levanta e vai até o irmão nos deixando mais a vontade.

- Como você está?

- Estou bem. - Ela sorri, acaricio seu braço e sorrio também. - E você? O Keel parece normal.

- Ah - olho pra ele sentado na poltrona no quarto do casal com a Eva na sua frente, a Lottie no colo e o Aley ao lado, todos engajados em uma conversa animada, o pai das crianças está em pé ao lado do filho -, ele está bem melhor. Está normal, nenhuma sequela, nada.

- Fico feliz em saber disso, tive tanto receio de ter sido algo grave. - Concordo balançando a cabeça.

- Eu também, você não faz ideia. E quando soube de você também quase tive um treco. - Ela sorri acariciando nossas mãos entrelaçadas.

- Foi tudo horrível. - Seu sorriso murcha e já até imagino sobre o que está pensando.

- Não, Mi. Não pensa nessas coisas, já passou. Eu estou bem. Estamos bem. - Ela assente e respira fundo quando o Aley se aproxima, o menino parece sentir cheiro da tristeza.

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora