XI.✓

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Depois do que aconteceu naquele quarto de hotel, Kendall e eu nunca mais falamos nada e nem nos tocamos de outra forma. Claro que estamos conversando normalmente, porém quando o clima começa mudar nós procuramos retomar o controle.

Agora estamos em um barco, a moto está ao meu lado. Keel conheceu um homem que sairia da cidade e iria navegar até Cancún, no México. Depois vamos seguir de lá sozinhos. O homem ganhou uma boa comissão por ficar calado e não querer saber sobre nós.

Estou deitada sobre um colchonete olhando o céu todo estrelado, uma brisa gelada me envolve e eu fecho os olhos curtindo o clima. Sinto lábios contra os meus em um selinho gostoso que Ken sempre me da. O encaro e ele está sobre mim sorrindo com seu jeito espertinho.

— O que foi? — Pergunto alcançando seus ombros e o abraçando, ele deita e me deixa por cima. Pega o cobertor e coloca por meus ombros.

— Vim trazer isso, está frio — fala me abraçando.

— Está gostoso. — Dou de ombros apertando o cobertor contra mim.

— Gostoso sou eu. — Reviro os olhos sentando sobre ele novamente.

— Talvez um pouquinho, mas bem pouquinho mesmo. — Ele sorri sentando e me beijando de um jeito calmo, carinhoso.

O abraço com o cobertor, deixando seus braços para dentro, e ele me abraça forte beijando meu rosto e meu pescoço e por fim descansando a cabeça sobre meu ombro. O balançar do barco nas águas me faz fechar os olhos sentindo meu corpo cansado.

Sinto quando ele me pega no colo e depois sou colocada em cima de uma cama, seu corpo me abraça.

— Ela já dormiu? — Alguém pergunta ao fundo.

— Pois é, essa aqui é só encostar que já está dormindo. — Idiota, quase sorrio, mas o sono continua me levando para a escuridão magnífica.

Sinto um beijo na minha testa e outro no meu pescoço, me acomodo contra seu corpo e ainda ouço ele sussurrar no meu ouvido antes de eu dormir:

— Você está fodendo com meu psicológico, garotinha.

°

Acordo morrendo de fome, levanto e vou para o banheiro, lavo meu rosto e escovo os dentes, depois volto para o quartinho onde dormi e coloco uma das jaquetas do Keel, a manhã está muito fria.

— Bom dia. — O homem que ainda não sei o nome sorri quando me vê.

— Bom dia, o café está servido. — Aponta a mesa mais afastada onde Kendall está sentado olhando para o nada.

— Obrigada. — Sorrio e o homem volta a olhar o horizonte navegando com calma.

Sento ao lado do Keel e ele sorri me olhando.

— Bom dia, flor do dia. — Não respondo pois ocupo minha boca com o pedaço de torta que ele segurava. — Isso era meu — resmunga. Sorrio e de boca cheia respondo:

— Era. — Ele faz uma careta e oferece leite de uma garrafa.

— Tem café ali. — Aponta outra garrafa. Coloco ambos os líquidos em um copo e tomo calmamente olhando na direção que o Keel está observando, mas não tem nada além de muita água infinita.

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora