XXIV.✓

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Jessie continua me encarando sem reação alguma.

Porra! O que fui dizer?!

Ela pisca várias vezes e senta na cama com as mãos no meio das pernas, ainda pelada. Eu estou meio deitado, as costas estão apoiadas na cabeceira da cama. Olho para a Jess sem conseguir dizer mais nada, só ficamos nos encarando. Meu pau chegou até a murchar.

— É... E-eu... — gaguejo sentando na cama. — Vou preparar alguma coisa pra comermos. — Sorrio nervosamente e deixo um selinho nela me levantando, visto minha boxer e saindo quase correndo do quarto.

O quão idiota eu posso ser? Jesus! Nem sei se isso realmente é amor, nem sei o que é! Mas me pareceu tão certo na hora, pensei que fosse o momento certo pra falar uma coisa dessas. Merda!

Me apoio na parede da sala respirando fundo. Caralho!

O que eu fiz? Meu Deus, que merda eu fiz?!

E ela não disse nada. Absolutamente nada. Nem mesmo um "eu também". Se ela tivesse dito isso eu já acharia maravilhoso.

Tem um nó no pé da minha barriga. Um gosto ruim na boca. Meu estômago se contorcendo. Meus músculos rígidos. Meu coração acelerado. Um medo irracional me dominando. Que porra é essa? Minha morte chegando? Caralho, o que eu estou falando?

Ela só não te respondeu, Kendall, isso não significa que ela não sinta o mesmo.

Ou pode ser exatamente isso e só você não quer enxergar.

Sem contar que ela não tem obrigação alguma de falar alguma coisa sendo que eu que fui o boca aberta.

Mas ela...

Porra, para de falar sozinho, desgraça!

Respiro fundo passando as mãos pelo cabelo e indo para a cozinha, preparo alguns sanduíches para nós e pego um refrigerante que já estava aberto na geladeira. Entro no quarto sem saber direito, mas encontro a Jessie de toalha com os cabelos molhados. Ela me olha e sorri com seu jeito tão lindo de ser.

Merda, estou igual ao Estevan, todo besta por causa de uma mulher.

Sento na cama e ela retira a toalha ficando só com uma calcinha, pega minha camiseta no chão e veste. Senta ao meu lado e começamos a comer em silêncio, porém um silêncio estranhamente confortável.

— Está muito bom. — Jess se apoia em mim e eu a abraço.

— Ainda bem que gostou — comento enquanto ela termina de comer.

— Gostei muito. — Me encara sorrindo e permanece me olhando por um tempo, talvez ela queira que eu volte no assunto, mas isso será a última coisa que vou fazer.

— Se quiser eu faço outro. — Tento retribuir o sorriso.

— Desse jeito vou virar uma bola! — Ri batendo na sua barriga. — Mas se quiser fazer, não vou reclamar. — Sorrio de verdade dessa vez.

— Só se você me ajudar. — Levanto as sobrancelhas.

— Então vamos! — Levanta da cama e corre pra fora do quarto me fazendo rir do seu jeito.

O clima aos poucos foi melhorando e no final da noite já estávamos agindo normalmente, o que me fez perguntar se eu realmente havia dito aquilo ou foi coisa da minha cabeça.

Jessie levanta passando sobre mim e eu aproveito para dar um tapa na sua bunda gostosa, ela me olha com o rosto espantado.

— Como pode, seu petulante? — Sua voz é indignada me fazendo sorrir.

Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora