Acordo atordoada e vejo que ainda está amanhecendo, olho para o lado e o Ken não está em lugar algum. Pego meu celular pra ver o horário e sinto um papel em baixo dele, ainda são quatro horas da manhã. Ligo o abajur e pego um envelope laranjado, franzo a testa sem saber que merda é essa. Por algum motivo meu peito contrai em aflição.
— Ken? — O chamo e nada. — Ken? — Falo um pouco mais alto. — É surdo, é? Kendall!
Bufo abrindo e vendo que dentro tem dinheiro, muito dinheiro.
— Que porra é essa? — Sussurro deixando sobre a cama, visto uma camiseta do Ken que estava no canto da cama, quase em baixo, e levanto me espreguiçando. — Keel? Cadê você?
Saio do quarto e ligo a luz da sala, ninguém, nem na cozinha ou no banheiro. Arregalo os olhos e começo a lembrar dele falando comigo em algum momento da noite. Ele disse... Que me amava e pediu desculpas. Mas pelo quê? Será que ele...
— Não, Ken, não. — Corro de volta para o quarto e abro o guarda roupa vendo que a maioria das roupas dele sumiu, além da sua mochila. — Você não seria tão filho da puta, Kendall!
Pego meu celular e disco para o número dele, chama inúmeras vezes até cair.
Abro a porta do apartamento e pego o elevador, quando saio o porteiro me encara espantado, claro, devo estar toda descabelada e com a cara amassada além de ter só essa blusa cobrindo meu corpo.
— Vo-você... — gaguejo de tamanho nervosismo. — Você viu o Ken? O Kendall? Aquele cara tatuado que...
— Sim, eu o vi, senhorita.
— Onde?
— Saiu faz algumas horas. — Arregalo os olhos.
— O quê? — Meu coração falha uma batida.
— Ele saiu... — Seu olhar é de pena. — Com uma mochila, parecia que ia viajar.
Meu corpo cede e eu desabo no chão sem forças, o homem vem me socorrer falando alguma coisa que eu simplesmente não consigo entender. Meu corpo está todo dormente. Apenas balbucio que está tudo bem e subo para o apartamento. Me jogo sobre a cama e abraço meus joelhos, então me permito chorar. Choro tanto que penso que todo o líquido do meu corpo saiu por meus olhos e quando vejo, meu celular está despertando, ainda preciso trabalhar. Com meu peito doendo, meu corpo fraco, minha cabeça prestes a explodir, eu vou para o meu apartamento e tomo um banho, estava praticamente vivendo com o Keel, no apartamento dele. Várias coisas minhas estão lá. Passo uma maquiagem afim de disfarçar meu rosto inchado e saio do prédio, pego um ônibus e chego na loja.
O tempo voa, me disperso dos acontecimentos enquanto estou na loja, na hora do almoço eu fico num café ao lado só esperando dar a hora de voltar. Tento desviar meus pensamentos da noite passada, do Kendall, mas falho miseravelmente. Agradeço quando meu horário de almoço acaba e eu tenho que voltar.
°
Entro no apartamento do Keel e minha boca se abre para chamá-lo, então eu acordo. Não foi um pesadelo. Uma onda de desespero me invade ao constatar que agora estou sozinha, quando vejo estou entrando na empresa do Estevan.
— Senhora? Posso ajudar? — Uma mulher de meia idade muito elegante me pergunta.
— Preciso falar com o Estevan. — Minha garganta arranha. Ela franze o cenho e disca algo no telefone.
— Seu nome, por favor.
— Jessica. Jess.
Minutos depois sou liberada e subo o elevador até o andar onde um rapaz me recepciona alegremente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Indecência✓ - Livro 3 da série Corrompidos.
RomanceLivro III da série Corrompidos, não é necessário ler os livros antigos para entende-lo. Ela atiça Ele provoca Ela odeia Ele gosta Ela foge Ele procura Ela quer Ele precisa Ela anseia Ele busca Ela impede Ele errou Ela não esquece Ele sabe Ela te...