Ellie caiu no chão, o tiro perfurou sua perna, meu corpo ficou tenso, minha visão se tornou turva, o sangue começou a escorrer pela terra rapidamente, estava paralisada, mas os homens ainda estavam lá, bem na minha frente com a arma apontada para mim.
— Sua vez — ele riu.
— Espera! A gente poderia se divertir um pouco — o outro homem falou.
— Anda menina, tira sua blusa — ele falou enquanto colocava sua arma no chão e desabotoava sua calça.
Eu começei a chorar, Ellie ainda estava caída, sangrando no meu lado. Mas ainda tinha minha pistola.
— Vai porra! É para tirar sua roupa.
Começei a levantar minha blusa e em um movimento rápido consegui pegar minha arma que estava presa em minha calça, não pensei duas vezes antes de atirar no homem mais perto da arma, o outro me encarou assustado, atirei em seu peito.
— Ellie! — me abaixei, ela estava com os olhos quase fechando — Ellie, ta tudo bem, você vai ficar bem — falei desesperadamente — Ellie, por favor.
Levantei ela com cuidado e a apoiei em meu ombro, já estava escuro, pelo menos não encontrei nenhum sangrento, Ellie estava inconsciente mas segui caminho conversando com ela, não consiguia manter a calma, o ferimento não parava de sangrar, já pus panos limpos para tentar estocar o sangue mas não adiantou muito.
20:03 pm
— Vai ficar tudo bem, eu vou achar algo para te fazer ficar bem — falei baixo.
Já estávamos quase no final da estrada, até que avistei muros de ferro bem altos, tinha luz vindo de dentro.
— Ellie! Pode ser que tenha gente ali, eu vou fazer de tudo para te ajudar.
Me aproximei rapidamente dos muros e sim, tinha gente do outro lado, se haviam pessoas, haveriam suprimentos, se tivessem suprimentos poderia achar remédios para ajuda-la.
— Ellie, vou te deixar aqui, pular o muro e procurar remédios, eu não queria te deixar aqui fora sozinha, ainda mais você estando inconsciente, mas prometo que serei rápida.
Escalei o muro e pulei, a primeira coisa que vi foram casas, não casas destruídas, mas casas limpas, iluminadas e movimentadas. Entrei na primeira que vi, sai correndo, não poderia me esquecer que minha namorada estava ferida lá fora, sozinha. Corri para o banheiro e peguei uns antibióticos e curativos. Coloquei tudo na bolsa e resolvi voltar, sai pela porta da cozinha e escalei o muro.
— Parada agora. — uma voz masculina falou — ou eu atiro.
Merda. Me virei e vi um menino com um curativo na cara e um chapéu de caubói.
— Eu já to indo, não quero confusão.
— Eu mandei parar.
— Desculpa, mas preciso ir.
— Não posso te deixar ir, desce — ele suspirou — Pai! — ele gritou para um homem que
passava pela frente da casa — Pai! Tem uma garota, vem aqui.O homem se aproximou me encarando.
— Hum... quem... quem é você?
— Olha, eu não quero confusão, tem uma pessoa me esperando lá fora, eu só preciso ver se ela está bem, depois você me interroga.
— Quem está lá fora?
— Minha namorada, ela levou um tiro, eu só queria uns remédios, eu preciso ajudar ela, por favor, eu não sei o que fazer.
— Só ela? Só sua namorada lá fora? Quem atirou?
— Sim, só ela. Dois homens, que estão mortos.
Ele colocou sua mão atrás da cabeça e faz uma cara pensativa.
— Vamos lá fora, Carl, avisa Michonne que temos um problema, peça para ela alertar o pessoal da enfermaria que temos um acidente com tiro.
— Certo — o garoto respondeu e saiu correndo.
Ele me lançou um olhar para segui-lo, passamos pelo portão da frente onde ele chamou outro homem, chamado Aaron para nos acompanhar, contornamos os murros e encontramos Ellie, ela já estava acordada mas ainda tonta.
— Ellie! — gritei e corri para abraça-la.
— Quem, quem são eles?
— Eu não sei, acho que eles podem te ajudar — não consigo falar direito, meu coração está disparado desde o momento que a bala saiu daquela arma.
— Sim, nos podemos e iremos não é, Rick? — Aaron falou olhando para o homem, então seu nome é Rick.
— Sim, vamos indo.
Eles me ajudaram a levar Ellie até a enfermaria, enquanto eles cuidavam dela Rick me fez várias perguntas, algumas pessoas estavam ao nosso redor ouvindo a conversa, uma mulher negra com dreads, Aaron, o filho de Rick, acho que seu nome é Carl, um homem vestido como se fosse padre e uma mulher de cabelos pretos lisos com um chapéu.
— Então vamos começar do começo, sou Rick, Rick Grimes, qual seu nome?
— Alicia, me chamo Alicia Clark.
— Preciso saber sobre vocês, são só vocês duas mesmo? Já fizeram parte de algum grupo.
— Sim, só nos duas, e não.
— De onde vocês vieram?
— Atlanta... olha Rick, eu, eu realmente não quero causar confusão aqui eu entrei em desespero, estávamos em um chalé, dois homens botaram fogo nele e depois atiraram nela, eu não tive para onde correr, vi luz por fora e pensei em pegar algo para ajudá-la, desculpe.
— Não tem problema, não quero problemas também, por isso preciso que me fale a verdade, não podemos arriscar a segurança daqui.
— Não tem mais ninguém que saiba que entrei aqui, não tem mais ninguém, só nós duas, eu juro.
Ele olhou para o pessoal e a mulher negra fez que sim com a cabeça então ele voltou a falar.
— Eu posso deixar vocês aqui mas preciso te fazer três perguntas.
— Pode perguntar.
— Quantos walkers já matou? — ele perguntou sério.
— Eu, eu não sei, não contei, acho que centenas.
— Quantas pessoas já matou?
— Nove. Tive que matar nove pessoas.
— Por que?
— Elas nos atacaram, foi auto-defesa.
Novamente ele olhou para o grupo e todos fizeram que sim com a cabeça.
— Bem vinda à Alexandria — ele sorriu.
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More than just surviving • twd
FanficO jeito como o tempo passa mudou, os dias, o clima, as pessoas, tudo mudou. E eu tive que me adaptar à essas mudanças, eu mudei. As vezes penso que prefiro o mundo assim, parece que depois desse desastre eu finalmente encontrei uma família, e pensar...