08- Walls

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Ellie caiu no chão, o tiro perfurou sua perna, meu corpo ficou tenso, minha visão se tornou turva, o sangue começou a escorrer pela terra rapidamente, estava paralisada, mas os homens ainda estavam lá, bem na minha frente com a arma apontada para mim.

— Sua vez — ele riu.

— Espera! A gente poderia se divertir um pouco — o outro homem falou.

— Anda menina, tira sua blusa — ele falou enquanto colocava sua arma no chão e desabotoava sua calça.

Eu começei a chorar, Ellie ainda estava caída, sangrando no meu lado. Mas ainda tinha minha pistola.

— Vai porra! É para tirar sua roupa.

Começei a levantar minha blusa e em um movimento rápido consegui pegar minha arma que estava presa em minha calça, não pensei duas vezes antes de atirar no homem mais perto da arma, o outro me encarou assustado, atirei em seu peito.

— Ellie! — me abaixei, ela estava com os olhos quase fechando — Ellie, ta tudo bem, você vai ficar bem — falei desesperadamente — Ellie, por favor.

Levantei ela com cuidado e a apoiei em meu ombro, já estava escuro, pelo menos não encontrei nenhum sangrento, Ellie estava inconsciente mas segui caminho conversando com ela, não consiguia manter a calma, o ferimento não parava de sangrar, já pus panos limpos para tentar estocar o sangue mas não adiantou muito.

20:03 pm

— Vai ficar tudo bem, eu vou achar algo para te fazer ficar bem — falei baixo.

Já estávamos quase no final da estrada, até que avistei muros de ferro bem altos, tinha luz vindo de dentro.

— Ellie! Pode ser que tenha gente ali, eu vou fazer de tudo para te ajudar.

Me aproximei rapidamente dos muros e sim, tinha gente do outro lado, se haviam pessoas, haveriam suprimentos, se tivessem suprimentos poderia achar remédios para ajuda-la.

— Ellie, vou te deixar aqui, pular o muro e procurar remédios, eu não queria te deixar aqui fora sozinha, ainda mais você estando inconsciente, mas prometo que serei rápida.

Escalei o muro e pulei, a primeira coisa que vi foram casas, não casas destruídas, mas casas limpas, iluminadas e movimentadas. Entrei na primeira que vi, sai correndo, não poderia me esquecer que minha namorada estava ferida lá fora, sozinha. Corri para o banheiro e peguei uns antibióticos e curativos. Coloquei tudo na bolsa e resolvi voltar, sai pela porta da cozinha e escalei o muro.

— Parada agora. — uma voz masculina falou — ou eu atiro.

Merda. Me virei e vi um menino com um curativo na cara e um chapéu de caubói.

— Eu já to indo, não quero confusão.

— Eu mandei parar.

— Desculpa, mas preciso ir.

— Não posso te deixar ir, desce — ele suspirou — Pai! — ele gritou para um homem que
passava pela frente da casa — Pai! Tem uma garota, vem aqui.

O homem se aproximou me encarando.

— Hum... quem... quem é você?

— Olha, eu não quero confusão, tem uma pessoa me esperando lá fora, eu só preciso ver se ela está bem, depois você me interroga.

— Quem está lá fora?

— Minha namorada, ela levou um tiro, eu só queria uns remédios, eu preciso ajudar ela, por favor, eu não sei o que fazer.

— Só ela? Só sua namorada lá fora? Quem atirou?

— Sim, só ela. Dois homens, que estão mortos.

Ele colocou  sua mão atrás da cabeça e faz uma cara pensativa.

— Vamos lá fora, Carl, avisa Michonne que temos um problema, peça para ela alertar o pessoal da enfermaria que temos um acidente com tiro.

— Certo — o garoto respondeu e saiu correndo.

Ele me lançou um olhar para segui-lo, passamos pelo portão da frente onde ele chamou outro homem, chamado Aaron para nos acompanhar, contornamos os murros e encontramos Ellie, ela já estava acordada mas ainda tonta.

— Ellie! — gritei e corri para abraça-la.

— Quem, quem são eles?

— Eu não sei, acho que eles podem te ajudar — não consigo falar direito, meu coração está disparado desde o momento que a bala saiu daquela arma.

— Sim, nos podemos e iremos não é, Rick? — Aaron falou olhando para o homem, então seu nome é Rick.

— Sim, vamos indo.

Eles me ajudaram a levar Ellie até a enfermaria, enquanto eles cuidavam dela Rick me fez várias perguntas, algumas pessoas estavam ao nosso redor ouvindo a conversa, uma mulher negra com dreads, Aaron, o filho de Rick, acho que seu nome é Carl, um homem vestido como se fosse padre e uma mulher de cabelos pretos lisos com um chapéu.

— Então vamos começar do começo, sou Rick, Rick Grimes, qual seu nome?

— Alicia, me chamo Alicia Clark.

— Preciso saber sobre vocês, são só vocês duas mesmo? Já fizeram parte de algum grupo.

— Sim, só nos duas, e não.

— De onde vocês vieram?

— Atlanta... olha Rick, eu, eu realmente não quero causar confusão aqui eu entrei em desespero, estávamos em um chalé, dois homens botaram fogo nele e depois atiraram nela, eu não tive para onde correr, vi luz por fora e pensei em pegar algo para ajudá-la, desculpe.

— Não tem problema, não quero problemas também, por isso preciso que me fale a verdade, não podemos arriscar a segurança daqui.

— Não tem mais ninguém que saiba que entrei aqui, não tem mais ninguém, só nós duas, eu juro.

Ele olhou para o pessoal e a mulher negra fez que sim com a cabeça então ele voltou a falar.

— Eu posso deixar vocês aqui mas preciso te fazer três perguntas.

— Pode perguntar.

Quantos walkers já matou? — ele perguntou sério.

— Eu, eu não sei, não contei, acho que centenas.

Quantas pessoas já matou?

— Nove. Tive que matar nove pessoas.

Por que?

— Elas nos atacaram, foi auto-defesa.

Novamente ele olhou para o grupo e todos fizeram que sim com a cabeça.

Bem vinda à Alexandria — ele sorriu.

More than just surviving • twdOnde histórias criam vida. Descubra agora