42- People, new ones

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Seus lábios eram macios, e ela me beijava de uma forma tão incrível, indescritível. Provavelmente a melhor sensação que já pude viver, se chamava Alicia. Ela continuou aquele beijo e eu aproveitei cada segundo, suas mãos acariciavam meu pescoço e aquilo me fez arrepiar, eu segurava seu rosto controlando o beijo, encostei ela contra a parede e nosso embalo foi ficando maior, só aquilo já havia me deixado excitada. Eu beijava seu maxilar e voltava para sua boca, sem perder o fôlego, desde que saímos daquele lugar, quase não tivemos tempo para sexo, e tentávamos aproveitar as ocasiões, não que fosse um desespero ou uma necessidade, mas não podia negar que era bom.

Ela passava a mão pelas minhas costas e eu tentava guiar seu corpo para deitarmos na cama, ela sentou e eu fiquei de frente para ela, em pé.

— Ainda tem gente aqui — ela falou ofegante.

— É só você fazer silêncio. — sussurrei — O banheiro. — falei segundos antes de voltar a beija-lá.

Aos poucos, Alicia foi deitando no colchão, e eu fiquei por cima, fechei meus olhos e deixei nossos corpos pesarem contra si. Sua respiração quente batia contra a minha deixando o ar abafado, ela suspirava e eu já não aguentava mais ficar apenas beijando-a.

— Vamos mesmo transar no banheiro? — ela interrompeu, separando nossos rostos.

— Você quer ou não? — falei levantando meu corpo.

— Quero, mas. Ah. — ela suspirou.

— Se não quiser, não tem problema, deixamos para a próxima... esquece, já acabou o clima — eu ri.

— Ah não, não... ah merda.

— Sério, não tem problema — falei deitando do seu lado.

— Ok... que merda. Eu sempre estrago.

— Para com isso, já falei, não tem problema... você sabe que — um barulho alto de veículos ecoou — caralho, eles já voltaram?

— Não pode ser.. merda — ela pulou da cama e correu para a janela, segundos depois, corri junto.

Olhamos pela janela tentando ver da onde vinha aquele barulho, eram dois carros, pareciam do exército. Naquele momento eu sabia que viria alguma merda. Bufei e respirei fundo, tentando pensar em uma solução. Olhei para Alicia e ela parecia tentar fazer o mesmo, ouvi mais barulhos e alguns homens vestidos de militares, sairam dos carros, mais ou menos seis, eles seguravam bandeiras brancas, e aparentavam estar falando algo, mas não conseguia ouvir.

Segundos depois, Tara abriu a porta do quarto em desespero, segurando Hershel no colo e uma pistola na outra mão. Seu olhar demonstarava medo.

— Quem são eles? — eu falei praticamente sussurrando.

— Não faço ideia. Carl não está aqui. Merda. Acho que ele saiu, deve estar do lado de fora — Tara disse.

— Ok. Acho que eles estão entrando, olha, só da para ver dois deles daqui — Alicia sussurrou.

— Só consegui pegar essa arma, pega, Ellie — Tara me entregou a pistola.

— Obrigada... ah... que merda. Eu não faço ideia...

— Já sei. Tara, fique aqui com Hershel, eu e Ellie descemos e bloqueamos a escada, se necessário, mataremos eles. Bandeira brancas, provavelmente não tem armas de fogo — Alicia falou.

— Certo, eu vou pegar... — Tara pegou uma pequena faca de cima da mesa — isso, isso deve ser útil.

Destravei a pistola e segurei ela com força, Alicia pegou a sua arma e foi na minha frente, abrimos a porta com muito cuidado, e andamos pelo corredor em silêncio total. Eles estavam vasculando a sala, no andar de baixo.

— Se tiver alguem ai, saiba que viemos em paz. Paz! Ninguém precisa se machucar. Somos do exército, temos uma grande base que pode abrigar você! Ou vocês! — um deles gritou.

Alicia arrastou um pequeno armário, fazendo um barulho alto, ajudei ela a jogar ele pela escada, fazendo um barulho mais alto ainda.

— Ei! — ele berrou — Não precisamos disso. Nós vamos subir, não traremos armas!

— Não. Não subam. Vão embora e não voltem, se quiserem continuar vivos — eu respondi.

— Certo, você não confia, eu também não confiaria, mas podemos nós ajudar, eu posso ajudar você, vimos sua dispensa, essa comida não vai durar. Vamos subir agora — ele insistiu.

— Porra. Ali, entra, fica com a Tara, ele acha que sou só eu. Pega a arma, fique com ela — eu sussurei.

— Não, não mesmo — ela negou com a cabeça.

— Vai, por favor. Eu prometo que não vai acontecer nada.

Ela fechou os olhos e esfregou seu rosto, entrando de volta no quarto. 

— Certo, estamos subindo, sem nenhuma arma, não precisa atirar ou tentar nos atacar — ele falou enquanto subia as escadas devagar.

Apontei minha arma para a escada, pronta para disparar, assim que vi ele, meu corpo tremeu, minhas mãos suavavam e eu encarava aquele homem, meio velho, vestido realmente como um soldado, ele e mais três levantram a mão, como se estivessem se renendo.

— Ei, ei. Não precisamos disso, nenhum de nós vai tentar te machucar. Qual seu nome?

— Não importa, vão embora, me deixem.

— Me chamo Andrew, esses são Joe, Richard e Ray. 

— Ellie — respondi seca.

— Ellie, olha, somos do exército, temos uma base com tudo, pode tomar banho lá, fazer exames, e viver, temos 186 pessoas lá, é cercada por um muro e...

— Não me importa. 

— Ellie, você ao menos sabe onde está? Você tem um grupo? 

— Não sei onde estou, não preciso. E isso não importa, já disse, vão embora — continuei apontando a arma para ele.

— Ellie, abaixa essa arma — ele pediu.

— Não. Até vocês irem embora.

—  Abaixe a arma, não queremos ter que te desarmar — ele falou.

— Vai se foder — eu murmurei, e em poucos segundos, um deles correu para perto de mim, e puxou meu braço, fazendo a arma voar para longe, e sem pensar duas vezes, ele segurou minhas mãos atrás das costas.

— Ei! Larga ela — Alicia gritou da porta, apontando outra arma para eles.

— Merda. Isso não vai ser bom — o homem que me segurava disse.



More than just surviving • twdOnde histórias criam vida. Descubra agora