~°Capítulo 22°~

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Caren

Antes dos meus pais morrerem,  eu sempre soube que teria que me virar algum dia, sozinha.
Mas então eu estava na escola,  e no primeiro dia de aula, eu conheci uma menina, a Laura. Ela era simpática comigo e tirei a conclusão que seriamos grandes amigas, e foi isso que aconteceu.
Passamos a sentar juntas todos os dias, e também a contar nossos segredos uma para a outra, até mesmo o primeiro amor.

Laura sempre foi a mais quieta, a mais na dela, e quando um menino novato entrou, eu vi como os olhos dela brilhavam, mas eu já o conhecia, e também sempre fui na dele, foi então que descobri que ela estava gostando dele também.  Não sei explicar ao certo quando tudo virou do avesso,  mas quando o Alex entrou na nossa sala eu vi como ele olhava pra mim, sentia que ele gostava de mim, e um dja eu fui perguntar pra ele.

Flashback on

Estava na arquibancada olhando o jogo dos vickens, eles eram os melhores.  Laura não estava hoje,  havia ido ao dentista,  então me sentei sozinha.  O jogo havia começado e bem na metade eu cheguei,  foi quando ele acenou pra mim.

Corei. Será que devo ir falar com ele?  Não a Laura não ia gostar.
Mas eu preciso saber, e se não for o que estou pensando,  deixarei para trás todo esse sentimento.

Logo o jogo acabou e então vi ele se sentar no gramado. Os cabelos estavam baguncados pela grande jogada acirrada,  e respingos de suor percorria o seu rosto. Ele tirou a camisa e confesso nunca vi nada igual,  ele  é a visão do paraíso. 

Caren se concentra. Respirei fundo e me aproximei.

-Oi.-ele sorriu. Seus olhos brilhavam com a luz do sol.

-Oi Caren.-sorri.
Então ele se levantou e pegou a camisa dos Vickens e jogou sobre o ombro.

-Você vai embora agora?

-Não porque?  Ainda teremos outra partida em-olhou o relógio-meia hora.

-A, é porque eu gostaria de conversar com você,  pode?-ele assente.

-Vem vamos pra arquibancada.

Segui com ele e alguns olhares foram direcionados pra gente.  Será que eu não combino com ele?  Ai meu Deus que não seja isso.

-Então o que você quer conversar? -ele se senta.

-Bem, é sobre a Laura.-ele abriu um sorriso quando falei.

Me incomodei? Sim, muito.

-Onde ela está?  Aconteceu alguma coisa? -neguei.

-Você gosta mesmo dela?

Diz que não ! Diz que não. -torcia mentalmente.

-Sim, eu gosto muito dela- quando penso que é somente isso, ele dispara-Pra falar a verdade,  eu tô apaixonado por ela, hoje vou pedi-la em namoro,  sabe se ela vai vir no segundo horário? -

Flashback off

Naquele momento eu não consegui responde-lo, sai correndo e ainda ouvi ele me chamar mas entrei rápido no vestiário feminino e chorei.
Queria ter ouvido o contrário mas como sempre a Laura sempre teve mais sorte do que eu, com notas,  par nos bailes, ser representante da turma e ter o cara mais popular do colégio como namorado.

Passei a evitar o Alex, e ele percebeu e me perguntou o que estava acontecendo e porque eu sai daquele jeito,  e eu dei a desculpa de que não estava bem e então ele disse que qualquer coisa era só falar com ele, porque amigos ajudam os outros amigos.

Amigos.

Era somente assim que ele me via e veria.

Depois daquele dia, ele fez uma declaração pra Laura na escola,  e a pediu em namoro,  apenas desejei felicidades e sai, era demais pra mim. Foi então que um tempo depois eu estava me vendo sozinha de novo,  como sempre foi, a Laura só ficava com o Alex e ela até ne contava o que acontecia entre eles, até mesmo da primeira vez deles.  Me senti mal, mas então pra completar meus pais morreram,  e me senti completamente sozinha. Os pais da Laura ficaram do meu lado e eu me sentia como filha de deles, e amo eles e vejo eles dessa forma, mas um dia eu estava andando pelas ruas chorando me sentindo abandonada e encontrei um grupo de pessoas que estavam em um beco, e eles me viram chorando e acenaram.

Eu fiquei com medo mas aí um deles disseram que eles não eram do mal, mas que estavam se sentindo do mesmo jeito que eles.  Sozinhos.  Limpei minhas lágrimas e fui até eles, e um deles me olhou e balançou a cabeça com pesar.

-Você é bastante nova pra sofrer assim.-ele disse.

-Eu tô passando por um momento difícil. -falei cabisbaixa.

-Eu sei de uma coisa que vai te deixar na auto estima rapidinho.

Então ele entrou numa casa velha, que creio que seja a casa deles, e minutos depois ele saiu com um pacote em mãos,  bem pequeno,  parecendo aqueles pacotes de polvilho do Café da esquina.  E foi isso que eu pensei que era. Polvilho. Mas quando ele abriu o pacote eu soube que o não era nada disso, era "Crack", muitas pedras de Crack.

Olhei assustada quando ele estendeu pra mim um pouco das pedras e me afastei.

-Obrigada mas posso ficar bem sem isso-aponto ofegante.

-Errada. Quem se sente sozinho,  nunca ficará bem, nem mesmo com a companhia de alguém.  A solidão te acompanha em cada momento da sua vida até você não aguentar mais e...-ele para.

-E...?

-Chegar a tirar a própria vida.-arregalei os olhos quando ele disse isso e sai correndo.

Não ! Não era isso que iria fazer comigo,  eu não me mataria.
Jamais!

Cheguei em casa e abri a porta rápido, e a fechei.  Acendi as luzes e percebi que estava sozinha,  muito sozinha.

-Calma Caren, é uma fase, você não vai estragar sua vida com isso. -respirei fundo e fui fazer algo pra comer.  Logo estava tarde e tranquei firme as portas e fui para o meu quarto.

Vesti uma roupa pra dormi e .e aconcheguei na cama e adormeci.

~~~

-Obrigada mas posso ficar bem sem isso-aponto ofegante.

-Errada. Quem se sente sozinho,  nunca ficará bem, nem mesmo com a companhia de alguém.  A solidão te acompanha em cada momento da sua vida até você não aguentar mais e...-ele para.

-E...?

-Chegar a tirar a própria vida.

Não!

Acordo assustada.
Começo a chorar.  Ele tem razão,  eu não vou me sentir bem nunca.
Chorei a noite toda e foi quando eu tomei uma decisão. Fui em direção a mesma rua, e vi as mesmas pessoas.  Eles me olharam e o que me ofereceu se aproximou.

-Tomou coragem? -assenti.

-Eu quero,  por favor. -ele olha para os outros e depois me fita de novo.  Pega algo no bolso e me estende a mão.

-Fez a coisa certa.  -Os outros concordaram.  Assenti junto com eles.

Dali até agora eu não parei mais, e foi então que me juntei a eles, e passei a trabalhar para eles como agradecimento pelo que fizeram por mim. Só que agora eu vi o.que estava acontecendo comigo e  precisei tomar outra direção.

Parar.

Mas eles não aceitaram e disse que se eu parasse, eles me matariam. Fiquei sem saber o que fazer e então decidi sair da cidade.  Aproveitei que a Laura não estava e fugi,  mas descobri que eles estavam me procurando e que não só a eles mais a polícia também e agora estou prestes a desembarcar para outro país.

Entrego o passaporte e meus documentos e entro na fila de embarque, mas ouço meu nome ecoa pelo aeroporto.

-Caren Vilela você está proibida de passar pela porta de embarque.

Corro o mais rápido possível ora consegui passar mais dois guardas de investigação  me alcançam.

-Você vem conosco. Esta presa por omitir o caso de tráfico em domicílio e culpar Laura Winston.

Acabou.  Não existe mais saida, eles descobriram tudo.
Sou levada pela polícia civil e fico pensando como será quando a Laura souber que eu fui a culpada por ela ser presa no dia da formatura.

***

Bom ai está um bônus da Caren.

Espero que gostem,  votem e comenten!♥♥

Vem coisas por ai!

Ciladas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora