2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)

Capítulo 6 - Cabana

Dorian...

Caminhamos devagar em busca de abrigo, não disse mais nada e ela também não, a chuva havia lavado uma boa parte da lama de nossos corpos e apesar de estar com frio, sentia o calor do corpo do anjo, como ela poderia ser tão quente, está um gelo aqui.

- Acho que tem uma cabana lá. – ela diz apontando para a esquerda.

- Acho que sim... vamos até lá. – me direciono sem esperar resposta.

- Fique invisível. – ela diz.

- Não consigo. – era verdade, estou com frio e meu pé não está ajudando nenhum pouco, isso me deixa fraco, diminuindo meu poder e não conseguindo ficar invisível.

- Então fique aqui. – ela diz e me ajuda a sentar perto de uma árvore muito grande.

- O que você vai fazer?

- Só vou ser se a cabana está vazia, já volto. – ela fica invisível e vai até o local.

A chuva reduziu um pouco, mas não consigo ver muito do local onde estou, não faço ideia aonde estamos, essa é a verdade. Passo os braços ao redor do corpo, com a ideia de me aquecer, não resolve muito, ainda estou tremendo de frio. Ela volta.

- Está vazia. – diz já me ajudando a ficar de pé. – Vamos.

Caminhamos até a cabana e com a mão livre abro a porta, está escuro, não consigo ver nada e o pior aqui também está frio.

- Sente.. vou ligar a lareira.

- Aqui tem isso?

- Sim.. já olhei. – ela diz e se afasta um pouco, consigo ver se movimentando, coloca lenha e procura algo na bolsa, pouco tempo depois a lareira está acesa e o ambiente se ilumina. O anjo se vira para mim, quando vê que o fogo não vai apagar.

- Daqui a pouco vai ficar mais quente. – Acho que ela também está com frio.

Passa por mim e vai até uma porta, a abre, mexe em algo, parece ser um fogão a lenha, ela o acende.

- O que está fazendo? – digo um pouco confuso.

- Esquentando a água, não vou tomar banho frio.

- Vai esquentar toda a água no fogão.

- Não... a pessoa que construiu pensou muito bem, tem uma tubulação que passa por dentro do fogão, esquenta a água e essa cai na banheira.

- Tem banheira no banheiro? – digo intrigado.

- Por incrível que pareça, sim. – ela diz e entra para o banheiro.

Olho ao repor, e o fogo da lareira aumentou, dando para ver melhor a cabana, ela é pequena, dois cômodos apenas, o banheiro e o resto da casa, que se divide em "L", estou sentado perto da porta, na possível sala, do meu lado direito tem uma pequena mesa e a pia ao lado do fogão, um tipo de cozinha, já na minha frente uma cama de casal está contra a parede, um pequeno baú nos pés da cama e uma cômoda do mesmo lado da lareira, que por sinal ela é bem imponente de pedra cinza. Os móveis estão cobertos por lençóis.

- Está pronto. – ela aparece. – Vai tomar banho, depois eu vou.

- Pode ir primeiro.

- Não você vai. – ela diz já me ajudando a ficar de pé. Me conduz até o banheiro e lá ela já tinha parado uma cadeira ao lado da banheira.

- Se precisar de algo é só chamar. – sai fechando a porta atrás de si.

Tiro a roupa com cuidado e percebo que a lama praticamente saio toda com a chuva, coloco a mão na água, esta quente, na temperatura ideal, tem dois registros, provavelmente um quente e outro frio. Entro na banheira e começo a me lavar, a água ajuda meus músculos relaxarem e não sinto mais frio. O banheiro é pequeno, com a pia ao lado do vaso sanitário e a banheira de porcelana branca na parede do fundo.

Saio da banheira e acabo de me vestir, sorte que essa minha bolsa não passa água por dentro, assim tudo que está lá, está limpo e seco, ela parece pequena, mas é maior por dentro do que por fora. Coloco uma roupa quente e leve, calça e casaco de moletom preto.

Me apoio na parede e saio do banheiro. Ela se levanta e me ajuda ir até a cama e sentar nela.

- Vou tomar banho. – ela sai, sem deixar eu responder. Olho para a cabana, o anjo avisa tirado os lençóis e a mobília é de madeira, em formato simples, nada de muito luxo. Deito na cama e olho o fogo, bocejo e acabo dormindo.

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Agatha...

Troco a água da banheira e mergulho nela, como é bom tomar um banho, não aguentava mais aquele cheiro de lama estragada.

Olho para o chão e o seu demoniozinho esqueceu as roupas sujas no chão, mas que porquinho, pior foi que joguei as minha quase em cima, depois eu lavo tudo, não sou empregada dele, mas vou fazer essa gentileza.

Saio da água quando ela está praticamente fria, coloco uma roupa quente, uma calça grossa azul e um casaco de lã branco.

Saio do banheiro e o senhor demônio dorme confortavelmente na cama. Preciso olhar o pé dele, agora posso ver melhor, mas antes vou passar uma pomada na minha asa, vai ajudar a cicatrizar mais rápido.