Capítulo 24 - Por amor eu vou.

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Agatha...

Abro a janela do quarto, para ventilar um pouco o ambiente, acabei de acordar e por incrível que pareça é 6 da manhã.

Me afasto e vou ao banheiro, quando um barulho me faz parar de andar e olhar para a janela.

- Um abutre preto. – tomo um susto que quase caio no chão. O que um pássaro daquele porte faz aqui, ele pousa no encosto da cadeira e me aproximo com cautela.

- Oi bichano. – estico o braço para tentar pega-lo e ele não parece nem um pouco assustado com a minha presença. Me aproximo mais e ele abaixa a cabeça de leve tocando minha mão, consigo alcançar seu corpo e aliso um pouco suas penas tentando ganhar a confiança do animal.

- Está perdido? – pergunto para ele, sabendo que é algo inútil, mas parece que ele me entendeu e nega com a cabeça.

- Meu nome é Agatha. – digo. – Qual é o seu? – ele não parece ser um animal selvagem.

O bichano estica suas asas, mostrando seu tamanho, deve ter quase três metros de uma ponta da asa a outra e suas penas são em um preto acastanhado. Ele aponta para um de seus pés e tem algo preso nele.

Devagar me aproximo e solto a corda que prende um papel marrom escuro, assim que a ave se vê livre do objeto ao seu pé sai voando para fora do quarto, corro até a janela, mas ele desaparece rápido.

Olho para a minha mão e analiso o papel, será que veio aqui só para se livrar disso? O que é estranho, já que as aves não costumam aparecer esse local.

Tá certo que esse tipo de ave é acostumada com grandes altitudes, mas ele ultrapassou seus limites para fechar aqui. Analiso o papel e marcado com uma letra redonda e elegante a palavra Agatha surge.

- O que meu nome faz em um papel aos pés de um abutre? – Coço a cabeça e resolvo abrir o papel.

"Gostaria de te ver, naquele lugar, venha logo"

- Mas o que? – fico sem reação e no final uma assinatura de iniciais. "PD"

- PD? – Mas quem assina PD. – Não acredito que ele foi capaz disso.. Príncipe Dorian.

Pior é que eu sei que não deveria ir, começo a andar pelo quarto de um lado para o outro, eu não deveria ir, eu não posso ir, eu não quero ir. Paro de andar, eu quero ir.

- Não Agatha, você não deveria ir. – começo a caminhar novamente, eu não vou, mas eu quero, eu não vou, mas eu quero.

Grito e me jogo na cama.

- Aposto que se eu sair por aquela porta atrás de Dorian, vou me arrepender amargamente. – jogo o travesseiro sobre o rosto. – Mas vou me arrepender se não ir também.

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- Devo ter perdido todo o juízo que me resta. – digo ao colocar os pés na terra úmida, parece que acabou de chover, olho para cima e já está escuro, levei horas para me decidir e aqui estou indo encontrar o príncipe. Até sei o que ele quer de mim, mas não vai conseguir,

- Aff... eu deveria era voltar para o céu e mandar o príncipe a merda. – me viro, vou voltar, ele não merece me ver, por mais que eu quero vê-lo. – Tenho que esquecê-lo.

Algo é lançado sobre minha cabeça, tenho a impressão de ser um saco de pano, movo meus braços para remover, mas eles são segurados com força e amarrados para trás de forma a prender minhas asas, algo me lança para o chão, que caio e sinto uma dor gritante em meu braço, ele segura meus pés e sinto eles serem amarrados, tento gritar, mas uma dor forte na cabeça me atinge e desmaio.  

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Onde histórias criam vida. Descubra agora