Capítulo 13 - Cachoeira

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Dorian...

Acordo com Agatha enrolada em meus braços, sinto que estou sorrindo, estou mais leve, mais calmo, me sinto completo, beijo o topo de sua cabeça, ela resmunga e abre os olhos devagar.

- Desculpe acordei você. – digo passando a mão em seus cabelos, ela me olha e não parece amedrontada pelo que aconteceu na noite anterior.

- Eu tive um sonho horrível. - sinto ela tremer um pouco ao lembrar.

- Conte para mim. – digo procurando seus olhos.

- Menor não... vou tentar esquecê-lo.

- Sonhou com quem? – digo curioso, mas ela não responde, isso é um sinal claro que era comigo, não estou feliz pelo que fiz, me descontrolei, vou me controlar na próxima vez, lembro de seus olhos pedindo por compaixão, em outros casos eu não teria pena, mas Agatha, não sei, as coisas são diferentes.

- Eu não consigo te machucar. – digo e abraço forte.

- Você não me machucou, mas outro sim.

- Diz quem foi, eu mato.

- Dorian, foi só um sonho.

- Não importa, eu o mato mesmo assim, ninguém encosta a mão em você, mesmo que foi em sonho. – ela sorri.

- Obrigada... mas não precisa matar ninguém, nem o conheço, não lembro o rosto, só a..

- Só o que?

- A pele esverdeada. – ele arregala os olhos. – Vamos esquecer, tenho um lugar para investigar hoje. – ela se arrasta para fora da cama.

- Odeio levantar cedo. – digo virando na cama.

- Dorian isso deve ser meio dia.

- Tá cedo. – digo e coloco o travesseiro no rosto.

Ela sai rindo, escuto sua risada alegre. Me arrasto para fora da cama, troco de roupa e desço, sentindo o cheiro de chá.

- Chá? – pergunto descendo a escada.

- Sim.

- Eu preferia café.

- É de canela. – ela dá um sorrisinho de vitória quando pego a xícara de sua mão e bebo.

- Está com fome? – ela pergunta.

- Muita.- digo e sento na mesa começando a comer.

- O que veio fazer aqui?

- O livro azul foi encontrado aqui, na cachoeira ao lado.

- Quer ajuda?

- Se eu disser que não, você vai me obedecer? – nego com a cabeça.

- Vamos acabar de comer, quero olhar por tudo ao redor.

- Tudo bem. – digo e tomo mais do chá.

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- Aqui tá muito quente. – digo abrindo os primeiros botões da blusa.

- Está mesmo... vamos me ajude aqui. – Agatha diz e começamos a vascular ao redor.

- O que exatamente estamos procurando?

- Algo que indique que o livro esteve aqui.

- Tá. – confirmo e volto a procurar.

- Não tem nada. – digo sentando perto da água, já havíamos olhado tudo.

- Não mesmo. – ela diz e passa a mão no rosto para secar o suor.

- Sabe de uma coisa.

- O que? – ela pergunta curiosa.

- Está quente.

- Sério???.. não tinha reparado. – ela diz com as mãos na cintura.

- Eu vou tomar banho. – retiro a camisa e os sapatos, ficando só de calças. Olho para Agatha e ela tampou o rosto com a mão.

- Pode olhar, eu não tirei a calça. – ela espia.

- Vamos tomar banho na cachoeira?

- Eu não. – ela diz.

- Vou te jogar lá dentro. – me aproximo dela, mas ela corre para longe.

- Não mesmo.

- Melhor tirar essas coisas que não podem molhar. – digo sorrindo maliciosamente e entro na água. Ela esta morna, uma delícia.

- Vamos Agatha... a água esta ótima.

- Não. – ela diz, mas vejo que andou jogando algumas coisas no chão e tirou os sapatos, saio da água.

- Vamos.

- Não. – ela diz rindo. Começo a correr em sua direção, mas ela me escapa.

- Você vai ver.. sua... – digo e a pego. Jogo por cima dos ombros. Ela ri e bate as asas na minha cara.

- Para com isso. – digo tentando tirar as penas da boca.

- Me solte. – ela diz.

- Tá. – jogo ela dentro da cachoeira, mas a danada é esperta, ela começa a voar.

- Achou mesmo que iria conseguir assim tão fácil. – ela encosta o pé na água. – Esta fria.

- Não esta. – me jogo sobre ela, caímos dentro da água.

- Seu bruto. – ela diz.

- Eu disse para entrar. – começo a rir e ela joga água na minha cara.

Agatha se afasta e senta na cachoeira, deixando a água cair em suas costas, ela se inclina para trás e some parte de seu corpo.

- Agatha. – me aproximo.

- To bem. – ela diz. – Olha isso.

Chego perto e coloco a cabeça na água que cai da cachoeira.

- Uma caverna. – pequena, mas era uma caverna.

- Acho que era aqui que o livro estava. – digo olhando para ela.

- Também acho. – Não conseguimos entrar, pelo seu tamanho, mas conseguimos enxergar todo seu interior, não havia nada de anormal.

- Está vazio. – digo saindo da água.

- É.. – ela diz triste.

- E agora? – pergunto curioso.

- Agora o que?

- Onde vamos procurar?

- Quem disse que vai me ajudar? – ela me olha séria.

- Eu disse... e até acharmos o livro a proposta do acordo está de pé.

- E depois. – dou de ombros.

- Não sei. – digo me afastando.

- Onde está indo? – ela diz vendo eu recolher minhas coisas.

- Estou com fome. – digo e vou para a cabana.

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Onde histórias criam vida. Descubra agora