Epílogo - Encontro do amor

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"As almas se encontram e os corações se unem em um só ritmo"

23 anos depois...

Agatha...

Acordo assustada, aquele sonho pela milésima vez, eu como um anjo e beijando alguém, um ser de asas negras e vermelhas, que o chamei de Príncipe, mas não consigo lembrar de seu rosto, só aqueles olhos quase negros que revelam a escuridão de sua alma e o mais incrível não sinto medo, me sinto protegida em seus braços.

Mexo a cabeça para espantar as últimas lembranças do sonho e consulto o relógio.

- Pelos céus estou atrasada. – pulo da cama e troco de roupa rápido, desço as escadas já com a bolsa na mão e despeço de meu tio que esta trabalhando em sua loja de livros usados.

- Boa aula. – ele diz e grito um "obrigada". Não tive tempo nem de comer alguma coisa, cai no sono enquanto estudava a matéria de hoje, da próxima vez vou pensar duas vezes antes de entrar na faculdade.

Ando quase correndo pela rua, sorte que ela fica perto, assim economizo muito tempo, mas sabe aquele disser que quem mora do lado chega sempre atrasado, isso pode ser aplicado a mim.

Me aproximo da faixa de pedestres para atravessar, já olhando para os lados, a fim de poupar tempo, não tem ninguém, começo a atravessar em passos rápidos.

Um barulho me desperta e sinto o impacto do meu corpo no chão do asfalto.

❧❧ ❧❧ ❧❧

Dorian...

Primeiro dia na nova faculdade e já estou atrasado, também ficar sonhando acordado com um anjo loiro que você nem consegue identificar o rosto, mas sabe que seus olhos estão cheios de amor, com uma alma tão dura e boa, dá nisso. Acelero a moto um pouco mais, tentando tirá-la da cabeça e uma idiota resolve atravessar a rua exatamente agora, piso no freio, mas a moto desliza, para não acertá-la, jogo a moto para o outro lado, mas sou arremessado para cima dela.

Abro os olhos e estou caído no chão em cima dela, rolo para o lado e sinto uma forte dor no braço.

- Ai. – digo e a moça também murmura de dor se sentando.

- O que aconteceu? – ela parece perdida e analisa a situação, a moto esta caída um pouco afastada de nós, olho para ela e então seus olhos assustados me encontram, sinto meu sangue aquecer e congelar ao mesmo tempo que o coração.

Ela me olha da mesma maneira, parece mais assustada ao encontrar meus olhos do que antes, ela me lembra alguém, então minhas narinas sentem o cheiro forte de canela e o anjo dos sonhos vem a mente.

❧❧ ❧❧ ❧❧

Agatha...

Meu sangue congela e não consigo desviar de seu olhar, eles parecem conectados e o perfume amadeirado com um leve toque de canela toma conta de minhas narinas fazendo eu arrepiar, tenho a sensação de o conhecer a anos.

Uma buzina é ouvida, fazendo nos sairmos do transe.

- Estão bem? – o homem grita do carro.

- Sim. – digo gritando de volta.

- Então saiam do meio da rua. – ele diz irritado.

- Vai a merda. – o rapaz que esta agora já sentado ao meu lado grita de volta e tenta se levantar, eu o ajudo.

- Você está bem? – digo caminhando para lateral da rua.

- O que você acha? - ele diz rude.

- Desculpa, mas eu estava atravessando na faixa de pedestres.

- E eu estava dirigindo aquela moto ali. – ele aponta para a moto. – E alguém resolveu pular na frente dela.

- Como, seu.. – me seguro para não xingá-lo. – Você que estava errado.

- Deveria era me agradecer... se eu não tivesse jogado a moto para o outro lado, alguém estaria dentro de uma ambulância indo para o hospital. – ele diz e esfrega o braço, pelo visto não quebrou, só deu um mal jeito.

- Agradecer por me atropelar.. era só o que me faltava. – digo batendo o pé e começo a me afastar.

- Ei... espera.

- O que foi? – paro de andar.

- Você deveria me ajudar... a culpa foi sua.

- Não vou te ajudar. – digo e volto a andar.

- Ei. – ele me chama de volta, não respondo, só viro o rosto e o encaro.

- Qual o seu nome?

- Como? – pisco várias vezes, acho que ouvi errado.

- É surda?

- Não. – digo irritada. – por que quer saber?

- Acho que te conheço de algum lugar. – sinto um arrepio na espinha.

- Me chamo Agatha... Agatha Perovani e você?- ele arregala os olhos.

- Dorian Brumi – ele estica a mão para me cumprimentar. – Uma Perovani.. por acaso é parente dos donos dos Vinhos Perovani? – Volto a me aproximar e aperto sua mão meio que contra a vontade, ele a segura firme e procura meus olhos.

- Vinicius Perovani é meu pai. – digo um pouco nervosa, uma pelos seus olhos me encarando de uma forma encantadora e aterrorizante, outra porque ao tocar em sua mão sinto uma corrente elétrica percorrer por minhas veias, o encaro nos olhos com a mesma força e parecemos lutar para ver quem desiste primeiro.

- Você é mais linda pessoalmente. – ele diz em sussurro.

- O que? – parece que ele acorda do transe, mexe a cabeça e larga a minha mão rápido.

- Não preciso mais de ajuda. – ele diz e caminha até a moto, me dando as costas, mas que mal educado, bato o pé e dou as costas, mas tenho a leve impressão que esse foi apenas o primeiro contado de nós. Então a imagem do príncipe do sonho vem em um feche e volto a olhá-lo parando de subir a escada da faculdade, não, isso não é possível, nego com a cabeça e volto a andar, ele não é o príncipe dos sonhos ou é?

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Onde histórias criam vida. Descubra agora