Capítulo 14 - Próximo local

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Agatha...

- Vai demorar muito? – Dorian pergunta voando ao meu lado. – Estou cansado.

- Nós nem estamos voando tanto tempo assim, se estivesse pronto a hora que eu queria sair, já estaríamos bem adiantados. – digo sem olhar para ele, Dorian me enrolou mais de 2 horas.

- Eu... – ele diz, mas não escuto o resto, por que estava preocupada em polsar.

- Chegamos. – digo abrindo os braços.

- O livro foi encontrado em um aeroporto. – ele me olha intrigado.

- Não, claro que não... mas não vou atravessar o oceano voando. – digo me dirigindo para dentro do aeroporto. Dorian acelera o passo para me alcançar.

- Atravessar o oceano?

- Sim. – digo parando e olhando o letreiro com os vôos. – Ótimo. – sorrio, tem um vôo para Londres que sai em 15 minutos.

- Para onde vamos? – ele pergunta olhando para mim.

- Para.. – me viro para olhá-lo, mas algo me chama mais atenção, dois anjos conversando mais distantes. Agarro Dorian pelo braço e nos escondemos atrás do pilar que estava ao nosso lado, acho que eles não nos viram, olho para Dorian, que esta me encarando serio.

- Tem dois anjos lá. – digo e aponto para trás dele, ele ficou colado ao pilar.

- E daí? – ele pergunta entediado.

- Se eles verem nós juntos teremos problemas. – ele torce a boca e espia.

- Acho que não nos viram. – ele me encara. – Você não parecia preocupada com isso.

- Por que nós estávamos em lugares com um número de pessoas bem menores ou quase zero. Aqui é um aeroporto.

- Tudo bem. – ele diz cruzando os braços. – Acho que também não é bom demônios nos verem juntos. O que vamos fazer?

- Nosso vôo sai em 15 minutos. – aponto para o letreiro. – Londres.

- Vamos para Londres?

- Sim.. eu vou na frente e você espere um pouco, vamos entrar no avião separados e nós encontramos em Londres. – ele faz cara de reprovação.

- Não gosto disso.

- Por que?

- Como vou saber que esta dizendo a verdade, nesse letreiro tem vários vôos internacionais.

- Mas é verdade... o livro foi encontrado em Londres.

- Ainda não acredito. – solto o ar e espio, os anjos ainda estão lá.

- Dorian me escute... é verdade, eu vou estar naquele avião. – aponto para o letreiro. – E vou te esperar em Londres, fique invisível, entendeu?

- Já estou invisível.

- Continue assim dentro do avião também. Nos vemos em Londres. – digo isso e dou um leve beijo em seu rosto, ele me olha assustado, não sei por que fiz isso, mas quero que ele acredite em mim, não estou mentindo.

Me afasto de Dorian e caminho normalmente para o guichê de embarque, passo pelos anjos e aceno, eles só levantam a mão e voltam a conversar, parece que estão esperando alguma coisa ou alguém, vontade era de parar e perguntar, mas não posso arriscar Dorian aparecer.

Entro no avião tranquilamente e já encontro um lugar para sentar, minutos depois estamos no ar, me acomodo melhor e resolvo tirar uma soneca, já que a viagem é longa, o céu está escuro e a maioria dos passageiros já adormeceu.

Fecho os olhos e lembro de Dorian, onde ele se meteu, tento esquecê-lo, mas estou intrigada. Me levanto, vou procurar.

Saio da classe econômica e caminho entre todas as poltronas, não a sinal de anjos no avião, menos mal, se alguém encontrar Dorian, aposto que terá confusão.

Vou para a primeira classe e escuto uma risada ao entrar, não é muito alta, me aproximo e Dorian está visível, em partes, conversando alegremente com uma jovem de no máximo 19 anos. Ela ri de algo que ele falou e Dorian leva sua taça de champanhe a boca, nem sabia que tinha isso no avião, ele a olha de uma forma desejosa, parece que vai come-la com os olhos. Isso faz meu sangue ferver, como se estivesse com ciúmes, ciúmes eu?, riu ironicamente, porque teria ciúmes de um demônio, ainda mais de Dorian, esses ser tão, tão, lindo.

- Dorian. – digo em fúria, ele toma um susto e se vira para mim. – O que eu disse sobre ficar invisível?

Ele olha de mim para a moça que parou de rir, cruzo os braços.

- Por que não posso aproveitar o vôo? – ele diz bebendo seu champanhe. A moça olha para ele.

- Com quem está falando? – ela pergunta a Dorian, ele olha para mim, acho que só agora percebeu que estou invisível.

- Ninguém importante. – ele diz a ela. Solto o ar com força, como ninguém importante? Esse Dorian vai me pagar, jogo a taça de champanhe na blusa da moça, que se assusta e olha irritada para Dorian, que sorri de lado. Eu havia levantado a mão dele, pareceu que Dorian a havia jogado o líquido.

A moça fica de pé e sai pisando fundo.

- Depois é eu que sou o demônio. – ele diz rindo de mim e me sento no lugar da moça.

- E não é verdade? – digo e cruzo os braços.

- Esta com ciúmes Dona Agatha.

- Eu. – aponto para mim. – Ciúmes de você? - gargalho. – Claro que não. – volto a cruzar os braços.

- Não é o que pareceu? – ele ri da minha cara.

- Quer saber. – me levando. – Vou ir dormir, ganho mais e vê se não cansa demais comendo essa aí, porque não quero demoniozinho reclamando que está cansado quando chegarmos em Londres. – Dou as costas para Dorian e volto para o meu lugar no avião.  

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Onde histórias criam vida. Descubra agora