Agatha...
- Achei que não vinha mais. – Dorian estava a uma quadra do aeroporto me esperando, encostado na parede, com um dos pés apoiados na mesma, braços cruzados e uma cara de bad boy, que me deixou sem fôlego por alguns segundos.
- Você se mete em confusão e eu tenho que resolver o pepino. – digo parando a sua frente.
- Eu não fiz nada.. aquele anjo. – ele faz cara feia.
- Tome cuidado, não quero ter que livrar você de algum anjo.
- Mas foi você que livrou o anjo de uma morte lenta e dolorida.
- Você ia matá-lo? – ele não me responde, se afasta da parede e me olha dentro dos olhos, sinto um frio percorrer minha espinha.
- Talvez. – ele diz por fim. – Vamos.. já escureceu.
- Eu preciso de uma cama. – digo começando a caminhar do seu lado na rua.
- Somos dois. – ele diz sem olhar para mim e coloca a mão nos bolsos da calça. – Sabe de algum hotel?
- Não.
- Eu aproveitei sua demora para procurar um. – ele me entrega um folheto. – É aqui perto. Algumas quadras.
- Ótimo. – Sem parar de andar, viramos a esquina, segui Dorian, ele sabia onde ficava o hotel.
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Dorian...
Estava quase indo atrás de Agatha, quando ela apareceu na minha frente, demorou uma eternidade. Agora o silencio entre nos era acolhedor, mas senti uma coceira na garganta e pronunciei.
- Achei que iria me deixar. – solto a frase no modo automático, me arrependendo depois, não posso demonstrar fraqueza a Agatha mais do que já mostrei. Ela segura minha mão e damos alguns passos assim de mãos dadas.
- Não vou te deixar sem aviso. – ela diz sem olhar para mim, está concentrada na calçada, a rua esta calma, quase deserta, alguns prédios estão ao redor, mas como é uma rua comercial, não a movimento essa hora da noite. Seguro mais firme sua mão, como se estivesse com medo dela partir.
Sinto que meu braço é puxado, Agatha parou de andar, me olha nos olhos, solta nossas mãos e sai correndo.
- Agatha. – a chamo, mas ela não olha para trás. – Mas... o que ela está fazendo? – corro atrás.
- A soltem. – Agatha diz alto, fazendo me guiar até onde ela está. É um beco sem saída, escuro e sujo, me aproximo devagar e lá esta ela, empunhando a espada com dois demônios à sua frente e uma moça jovem desmaiada no chão.
- Vejam só um anjinho veio se juntar a festa.
- Vão embora.
- Para que? nós estamos em dois e você é só um. – eles riem alto, Agatha não abaixa a guarda, me aproximo e sento sobre uma pilha de caixas de madeira, essa eu quero ver, pena que não tenho pipoca, seria um ótimo acompanhamento.
- Vamos brincar com o anjinho primeiro, depois acabamos o serviço com a garota. – um deles diz e ataca Agatha, ela revida e acerta uma cotovelada em suas costas, o outro se lança com uma espada contra ela, e as lâminas se chocam, o outro demônio, já recuperado da cotovelada, vem atrás com um pedaço de madeira, mas Agatha e rápida, se vira e ele acaba acertando o amigo no ombro, que grita.
Agatha continua em alerta, eles avançam juntos, ela pega uma tampa de lixo e usa como escuto, as lâminas das espadas dos demônios batem contra e a tampa quebra, Agatha consegue acertar o braço do demônio a direita e a perna do outro, mas eles continuam de pé avançando para cima de Agatha, ela esta encurralada, contra a parede, está ofegante.
- Chega. – grito, não suporto mais, se eu não posso bater nela, muito menos esses demônios de araque.
Os três me olham assustados.
- Príncipe, veio se juntar a nós, no cardápio de hoje tem ate anjo. - um deles diz como se já tivessem ganhado a luta.
- Caiam fora os dois. – digo entre os dentes.
- Nós que pegamos o anjo... temos nossos direitos à usufruir dela.
- O meu papo aqui não é com vocês.. caiam fora. – os dois me olham assustados. – Eu quero ela e nem pensem que vou dividir com vocês.. eu sou o príncipe, não divido nada. – digo irritado.
Eles se entre olham e me encaram. Mantenho o olhar neles e eles desaparecem.
- Vão para o inferno. – Agatha diz.
- O que você fez? – digo sorrindo de lado.
- Mandei eles para o inferno. – ela diz colocando a espada na cintura.
- Você os acertou por trás. – ela dá de ombros. – Que coisa feia.
- Eu estava ficando enjoada com o papo de vocês e a propósito não sou sua propriedade. – ela cruza os braços. Passo a mão nos cabelos.
- Eu sei.. só falei isso para eles irem embora.
- Eu tinha tudo sob controle.
- Sei... sei... eu vi o seu controle. – digo rindo.
- E por que não me ajudou?
- Não vou lutar contra os da minha espécie em favor de um anjo, isso seria abominável.
- Você é... – ela diz e cerra os olhos.
- Lindo... eu sei. – digo me gabando.
- Vai para o inferno Dorian. – ela diz irritada e sorrio mais ainda. Ela se movimenta em sentido a moça.
- Está vida. – ela diz medindo o pulso.- temos que levá-la para o hospital.
- Para que... você nem a conhece.
- Eu não vou deixá-la aqui. – Agatha pega a moça no colo.
- Aff... da ela para mim. – tiro dos braços de Agatha. - Onde fica o hospital?
- Eu não sei, mas tem um ambulatório no aeroporto, podemos deixar ela lá. – Agatha diz, já voando. – Vamos Dorian é para hoje?
- Esse anjo. – reviro os olhos e a sigo.
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2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)
FantasySera que é possivel um demônio se apaixonar? afinal ele não tem "coração".. Mas se um anjo resolver entregar o seu para ele? Será que assim conseguirá amar? Dorian é o Príncipe do inferno, já Agatha é um anjo de Alto escalão... o que esses...