Capítulo 24

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O tempo voou, as avaliações se passaram e logo estaremos de férias. A minha relação com Rodrigo estagnou desde a última vez na diretoria, mas dali em diante, eu já não esperava nada. Talvez o tempo distante dele durante esse mês faça com que eu não me torture mais e volte a levar a vida de um jeito maroto.

Hoje é sexta-feira. Aqui na escola, todos estão contando os minutos pra darem adeus aos cadernos, mas antes que isso ocorra, seremos reunidos no auditório para o famoso discurso de encerramento do período, que de nada me interessava, tão pouco quando vi que Rodrigo não compunha aquele palco.

— Aonde você vai? — Charlie sussurra. 

— Preciso averiguar uma coisa. — respondo.

— Tá bom, mas não demora.

— Ok!

Por instinto ou por loucura, fui procurar Rodrigo. O mais óbvio era que estivesse na sala dos professores e bingo!

— Jhulyane, o que faz aqui? — ele me pergunta. 

— Vim ver você. — dou um sorriso sem graça, quase arrependida de ser tão sincera.

— Fico lisonjeado. — ele responde muito sexy.

— Fica, é? — faço uma pergunta provocadora e de repente, em um impulso, ganho espaço e sento em seu colo, de frente para ele.

— Jhuly...

Antes que ele tivesse alguma reação, começo a beijá-lo loucamente. Ele perde a compostura em questão de segundos e começa a entrar no meu jogo malicioso. Desabotoo os primeiros botões de sua camisa e passo a mão em seu peitoral. Faço um movimento de cavalgada e começo a sentir sua ereção. Então, ele me carrega e me põe deitada na mesa, sei que sua intenção é das mais safadas, mas apenas me enche de beijos e me levanta dali.


— Sorte sua de estarmos na escola, ou eu não teria pena de você. — ele me diz provocante.

— Eu chamo isso de azar.

— Se recomponha, safadinha, e volta para o auditório antes que alguém perceba.

— Ah, não! Lá está muito chato, já aqui... — sorrio maliciosa.

— Aqui não é lugar, Jhuly. Podemos ser pegos. — ele diz.

— Vamos para sua casa então. — digo como se fosse algo super casual.

— Não podemos, Jhulyane. — ele diz.

— E porque não? — pergunto. 

— Jhuly, eu tenho um compromisso.

Por um instante eu tinha esquecido do projeto de professora. 

— Engraçado que você não se lembrou disso há uns minutos.

— E você me deu opção? — ele pergunta. 

— Você poderia ter recusado. Eu não estou errada, quem tem compromisso é você.

— Jhuly, você é muito gostosa e fica me tentando, isso é impossível. — ele diz.

— Então se acostume, professor, ou deixe dela de uma vez. — falo.

— Ah, Jhuly! — no fundo, me divirto com sua confusão.

Acabou a sacanagem. Tento puxar assunto para não ter que voltar ao auditório.

— Então... O que você faz longe do resto dos professores? — pergunto. 

— Organizando uns papeis.

— Posso ajudar?

— Claro. — ele responde.

Separo e arrumo os papeis correspondentes a cada questão dele, encontro um que contém seus dados pessoais, analiso e digo:

— Hum, quer dizer que o senhor está no auge dos seus 30 anos, professor? — pergunto. 

— Jhuly, você não deveria ter olhado isto. — ele diz.

— Qual é o problema, Rodrigo?

Ele fica em silêncio por algum tempo.

— Jhuly...

— Eu não sou boba. Já imaginava que você teria mais ou menos essa idade, isso nunca foi questão pra mim.

— São quase 13 anos de diferença, Jhuly.

— Não me importa nenhum pouco, Rodrigo. Meus sentimentos por você nunca foi mensurados por nada, muito menos por idade.

O silêncio impregna outra vez.

— Na verdade você fará 30 em poucos dias. Pena que estarei de férias e não poderei cumprimentá-lo. — retomo a conversa, mais o diálogo não flui.

Ele assente com a cabeça, talvez um pouco frustrado, ou ainda chateado com a minha descoberta. Ficamos ali conversando sobre coisas banais, quando vemos o movimento de alunos saindo da escola.

— Bom, acho que está na minha hora. — digo — Boas férias, professor!

— Jhuly, posso te dar uma carona? Você me ajudou bastante, deixe-me retribuir. 

— Pode sim. — sorrio. Que difícil que sou.

Ele me deixa na esquina de casa e nos despedimos ali.

— Boas férias, Jhuly! Aproveite bastante!

— Obrigada, professor, digo o mesmo!

Me despeço dando um beijo no canto da boca propositalmente e saio de seu carro em direção a minha casa. Não foi de todo mal, mas não consigo estar feliz por ser desse jeito.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora