Capítulo 51

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Desde a última noite, minha vida mudou completamente, felizmente, dessa vez foi para a melhor. É como se eu estivesse presa em um mundo onde tudo é paz e amor, tudo good vibes, e juro que não me importaria de permanecer nesse mood para sempre. Ser solteira é legal à beça, mas já experimentou chegar de mãos dadas com um homão da porra em todos os lugares? Não tem sensação melhor. Ver as garotas quase que babando no Rodrigo é tão engraçado. Se antes eu sentia raiva de presenciar isso, hoje rio da situação, pois até cego vê que sua atenção é toda minha. Não tenho absolutamente nada do que reclamar a respeito dos últimos dias, vai tudo tão bom que dá até medo.

Depois de um período acadêmico cumprido, o recesso chega pra aliviar dores das voadoras que a faculdade dá bem no meio da nossa cara. Claro que eu já tinha os meus planos, ou melhor, tínhamos.

— Amanhã mesmo iremos. — diz Rodrigo, me abraçando e me dando carinho enquanto assistimos um filme em sua casa.

— Sinto que o clima vai pesar, mas uma hora eles teriam que saber. — respondo, totalmente preguiçosa, entregue a seus carinhos.

— Independente do que acontecer, eu vou estar com você. Não perderei mais você por nada, muito menos por culpa dos outros. — completa, virando meu rosto e beijando minha testa.

Havíamos decido esclarecer tudo para minha família. Não aceitaria mais que minha felicidade se limitasse a escolha de outras pessoas. Eu morava em um apartamento bom, mesmo que alugado, e arcava com minhas despesas graças à remuneração que eu passei a receber da universidade por trabalhar no contraturno na Central de Relacionamento ao Aluno. Não dependia de meus pais e já tinha idade para responder por meus atos, portanto, decidimos que era o melhor a se fazer.

Por volta das 08h00 da manhã do dia seguinte, estávamos no portão de embarque do aeroporto. Rodrigo parecia perceber meu nervosismo e segurava minha mão com força, me passando a sensação de calma e controle, ou algo do tipo. Embarcamos e nos acomodamos em nossas poltronas. Não deixei de perceber uma loira, bonita, reconheço, olhando demais para Rodrigo, mas como ele não parecia dar a mínima atenção a ela, decidi não dar bola para as vozes da minha cabeça e seguir viagem. Inclino a cabeça sobre os ombros de Rodrigo e sigo assim durante boa parte da viagem, sempre de mãos dadas com ele. Depois de algum tempo, já estamos em casa, digo, em nossa terra. A sensação que tenho é de nostalgia, pura nostalgia. Voltei ao tempo e uma espécie de filme passou na minha mente, até o dia que eu iria embora dali. A sensação de que eu voltaria aqui era real e aconteceu. Rodrigo me dá um beijo na testa e diz:

— Vamos, meu amor?

— Sim, vamos!

Ele pega nossas malas enquanto chamo um uber. Embarcamos nossos pertences e vamos para um hotel. Com as nossas economias, daria pra ficar ali por alguns dias, já que não seria a melhor das ideias ficarmos na casa de meus pais (que a propósito, nem sabíamos se nos receberiam) e o apartamento do Rodrigo estava sendo ocupado por alguns familiares. Tínhamos reservado hospedagem em um hotel classe média. Rodrigo queria ficar em um de alto padrão, propôs pagar tudo, mas eu queria começar a dividir as responsabilidades com ele, então, pedi para que fossemos a um mais acessível, financeiramente falando. Fomos para o hall de entrada e esperamos até sermos atendidos, pegamos nossas chaves e subimos para o nosso quarto.

— Estou morta! — digo, me jogando na cama sem disposição alguma.

— Eu também estou muito cansado. O melhor a fazermos por hora é tomarmos um banho relaxante e trocar essa roupa. — diz Rodrigo, acariciando minhas costas.

Assim fizemos, poucos minutos depois. Rodrigo toma banho primeiro e vai se vestir. Logo depois eu entro no banheiro.

— Amor, vou descer para acertar algumas coisas e aproveito para pedir algo para comermos. — escuto muito pouco, devido a água que caía do chuveiro, mas concordo respondendo com um simples "ok".

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora